A Câmara é do Pará

Por: Val-André Mutran
Do Plenário da Câmara dos Deputados
D
esde as 16:57, até praticamente o final da sessão, quando o deputado Zequinha Marinho (PSC-PA) em contundente discurso da Tribuna da Câmara dos Deputados, lamentou a decisão do STF que inferiu determinando a inconstitucionalidade da Lei de Incentivos Fiscais do Estado; criticando duramente a atuação do Ibama e reclamado sobre a inviabilização em curso que está paralisando de madeireiras à guseiras, de fazendeiros à pequenos empresários do agronegócio que assistem sem nada poder fazer - a não ser apelar à justiça, atrás de reintegrações de posse que quase nunca são cumpridas pelo Estado, salvo se o empresário tiver recursos para tal - às agressões que se dão pela fúria insana do MST, que nada, nem ninguém alcança, pois, afinal o MST só existe virtualmente, está paralisando o setor produtivo no estado.
Caros leitores, o Plenário da Câmara teve uma seqüência que há muito não se via de discursos pró e contra o governo Federal feitos em pequenos intervalos por parlamentares da bancada paraense.
O segundo orador, deputado Nicias Ribeiro (PSDB-PA) não poupou fatos e críticas ao reclamar da discriminação a qual o Estado do Pará, em especial a área sob influência da BR-163 (Santarém-Cuiabá), passa em razão da falta de investimentos do governo federal, com destaque à infra-estrutura que praticamente não existe na região Oeste do Estado e no eixo da rodovia federal citada. Na réplica, o deputado federal Zé Geraldo (PT-PA), começou acusando o governo Almir Gabriel e Simão Jatene, do PSDB, de ao longo de 12 anos nunca ter asfaltado um palmo das rodovias daquela região.
Entre os dois, o deputado Asdrúbal Bentes (PMDB-PA) disse da Tribuna que as ações para a internacionalização da Amazônia são mais que evidente, ressaltando que os interesses para obstacularizar a produção agrícola na Amazônia, assim como a criação de Reservas com tamanho de alguns países é uma das missões das ONG´s ambientalistas para paralizar a região, tudo sob o beneplácido do Ministério do Meio Ambiente. O peemedebista disse que a política ambiental vigente é o instrumento que viabiliza tal interferência estrangeira através da grande influência a qual o Ministério do Meio Ambiente se sujeita com o aparelhamento de ativistas com carteira carimbada nas maiores organizações internacionais sob a capa protetora do aparato ambientalista que estão em cargos de alta direção do ministério. Bentes citou ainda que o governo chamou o povo para habitar a Amazônia e os abandonou sem lhes dar os registros de suas terras até hoje, inclusive neste governo.
O deputado Zequinha Marinho por sua vez, lembrou que não há rodovias estaduais no Oeste paraense a serem asfaltadas. "Lá (Oeste) não tem rodovia estadual, só federal", portanto, a obrigação de asfaltá-las seria do Governo Federal, que não o faz.
O deputado Zé Geraldo disse que o governo federal já aplicou R$ 100 milhões nas estradas da região, e o deputado Nicias Ribeiro, em sua tréplica, perguntou onde?
É o Pará discutindo sua política ao vivo e a cores para todo o Brasil.
Sugiro à Mesa que reserve uma vez por mês, de preferência na véspera de feriados, debates com parlamentares de cada Estado. Talvez o público começasse a entender melhor como se dá o jogo político por aqui.

Comentários

Postagens mais visitadas