CÂMBIO : A TRAGÉDIA ANUNCIADA

Trechos do artigo de Delfim Netto, na FSP, sobre a trágica política cambial do governo Lula

No momento atual, a economia brasileira sofre um claro processo de "super"-valorização que vai abortar o crescimento. Ela é produzida:
1º) pela grande expansão do comércio mundial (quantidade e preços), que aumenta automaticamente o valor das exportações;
2º) pelo pífio crescimento do PIB em 2005 (2,3%), acompanhado de um aumento da "proteção" tarifária criada pela passagem do PIS/Cofins de cascata para valor adicionado, que, conjuntamente, reduzem a demanda de importações;
3º) pela cavalar diferença entre as taxas de juro interna e externa, que transformou a compra de reais no mais eficiente e lucrativo mecanismo de arbitragem entre elas.
(...) A taxa cambial nominal retornou aos níveis de março de 2001 (em torno de R$ 2,10 por dólar). Ocorre que, entre aquele mês e abril de 2006, a inflação medida pelo IPCA (que dá uma idéia do aumento de custos internos) foi da ordem de 50%. Logo, o "poder de compra" de um dólar de março de 2001, a preços de abril de 2006, é da ordem de R$ 1,40, menor do que em janeiro de 1999, quando houve a desvalorização do real!
Esses números mostram o efeito da insensata política monetária dos últimos 24 meses, que usou, oportunisticamente, a taxa de câmbio como instrumento da política antiinflacionária.A desarticulação do setor exportador é um grave erro, e o governo vai pagar por isso! E o presidente Lula vai pagar em dobro se for reeleito...

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