Garotinho: Greve de fome termina. Candidatura não

De Antero Gomes do jornal Extra no Globo Online
RIO - O pré-candidato à Presidência da República pelo PMDB, Anthony Garotinho, anunciou, na tarde deste domingo, que entrou em greve de fome, em protesto às denúncias de irregularidades na arrecadação de recursos para a sua pré-campanha. Garotinho quer uma supervisão internacional no processo político eleitoral brasileiro e tomou a decisão pelo protesto "como último recurso em defesa da verdade". Ele pede ainda igualdade no tratamento em relação aos demais candidatos.
Garotinho escolheu a sede do partido no Rio como endereço de sua greve de fome. O pré-candidato sentou-se num sofá na antesala da presidência regional do partido, ao alcance das câmeras de jornais e TVs, e pôs-se a ler um livro. Alguns minutos depois, a governadora Rosinha Garotinho sentou-se e abraçou o marido. Os dois, então, passaram um longo período na mesma posição, de olhos fechados, ainda diante das câmeras.
Reportagem de capa da revista "Veja", que chegou às bancas neste fim de semana, adiciona algumas novidades à lista de supostas irregularidades denunciadas na prestação de contas de Garotinho . Além dos problemas com doadores de campanha, como o de empresários que doaram dinheiro e são diretores de ONGs que receberam cerca de R$ 112 milhões do Governo do Estado, a reportagem também identifica problemas com os fornecedores.
Na última sexta-feira, o peemedebista garantiu, em discurso e em entrevista, que as denúncias não fazem sentido e disse que não desistirá da candidatura:
- O processo foi legal e colocado na internet para a população acompanhar. Eu queria que o Lula seguisse o meu exemplo e dissesse: 'meu filho (Lulinha), devolve aqueles R$10 milhões da Telemar que não podia ter recebido'.
Na ocasião, Garotinho também chamou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva de covarde.
- Eu poderia fazer como o Lula, atual presidente da República faz, e dizer: eu não sabia de nada. Só que eu sou homem e não sou covarde - declarou.
O ex-governador do Rio alegou que os recursos recebidos por sua pré-campanha serão devolvidos "por questão ética, apesar de estar tudo dentro da lei".
Os sócios de empresas que doaram dinheiro para a pré-campanha de Garotinho também fazem parte do quadro de diretoria de entidades sem fins lucrativos que receberam R$ 254 milhões do governo Rosinha para supostos serviços ao estado, como reportagens do jornal "O Globo" mostraram.
Garotinho tem dois dias para se recuperar da greve de fome e articular para que o PMDB aprove no próximo sábado (13) a decisão de candidatura própria abrindo a possibilidade de prévias para escolha do candidato, escolha ainda sem data marcada.

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