Apuração de vandalismo na Câmara terminou de madrugada

Ag. Câmara
Terminou por volta de 1h30 de hoje a identificação de todos os 534 integrantes do Movimento pela Libertação dos Sem-Terra (MLST) presos em flagrante por terem invadido e depredado a Câmara dos Deputados na tarde de ontem. Do grupo, 482 adultos passaram a noite no Ginásio de Esportes Nilson Nelson, onde deveriam permanecer até as 8 horas da manhã desta quarta-feira.De acordo com a Secretaria de Segurança Pública e de Defesa Social do Distrito Federal, esse seria o prazo previsto para que fosse concluída a fase de autuação de todo o grupo. Logo depois, por determinação da Justiça, todos os detidos devem ser transferidos para o presídio da Papuda, para uma ala nova que comportará até mil presos, mas ainda não inaugurada por falta de agentes carcerários. Segundo o Comando de Policiamento do DF, como o grupo não oferece maiores riscos, a vigilância das celas deverá ser feita pela Polícia Militar e pela Polícia Civil. Eles devem responder por crimes contra o patrimônio público, lesão corporal grave, formação de quadrilha e corrupção de menores.Tranferência de líderesOs líderes do movimento e aqueles que provocaram maiores danos ao patrimônio da Câmara foram transferidos para a 2ª Delegacia de Polícia Civil, localizada na Asa Norte de Brasília, para serem ouvidos pelo Departamento de Polícia Legislativa da Câmara (Depol) – que coordenará o inquérito – e pela própria Polícia Civil. O primeiro depoimento, de Bruno Maranhão, líder do MLST, encerrou-se por volta das 3h30 desta madrugada.Inicialmente foram identificadas 11 líderes. Entre elas está Arildo Joel da Silva, 21 anos, morador em Lindo Oeste (PR), apontado como o agressor do servidor da Câmara que sofreu traumatismo craniano e edema cerebral, Normando Fernandes. Ele continua internado em estado grave na UTI do Hospital Santa Lúcia, em Brasília. Também foi identificada Francielli Acencio, 21, moradora de Uberaba (MG), que apareceu nas imagens destruindo os terminais de auto-atendimento e os computadores da portaria do anexo 2 com uma barra de ferro e de concreto.Atendimento legalDurante a madrugada, por volta de 1 hora, um grupo de 15 crianças e adolescentes, acompanhados por 10 mães, foi transferido para um alojamento do próprio movimento dos sem-terra, localizado na cidade-satélite do Guará. Meia hora depois, outras 27 que estavam desacompanhadas – com idade entre 12 e 17 anos – foram removidas para o SOS Criança, localizado na cidade-satélite de Taguatinga. Essas 52 pessoas (sendo 42 menores de idade) foram separadas do grupo principal logo no início da noite de ontem e levadas para a Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA), da Polícia Civil.A separação atendeu a uma determinação do presidente da Câmara, deputado Aldo Rebelo, de que todas as regras e leis vigentes no que se refere a direitos e deveres de presos fossem aplicadas e cumpridas – incluindo a que prevê a separação entre adultos e crianças. Também por determinação de Aldo, a Câmara dos Deputados adquiriu marmitas de comida para todo o grupo, que recebeu alimentação pouco depois da meia-noite. Foram servidos salada, batata, arroz, feijão e carne. O Diretor-Geral da Câmara, Sergio Sampaio acompanhou todos os procedimentos administrativos durante toda a madrugada.Direirtos humanosLogo no início da noite, o Ginásio de Esportes recebeu a visita da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Seção DF, e de um grupo de integrantes do Ministério Público. Eles foram averiguar as condições de prisão do grupo, mas não identificaram problemas.O Departamento Médico da Câmara dos Deputados (Demed), em conjunto com o Corpo de Bombeiros do DF, montou um plantão médico no Ginásio. Até as 3 horas da manhã, foram realizados cerca de 30 atendimentos, sendo que apenas um – o de um rapaz com cardiopatia – precisou de remoção para atendimento hospitalar. O policiamento estava sendo feito por duas companhias da Polícia Militar, com aproximadamente 80 homens.

Comentários

Postagens mais visitadas