Amazônia: o que fazer com ela?

Com a capa dedicada a Amazônia, a excelente bimestral Revista Problemas Brasileiros, edição nº 377, projeto editorial do SESC/SP, em longa reportagem intitulada "O desafio de utilizar ou destruir", conclui o que todos que moram na Amazônia estão carecas de saber. Sem pesquisa, seus moradores ficarão esperando, esperando... Sentados em berço esplêndido.

Só a vontade de fazer não está sendo mais bem digerida por seus habitantes. Tem que fazer, mas como? Só a pesquisa poderá apontar com parâmetros científicos essa questão, sepultando de uma vez por todas a relativa importância do conhecimento empírico, cujas soluções tecnológicas estão praticamente exauridas como interruptor a ligar a região num efetivo ciclo de desenvolvimento que permita escala, acesso a mercados e melhoria das condições para o conjunto da população. O oposto do modelo da Sudam que só beneficiou meia de dúzia de "gatos", a maioria "gatunos".

Em reportagem assinada por Evanildo da Silveira, o diretor do Inpa, Adalberto Luís Val, revela que: "Entre 1990 e 1999, por exemplo, cerca de 130 expedições estrangeiras passaram por lá". Foram publicados 1.026 artigos sobre a Amazônia, dos quais apenas 379 tinham autores brasileiros, e destes só 172 foram produzidos por pesquisadores de instituições da região. Em comparação, 427 foram escritos por cientistas norte-americanos, dos quais somente 84 tinham colaboradores brasileiros. "Chamo isso de taxa de perda de soberania", diz Val. "Não adianta querer colocar um muro em volta da Amazônia. A única maneira de o Brasil proteger a biodiversidade da região, um de seus maiores patrimônios, é por meio do conhecimento e da informação."

Outro dos inúmeros temas abordados na reportagem é o Plano Amazônia Sustentável (PAS), que está sendo elaborado desde 2003 pelo governo federal, por meio dos ministérios da Integração Nacional (MIN) e do Meio Ambiente (MMA), em discussão com os governos estaduais, empresários e lideranças socioambientais da região. O PAS será uma espécie de carta de intenções, na qual o país definirá o que espera da Amazônia e que papel lhe reserva.

Vale a pena ler a reportagem completa aqui. A maioria dos moradores da Amazônia não sabem muito bem do que se trata, mas isso, é outra história.

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