Belém cada dia pior

O Quinta Emenda cunhou o termo "Nova Déli" numa bem humorada maneira de tornar público sua indiganação com o processo de lamentável identidade com a megalópole indiana, habitada por mais de 15 milhões de almas e sinônimo de caos urbano.
O termo, segundo o publicitário paraense que edita o blog, relata, num memorável post, foi adotado após ciceronear um casal de estrangeiros (globber trotters) que visitavam a cidade e, questionados, acharam Belém parecida com New Dheli, na Índia.
Ao cabo que, comerciantes, empresários este blog e o povo paraense que tem vergonha na cara, notadamente os belemenses, gritam surdos, num eco abafado, não ouvidos nem cheirados que são, o temor da impressão dos turistas amigos de Juvêncio de Arruda, um caboclo como eu, mas, que não tem o nariz atravessado no espírito, só na alma.

THE NEW DHELI POST

Belém do Pará há anos entrou em fase de decadência. Uma obra aqui, outra ali e as autoridades não levam em consideração a gravidade do problema ou de maneira leniente e covarde, não enfrentam o primordial da questão: O ordenamento de seu território.
Não há regulamentação em Belém, se há não funciona. O comércio informal tripudia, engana, não está ao alcance da Lei, sonega tudo, escraviza seus recrutados, trafica, corrompe, contrabandeia, mata...

Não vou entrar no mérito da peregrinação quase que doentia do Prefeito na ponte aérea Belém-Brasília, até mesmo porque, nem JK voou tanto para Belém de modo à acompanhar as obras de construção da rodovia Belém-Brasília. Penso que o prefeito faz essa rota para cumprir compromissos de seus interesses políticos. Vez ou outra os da cidade para a qual foi eleito para ser o Capataz.

THE NEW DHELI POST
Os jornais estão a dizer que Dulciomar - o prefeito peregrino - pensa em fazer uma obra, uma Fonte, daquelas com luzes que mudam de cor e chafarizes que as águas em profusão sobem e descem ao comando de computadores para hipnotizar os transuentes que não terão como descer da condução em que estiverem embarcados para apreciá-la de perto. Se resolverem voltar na via, serão recebidos por bandoleiros que dominam o lugar.
Certamente uma boa intenção, essa do prefeito, de embelezar a horroroza obra do Entroncamento que sequer inaugurou.

O Liberal

Se a notícia proceder e não se tratar de gozação a charada está resolvida.
Duciomar como seus antecessores não ataca o básico. Não tem coragem para fazê-lo, se o tem, todos estão num processo angustiante de espera. Será mais um o prefeito, a engrossar a lista dos que não fizeram porque não o quiseram e parecem que não estão dispostos à arreçar as mangas e mudar esse descalabro para o qual a cidade caminha. À semelhança de um setenciado à morte.
Um prefeito é eleito para ser o Xerife de sua comunidade. Tem autoridade para tal.
Que tal esta ordem:
-Ó menino, chama esse pessoal lá do Comércio que eu vou dar um prazo de tantos dias para encerrar essa esculhambação. Eles terão que ir prá tal lugar e daremos todo o apoio. Vamos adequar um espaço para a Feira do Paraguai com tucupí.

A Feira do Paraguai de Brasília (Feira dos Importados), em plena área da Ceasa, no Setor de Indústria e Abastecimento, ao lado do Plano Piloto, atrai 40, 48 mil pessoas por dia. É uma loucura. Todas as taxas dos Boxes recolhidas ao GDF. Muito, mas muito dinheiro para o Governador(a), pois, que em Braília não há xerife nem capataz. Coisas do Distrito Federal.
Já ví até ministro comprando lá, no Made in Alhures.

Se Duciomar Costa tiver coragem para fazer, começará a trilhar o caminho para ser o melhor prefeito de Belém.
Em vez de vir prá cá (Brasília) e pressionar o que ele chama de seu amigo, o Lula, para assuntos de sua carreira, poderia era encaminhar um grande projeto no Ministério das Cidades para o ordenamento de Belém. Aposto que o capataz de Belém ao menos saiba o nome do ministro das Cidades?
Anote ai:
Ministro de Estado das Cidades
Marcio Fortes de Almeida
Aniversário para mandar um telegrama: 09/08
Secretária: Emília / Kelma / Silvana
Tel: (61) 2108-1621 / 1625 / 1694
Fax: (61) 3223-5243
E-mail: marcio.fortes@cidades.gov.br

O affair com Lula é coisa do PTB de Roberto Jefferson. Só prá lembrar:

04/01/2005

Reportagem: Val-André Mutran

A base governista no Senado começa a articular neste início de 2005 a recomposição de sua apertada maioria na Casa. O troca-troca no Congresso deixa a certeza de que Lula já não tem mais a maioria absoluta com a perda de um senador, Duciomar Costa (PTB), que assumiu em 1º de janeiro a Prefeitura de Belém. Na Câmara, correlação de forças continua a mesma.

Duciomar é um dos 21 parlamentares que trocaram o mandato federal pelo municipal. Assume, no lugar dele, o suplente Fernando de Souza Flexa Ribeiro (PA).

Com a mudança, o PSDB passa a ter 13 representantes e empata com o PT em número de senadores. Na Câmara, onde 19 deputados se preparam para assumir a prefeitura, a correlação de forças vai continuar a mesma. Nesse vaivém, no qual nem sempre quem entra é do mesmo partido de quem sai, somente três legendas devem aumentar suas bancadas: PSDB, PL e PDT. Ainda assim, em apenas uma cadeira.


Edmilson foi cooptado pelo "canto das sereias", aquele que, segundo a lenda, desorienta pescadores e navegantes.

Errou ao apostar no faraônico. Como se vivêssemos ainda na ditadura dos Faraós. Duciomar segue a trilha do Lula e do Edmilson.
Seu projeto da Bacia da Estrada Nova é prova do que escrevo. Vamos à matéria publicada no Diário do Pará em novembro do ano passado:

ESTRADA NOVA

Projeto prevê macrodrenagem

Val-André Mutran

De Brasília

Durante jantar na casa do senador Luiz Otávio (PMDB) esta semana em Brasília, com integrantes da bancada paraense, o prefeito eleito de Belém, Duciomar Costa, apresentou detalhes do projeto de macrodrenagem da bacia da Estrada Nova, orçada em R$ 218.151.913,06. “Sei que é muito dinheiro, mas, com a boa vontade dos senhores, transformaremos para melhor a vida de 200 mil paraenses na capital”, resumiu.

Leia a matéria completa aqui.

Caminhamos para quase um ano desta reunião. Os R$ 218.151.913,06, na cotação de hoje USD$ 101.080,10, convenhamos, é muito dinheiro. Dudú em vez de querer imitar seu antecessor, faria um "brinco" de asfaltamento de acesso à Ceasa. Lá criaria a feira do Produtor, do Atacadista, do Pecuarista, dos Camelôs, dos Artesãos, do Hippyes da Praça da República - encerrando aquela pouca vergonha que toma de conta o logradouro aos finais de semana-, o mercado de Peixes, Verduras e Especiarias, a Feira dos Importados (Paraguai), seria um sucesso.
Tudo à poucos quilômetros o Centro de Belém. Igualzinho Brasília que ele tanto visita.

Só essa reestruturação do espaço, daria às almas de Belém um novo alento e aos turistas, sossêgo para conhecer e andar pela cidade.

Magic Planet
A Índia não é só miséria. Têm belezas, história e turismo e Palácios. Um povo muito religioso. Só que lá, as etnias se matam...

Paratur

...Em razão do alto desarranjo social, em Belém, os irmãos de sangue, na falta do fenômeno religioso indiano, matam-se todo dia por dinheiro.

Comentários

E estão atacando o Juvêncio agora mesmo. Deve ser aquela cambada do PFL.
Dá uma olhada nos comentários do post http://quintaemenda.blogspot.com/2006/09/s-com-registro.html#links
Abraços
Unknown disse…
Excelente!
Essa é a história recente da Deli-Belém, assolada por pelintras de toda ordem, a entarrar a cidade, cada vez mais, num abismo sem fim.
E o alcaide ainda diz que vai pouco a BSB, hein Val-André?
Um abraço, amigo.
Talvez, sublimarmente, mestre, eles não sabem com quem sentam à mesa.

Espero que Dudú, passe lá na Feira dos Importados quando passar novamente pela Cap.
No calor da refrega, na ilharga da busca pelo voto, o pessoal se desespera. É aterrorizante perder, caro Carlos.
Juvêncio deve estar dando boas gargalhadas dessa história e as flechas envenenadas vieram do Oeste.

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