Um grupo de militantes do Partido dos Trabalhadores liderados pela dirigente Toinha do PT, cercou a sede do Jornal Opinião em Marabá desde a meia noite de ontem.
Gritando palavras de ordem e protestando contra o dono da publicação, jornalista João Salame Neto, eleito deputado estadual pelo PPS, que supostamente estaria rodando na Gráfica do Opinião, um "jornal apócrifo" com reportagens dos aliados da senadora-candidata ao governo do Pará, Ana Júlia Carepa e alguns companheiros de partido, presos e algemados pela Polícia Federal sob mando judicial pela prática de vários crimes contra a administração pública, como o deputado federal reeleito Jader Barbalho, presidente regional do PMDB no Estado e Beto da Fetagri, eleito deputado federal pelo PT e que fora preso quando era o superintendente do Incra no Pará e comandava uma máfia que "esquentava" documentos para grileiros na Amazônia. Acamparam desde a meia noite de ontem cercando as dependências do jornal.
Hoje pela manhã, a Polícia Federal abriu o jornal com uma chave-mestra, sem a presença de nenhum funcionário da empresa de comunicação, de posse de um mandato judicial expedido pela Justiça Eleitoral.
"Era um mandato de busca e apreensão", disse ao blog, Eleutério da Silva Gomes Filho, editor-Chefe do Opinião.
"Os policiais entraram no jornal e com muito custo os militantes petistas não invadiram a empresa e 'empastelaram' o jornal", relatou Gomes Filho.
"Não encontraram nada, até mesmo porque nada temos a haver com este jornal que está circulando na cidade", explicou o editor.
O jornal que teria despertado a “ira” e protestos ao longo de toda a madrugada de militantes petistas, que cercaram a sede do jornal marabaense, não é apócrifo. A publicação é assinada pelo jornalista Ronaldo Brasiliense, um profissional de reconhecida competência, que já chefiou na Amazônia as sucursais das Revistas Veja e Isto É e foi repórter especial de jornais como Correio Braziliense e Jornal do Brasil.
"É um flagrante atentado à liberdade de imprensa. Esse pessoal do PT é pior que os nazistas", disse Gomes Silva, que comparou o que se passou ao longo da madrugada e toda a manhã de hoje como desespero eleitoral dos petistas que ganharam as eleições no 1.o turno e estão inconsoláveis com a virada apontada pelas pesquisas de consumo interno que apontam Almir Gabriel como líder folgado em Marabá e em toda a região sul/sudeste do Pará, com uma diferença de quase 300 mil votos de vantagem contra sua adversária.
Ninguém da bancada petista aqui em Brasília quis comentar os acontecimentos em Marabá.
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