"Rei da Soja" expulso de seu partido após apoio à Lula

Direção Nacional do PPS decide pela expulsão de Blairo Maggi

Redação 24HorasNews


O governador Blairo Maggi está sem partido desde o final da tarde desta terça-feira. O presidente nacional do PPS, deputado Roberto Freire, confirmou que o governador reeleito de Mato Grosso não pertence mais a sigla. Freire recebeu nesta terça-feira uma carta do governador na qual ele propunha duas opções ao partido: seu afastamento temporário ou a desfiliação. Segundo o presidente socialista, embora o conteúdo da carta tenha sido respeitoso, decidiu pela segunda opção.

Ao manifestar apoio a reeleição de Lula, Maggi contrariou a orientação do PPS, que está apoiando Geraldo Alckmin. Na carta, o governador explicou que "por problemas locais" não poderia seguir a orientação partidária. O governador não esconde estar magoado com o PSDB de Mato Grosso por causa dos ataques e denúncias feitas contra ele durante a disputa pelo governo estadual. O presidente do PPS considera que a permanência na sigla do governador ficou inviabilizada quando ele decidiu apoiar a reeleição do presidente Lula.

O apoio do governador mato-grossense a Lula e alvo de uma ação que PPS, PSDB e PFL ajuizarão no TSE acusando Lula de abuso do poder econômico e administrativo por ter prometido liberar verbas para o agronegócio de Mato Grosso. Os partidos apontam que o acordo foi firmado para que Blairo apoiasse Lula.

Em Mato Grosso, Geraldo Alckmin fez 58% dos votos no primeiro turno e, Lula, 37%. O governador Blairo Maggi foi reeleito com 65%. Mas, nem todos os deputados estaduais e federais eleitos por sua coligação lhe acompanham na decisão de apoiar Lula.

Nesta terça-feira, o deputado federal Geraldo Thadeu (PPS-MG), vice-presidente nacional do PPS, já vinha defendendo a expulsão do governador eleito de Mato Grosso. Thadeu enfatizou que o apoio de Maggi havia sido dado em troca da liberação de R$ 1 bilhão para apoio aos produtores de soja mato-grossenses. “Maggi agiu de acordo com os seus interesses e passou por cima de uma decisão do partido, acordada até por ele mesmo, de apoiar o Alckmin. Isso é uma vergonha” - criticou o vice-presidente do PPS.

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