Caras de pau

Veja desta semana expõe o comportamento de quem deveria fiscalizar meio ambiente no Pará. Mais um escândalo envolvendo o Ibama paraense. Leiam.

Assim não dá

Na era da superexposição da imagem
não basta ser competente: é preciso
projetar uma convincente marca pessoal


Leonardo Coutinho

Paulo Santos/Interfoto
Desmatamento em Altamira, no Pará: os fiscais do governo são piores que cupins

Tão rica quanto a biodiversidade da Amazônia é a variedade dos golpes aplicados para saquear os seus recursos naturais. Prova disso é o sistema de controle de extração de madeira implantado pelo governo em setembro do ano passado. Na ocasião, ele foi apresentado como um mecanismo à prova de fraudes. No novo sistema, o governo acompanha, por meio de um documento de origem florestal (DOF) emitido eletronicamente, todo o processo de extração e comercialização de madeira, desde a derrubada das árvores até o ponto de venda final. Pois bem: uma investigação da Polícia Federal mostrou que a invulnerabilidade do DOF só durou dois meses. Em novembro último, três funcionários do Ibama montaram um guichê paralelo de emissão de DOFs no Pará. Com isso, em apenas cinco dias, aplicaram um dos maiores golpes ambientais da história. Em troca de propina, despacharam documentos frios para a venda de 760.000 metros cúbicos de madeira cortada ilegalmente, o equivalente a 100.000 árvores ou 700 milhões de reais.

Os DOFs frios foram emitidos em nome de 65 madeireiras. Uma delas, a J.O. Lima, ficou com 80% dos documentos. Ao que tudo indica, a J.O. Lima não passa de uma empresa laranja. Em seu endereço, na cidade de Itaituba, no oeste do Pará, há apenas uma sala comercial abandonada. Além disso, a J.O. Lima não ficou com os DOFs frios, mas os repassou a outras 98 madeireiras do Pará, de Rondônia e de Mato Grosso. Por determinação judicial, todas estão com os bens bloqueados e não podem mais receber autorizações de exploração de madeira. A Polícia Federal descobriu que mais da metade das madeireiras que receberam os DOFs da J.O. Lima já usaram os papéis para liberar carregamentos de madeira extraída ilegalmente. "Não resta dúvida de que o sistema recém-implantado pelo governo é vulnerável", afirma o juiz Rubens Rollo, responsável pelo caso.

Sede do Ibama, no Pará: um documento frio
a cada sete segundos

Um golpe dessa magnitude só foi possível porque as madeireiras conseguiram cooptar justamente os três funcionários do Ibama do Pará que emitem os DOFs. Seus nomes são mantidos em sigilo pelo juiz Rollo, que decidiu que o processo correrá em segredo de Justiça. Sabe-se que, ao todo, o trio de corruptos jogou no mercado 19.000 DOFs fajutos. Para chegar a tanto, teve de emitir um documento a cada sete segundos nos dias em que a fraude foi cometida. Uma funcionária do Ibama que tomou conhecimento do esquema disse a VEJA que os malandros cobravam 20 reais por metro cúbico de madeira liberado ilegalmente. A propina superou, portanto, 15 milhões de reais. Um golpe como esse mostra que nada é mais letal para a floresta do que o conluio dos fiscais do Ibama com madeireiros inescrupulosos.

Comentários

Informo ao anônimo que não publicarei denúncias dessa natureza sem a devida documentação.
Anônimo disse…
É A SIMBOLOGIA DO PT, E POR FALAR EM PT, INFORMO QUE O DESTINO DE ANA, E INFELIZMENTE DO PARÁ, SERÁ O MESMO DE MARIA DO CARMO EM SANTARÉM. VEJA A MATÉRIA ABAIXO DO JORNAL ESTADO DO TAPAJÓS:



72% dizem não à reeleição de Maria

Pesquisa revela que a prefeita Maria do Carmo enfrenta grande rejeição entre os eleitores santarenos e que hoje ela não conseguiria a reeleição



Paulo Leandro Leal
Repórter



A grande maioria da população do município de Santarém (72,2%) diz não à reeleição da prefeita Maria do Carmo Martins Lima (PT). Este é o resultado da primeira pesquisa realizada pelo Instituto Perspectiva, encomendada pelo jornal O Estado do Tapajós. A pesquisa, realizada entre os dias 5 e 7 de junho, entrevistou 400 moradores de todos os bairros da cidade e também da zona rural, com margem de erro de 2,5% para mais ou para menos. Perguntada se a prefeita Maria do Carmo deve ser reeleita, apenas 13,7% dos entrevistados responderam que sim, contra 72,2% que disseram não. 6,7% se disseram indiferentes e 7,4% não souberam responder à pergunta.

Um ano antes das convenções municipais que decidirão os nomes para a disputa eleitoral de 2008 à prefeitura de Santarém, a pesquisa Perspectiva/O Estado do Tapajós também avaliou o potencial e a rejeição de vários nomes para a sucessão municipal. A prefeita Maria do Carmo aparece, dos nomes apresentados na pesquisa, entre os que possuem maior índice de rejeição. Se a eleição fosse hoje, 68,6% dos eleitores disseram que não votariam de jeito nenhum na atual prefeita do município. Apenas 12% disseram que votariam com certeza, enquanto 10,4% disseram que poderiam votar e 9% não souberam ou não quiserem responder.

Os principais concorrentes de Maria na sucessão aparecem com índices de rejeição bem menores. O ex-prefeito e agora deputado federal Joaquim de Lira Maia (DEM) é o que tem menor rejeição. Segundo o Instituto Perspectiva, se a eleição fosse hoje apenas 23,4% dos eleitores não votariam de jeito nenhum nele, contra 46,5% que votariam com certeza e 20,1% que poderiam votar. 10,0% não souberam responder. Já o deputado estadual Alexandre Von (PSDB) tem rejeição total de 36,8% dos eleitores, segundo a pesquisa. Outros 24,7% disseram que votariam com certeza nele para prefeito e 27,1% que poderiam votar. Não quiseram ou não souberam responder 11,4% dos entrevistados.

O terceiro maior provável rival de Maria do Carmo na disputa com menor índice de rejeição é o também deputado estadual Antonio Rocha (PMDB). Segundo a pesquisa, se a eleição fosse hoje 44,5% dos eleitores não votariam de jeito nenhum no deputado, contra 16,7% que votariam com certeza e 25,8% que poderiam votar. Os 13% restantes não souberam responder. O médico Nélio Aguiar também aparece com um índice de rejeição bem abaixo do da prefeita. Segundo a pesquisa, 42,8% dos eleitores não votariam de jeito nenhum caso ele se candidatasse, contra 12,4% que votariam com certeza e 22,7% que poderiam votar. Outro médico, Erick Jenings, tem rejeição de 43,8% dos eleitores.

O Instituto Perspectiva também levantou o índice de rejeição e potencial de diversas outras lideranças de Santarém, que possivelmente se candidatem à prefeitura na próxima eleição. O vice-governador do Estado, o santareno Odair Corrêa (PSB), é um deles. A pesquisa revela que se a eleição fosse hoje, 60,5% dos eleitores não votariam de jeito nenhum em Odair para prefeito. Apenas 2,3% votariam com certeza e 14,0% poderiam votar, enquanto 23,1% dos entrevistados não souberam responder. O advogado Helenilson Pontes (PPS), aparece com um índice de rejeição de 52,8%, segundo revela o Instituto Perspectiva. 7,7% dos eleitores votariam com certeza nele e outros 18,1% poderiam votar, enquanto que 21,4% não souberem ou não quiseram responder.

O atual vice-prefeito Delano Riker (PDT) também está com o índice de rejeição nas alturas. Segundo a pesquisa, se a eleição fosse hoje, 60,9% dos eleitores não votariam de jeito nenhum em Delano para a prefeitura. Votariam com certeza 4,7%, poderiam votar 12,7% e não souberam responder 21,7%. O ex-prefeito e agora vereador Ruy Correa (PMDB), tem rejeição de 61,5% dos eleitores. Apenas 6,0% votariam nele com certeza, enquanto 10,7% poderiam votar e 21,7% não responderam. A pesquisa também sondou a rejeição do deputado estadual Aírton Faleiro (PT). 62,5% dos eleitores não votariam nele de jeito nenhum, enquanto que 35% poderia votar nele.



PREFEITA PERDE PARA LIRA MAIA, ALEXANDRE VON E ANTONIO ROCHA



Se a eleição para a prefeitura de Santarém fosse hoje, a prefeita Maria do Carmo perderia a disputa qualquer que fosse o cenário de candidaturas. É o que revela a pesquisa Perspectiva/O Estado do Tapajós. Tanto na pesquisa espontânea - aquela em que o eleitor responde em quem votaria sem que lhe seja apresentados nomes - quanto na estimulada - na qual é apresentada uma lista de candidatos - Maria perde feio. A pesquisa estimulada apresentou sete cenários diferentes de disputa, mas em todos a prefeita fica atrás. O candidato com melhores chances é o ex-prefeito e agora deputado federal Lira Maia, principal adversário político de Maria do Carmo.

Na pesquisa espontânea , Lira Maia lidera as intenções de voto com 37,5% da preferência do eleitorado santareno. O segundo mais lembrado foi o deputado estadual Antonio Rocha, com 11,0%. A prefeita Maria do Carmo só aparece em terceiro, com 10,0% das intenções de voto. Em seguida aparece o deputado estadual Alexandre Von, com 6,7% da preferência do eleitorado.

Depois aparecem com intenções de voto na pesquisa espontânea o médico Erick Jenings (1,3%), o ex-prefeito Ronan Liberal (1,0%), o ex-prefeito Rui Correa (1,0%), o médico Nélio Aguiar (0,7%), o advogado Helenilson Pontes (0,7%), o deputado federal Jader Barbalho (0,3%), o apresentador Antonio Júnior (0,3%), o ex-senador Luiz Otávio (0,3%), o ex-governador Almir Gabriel (0,3%) e o secretário de Agricultora Osmando Figueiredo (0,3%). 3,3% dos eleitores disseram que não votariam em ninguém, 0,7% que nunca votam e 0,3% dos entrevistados disseram que votariam neles mesmo. Outros 24,1% não souberam ou não quiseram responder.

No primeiro cenário estimulado pelo Instituto Perspectiva o deputado Lira Maia não aparece como candidato. O deputado estadual Alexandre Von venceria as eleições com 38,5% dos votos. Em segundo aparece o também deputado estadual Antonio Rocha, com 15,7% das intenções de voto. Só depois surge a prefeita Maria do Carmo, com apenas 14,7% das intenções de voto. Ainda nesta simulação aparece o médico Erick Jenings, com 4,7%, o advogado Helenilson Pontes, com 2,3% e o vice-prefeito Delano Riker, com 0,7% das intenções de voto. Brancos e nulos somam 8,7% e não souberam responder 14,7% dos entrevistados.

A segunda simulação de cenário traz como candidato o deputado Lira Maia, disputando diretamente com a prefeita Maria do Carmo e sem o deputado Antonio Rocha no páreo. Segundo a pesquisa, se as eleições fossem hoje o ex-prefeito teria 59,2% das intenções de voto, vencendo com folga a prefeita Maria do Carmo, que teria 15,4% dos votos. O advogado Helenilson Pontes teria 6,0% das intenções de voto e o vice-prefeito Delano Riker 2,0%. Outros 4,6% disseram que votariam em branco ou nulo e 12,7% não souberam ou não quiseram responder.

Na terceira simulação Lira Maia disputa novamente com Maria do Carmo, mas desta vez com a presença de Antonio Rocha e do vice-governador Odair Corrêa na disputa. O resultado é praticamente o mesmo. Lira Maia teria 51,5% dos votos, contra 13,0% de Maria do Carmo. Antonio Rocha aparece em terceiro com 12,4% das intenções de voto, seguido por Helenilson Pontes (4,7%) e Odair Correa (3,3%). Brancos e nulos somam 2,3% e 12,7% não responderam.

O Instituto Perspectiva fez uma quarta simulação de disputa para prefeito de Santarém. Nesta, Lira Maia também venceria, com 55,5% das intenções de voto. Depois vem Maria do Carmo (14,7%), Helenilson Pontes (8,4%), Dr. Erick (4,0%) e Odair Correa (0,3%). Bancos e nulos somaram 3,3% e não responderam 13,7%. Na quinta simulação Lira Maia não aparece. Nesta, Alexandre Von tem 37,1% das intenções de votos, Antonio Rocha (22,7%), Maria do Carmo (11,0%) e Helenilson Pontes (4,7%). Brancos e nulos somam 9,0% e 15,4% não quiseram responder.

Apoio de Lira Maia é o que mais influencia decisão do eleitor

A pesquisa Perspectiva/O Estado do Tapajós quis saber ainda qual a importância do apoio político de algumas lideranças para o eleitor santareno. O deputado federal Lira Maia aparece como o maior apoiador, ou seja, o seu apoio a algum candidato é que tem o maior poder de influenciar os votos dos eleitores. Segundo a pesquisa, se um candidato for apoiado por Lira Maia, 40,1% dos eleitores dizem que a vontade de votar neste candidato aumenta. Apenas 11,4% disseram que a vontade de votar em um candidato diminui se ele tiver o apoio de Maia. Para 31,4%, seu apoio não interfere.

Já o apoio da prefeita Maria do Carmo a um candidato é praticamente irrelevante para o eleitor. Apenas 9,4% dos eleitores teriam aumentada a vontade de votar em um candidato se ele fosse apoiado pela prefeita. 19,1% disseram que esta vontade diminui e 51,2% se disseram indiferentes. O apoio da governadora Ana Júlia também é irrelevante, segundo a pesquisa. Somente 6,4% dos entrevistados disseram que votariam em um candidato por causa do apoio da governadora. 20,1% disseram que este apoio faria diminuir a preferência pelo candidato.

O apoio dos ex-governadores tucanos Almir Gabriel e Simão Jatene também influencia pouco a decisão do eleitor. Se Almir Gabriel apoiasse um candidato, este apoio influenciaria positivamente apenas 5,0% dos eleitores. Para 19,4% o apoio é negativo e 53,8% acham irrelevante. O apoio de Simão Jatene faria apenas 5,4% dos eleitores aumentarem a vontade de votar em um candidato. 19,4% dizem que terão esta vontade diminuída com o apoio dele. Para 53,2%, o apoio não tem influência nenhuma.

Já o deputado federal Jader Barbalho, se apoiar um candidato, influencia 7,7% dos eleitores a votar neste candidato. 17,4% dizem que teriam diminuída a vontade de votar em alguém que tenha o apoio de Jader. Para 53,5% este apoio não interfere em nada.

Surpresa - Na sexta simulação de disputa feita pela pesquisa, a prefeita Maria do Carmo não aparece como candidata. Alexandre Von venceria com folga, com 41,1% das intenções de voto. Em segundo aparece Antonio Rocha, com 23,7%, seguido por Helenilson Pontes (5,4%) e Delano Riker (4,0%). Não souberam responder 16,4%e outros 9,4% disseram que votariam em branco ou nulo.

Na sétima e última simulação, nem Lira Maia nem Alexandre Von aparecem como candidatos. Neste cenário, Antonio Rocha venceria a prefeita Maria do Carmo, com 32,4% das intenções de voto contra 15,7% da prefeita.

A surpresa neste sétimo cenário é que o Dr. Erick Jenings aparece com 13,7% das intenções de votos, desbancado Helenilson Pontes, que foi candidato a deputado federal na última eleição. O advogado tem apenas 7,4% da preferência do eleitorado neste cenário. Delano Riker aparece com 3,7%, brancos e nulos somam 9,7% e outros 17,4% não souberam ou não quiseram responder.

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