Plenarium: Uma aula de jornalismo em revista

Talvez o maior desafio de uma política de comunicação para a Câmara dos Deputados seja equacionar a dissintonia entre a crescente importância do Poder Legislativo brasileiro na estabilidade institucional e na legitimação de políticas públicas governamentais, e a não percepção desse valor, de forma explícita e contínua, pelo conjunto da sociedade brasileira.
Um olhar mais exigente poderá observar que esse problema, de certa forma, se dá na maioria dos países ocidentais, consideradas as nuances políticas, culturais, jurídicas e conjunturais de cada nação. Essa aparente ausência de identidade dos Parlamentos é, certamente, uma das conseqüências da crise do estado-nação contemporâneo, em que a globalização constitui sua expressão jornalística mais bem acabada.

Daí o conjunto de reformas estruturais que se verificam em todos os continentes, sugerindo, inclusive, uma releitura do papel dos legislativos nacionais. Instrumentos jurídicos consagrados no século XX são hoje revistos e readaptados aos desafios sociais, tecnológicos e econômicos contemporâneos. Se na Europa, existe o Parlamento Europeu, na América Latina, apesar das institucionalidades distintas, foram criados o Parlamento Latino-Americano (Parlatino), o Parlamento Centro-Americano (Parlandino), e já surgem algumas discussões em torno de um futuro Parlamento do Mercosul.

É com essa percepção que temos procurado estimular o trabalho dos nossos veículos de comunicação na Secom – televisão, rádio, jornal e agência - e foi com essa inspiração que percebemos a necessidade de se ter, na Casa, uma publicação de referência. A PLENARIUM, em boa hora, vem se somar aos nossos instrumentos de comunicação, agregando à nossa tarefa uma atribuição a mais: a de trazer, de forma sistemática e orgânica, a reflexão da academia, dos pesquisadores e da inteligência nacionais para os debates que a sociedade brasileira, por meio dos seus representantes, remete para a Câmara dos Deputados. E, claro, é importante sublinhar, PLENARIUM será, sobretudo, mais um espaço para os parlamentares e servidores da Casa contribuírem para esse instigante desafio do nosso tempo que é o debate para a construção do futuro.

Certamente, não será nessa publicação que iremos equacionar e documentar os desafios que nos despertam, a cada dia, esses tempos de grandes transformações. Mas estamos seguros de que oferecemos ao Poder Legislativo e ao País uma publicação que será uma referência no mercado editorial brasileiro, estimulando a participação e a presença dos centros de excelência brasileiros nos temas que animam as atribuições e responsabilidades institucionais e constitucionais da Câmara dos Deputados.

Márcio Marques de Araújo
Diretor da SECOM

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Márcio é um extraordinário jornalista. Inquieto, compentetíssimo e sobretudo audaz maestro que conduz a Seleção Brasileira da Comunicação na Câmara dos Deputados.

Conduzida, diga-se, com harmonia e presença de espírito.

O que direi sobre a precisão e genialismo de Sueli Navarro - Diretora da TV Câmara, do craque Humberto Martins - Comandante-em-Chefe da Rádio Câmara, do cabeça de área Paulo César Santos, que pilota a Agência Câmara; Cid Queiroz - nosso el Cid - Coordenador de Jornalismo, que passa a bola e arrasa as desfesas do adversário na ponta da cabeça de área: É Gooool!! De novo, de Roberto Seabra, do Jornal da Câmara.

Esses são homens e mulheres daqueles caras que foram talhados para conduzir a inovação naquele que é o mais premiado, reconhecido e referência internacional de jornalismo parlamentar.

Prova de que inteligência e preparo não está circunscrito ao inigualável curriculum. Não mesmo.

Com essa apresentação. Passo a seguir a apresentar um jóia da Corôa: A Revista Plenarium.


Comentários

Ricardo Rayol disse…
Val-André, o autor cita "a dissintonia entre a crescente importância do Poder Legislativo brasileiro na estabilidade institucional". É óbvio que o poder legistlativo é fundamental para uma democracia. Mas as ações fisiológicas e interesseiras dos seus representantes levam a percepção que são absolutamente desnecessários. Somente seria crescente se eles realmente legislassem para o povo e pelo povo.

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