Cerco sobre Zé Dirceu





PSDB quer declarações de Dirceu na denúncia


Ana Maria Campos - Da equipe do Correio

MENSALÃO
A entrevista do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu à revista Piauí pode ser usada pelo Ministério Público como argumento para fortalecer a denúncia do mensalão. Os líderes do PSDB na Câmara, Antônio Carlos Pannunzio (SP), e no Senado, Artur Virgílio (AM), protocolaram ontem na Procuradoria Geral da República pedido de inclusão da reportagem no processo em tramitação no Supremo Tribunal Federal (STF) em que Dirceu responde por formação de quadrilha e corrupção ativa. A avaliação do PSDB é de que declarações do petista reforçam a acusação de que ele sabia das operações suspeitas do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e ainda chefia o suposto esquema.

Num dos trechos considerados mais controversos, Dirceu fala que a sede do PT em Porto Alegre foi construída com recursos de caixa 2, “em malas de dinheiro”, quando a legenda era comandada no Rio Grande do Sul por integrantes da esquerda petista. Mesmo assim, ele teria sido solidário aos colegas de partido quando houve denúncias sobre o assunto. O ex-ministro reclama de que não teve de seus correligionários, adversários internos, a mesma solidariedade no momento em que foi alvo da grave crise política do mensalão e acabou perdendo o mandato de deputado federal. Em nota, Dirceu disse na semana passada que não falava com conhecimento de causa e se referia a denúncias feitas por adversários do PT no Rio Grande do Sul.

Na reportagem, Dirceu também fala pela primeira vez publicamente sobre a atuação de Delúbio, um dos 40 réus da ação penal do mensalão. “Esse pessoal (a esquerda do PT) é assim: chegava para o Delúbio e falava: ‘Delúbio preciso de um milhão’. Como é que alguém vai arrumar esse dinheiro assim de uma hora para a outra?”, questionou o ex-ministro. “O pobre do Delúbio tinha de ir aos empresários conseguir doações. Aí estoura o mensalão e esse pessoal vem dizer que o Delúbio era o homem da mala. O que não dizem é que a mala era para eles”, afirmou.

Arthur Virgílio também defende a instalação de uma CPI no Senado para apurar o suposto uso de caixa 2 do PT no Rio Grande do Sul. Ele diz que vai começar a recolher as 27 assinaturas necessárias, sob argumento de que há fatos novos que justifiquem uma nova apuração no Congresso sobre as operações de Delúbio.

Comentários

Ricardo Rayol disse…
E vamos aguardar os próximos capítulos
Vamos, mas o indigitado terá que gastar muito mais do que um implante de cabêlos.

Pergunto como esse tipo um dia ainda foi líder de alguma coisa...num bem acabado país de tontos ele está muito rico meu amigo.

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