A música eletrônica é a locomotiva de vendas



















As máquinas de luxo da música eletrônica francesa

Chama-se de “French Touch” a técnica e a sensibilidade que, em dez anos, alçaram, a música eletrônica* francesa à posição de modelo de criatividade e inovação. Tecno, house, trance, garage*…, os reis do French Touch misturam gêneros, que são mixados* nos clubes*, fazem experiências na produção e compõem os próprios álbuns.


Apesar de serem, por vezes, pouco conhecidos na França, eles se tornaram verdadeiros porta-vozes no exterior, lotando os lugares mais badalados do planeta graças ao som universal e aos hits, a maioria em inglês. Símbolos de certa “classe” à francesa, estrelas discretas ou melhores amigos dos VIPs*, os reis da música eletrônica francesa permitiram que fosse conhecida uma corrente até então exclusiva dos iniciados. Apresentação.


Laurent Garnier, o porta-voz
Pioneiro da música eletrônica na França, Laurent Garnier, quarenta e um anos, é considerado um dos melhores DJs* do mundo. Em 1987, começou na profissão trabalhando no Hacienda, clube mítico de Manchester (Grã-Bretanha), antes de brilhar nos maiores clubes franceses. Ele imprimiu uma marca de nobreza ao dance, tornando-se o primeiro artista do gênero a receber em 1998 o troféu Vitória da Música, concedido anualmente pelos profissionais da área. Eclético, trabalhou, por exemplo, com companhias de dança contemporânea. Sua carreira, feita de experimentações, foi resumida em uma coletânea best of*, Retrospective1994-2006, lançada em 2006.


Duplas inovadoras
A música eletrônica francesa gosta das duplas, fórmula essa que proporciona encontros com estilo e certo gosto pela performance.


Uma figura de primeira grandeza dessa tendência desde o fim dos anos 90 são os Daft Punk. Sempre mascarados (nunca mostraram o rosto), souberam, pela raridade, construir um verdadeiro mito em torno de sua música. Seu primeiro disco, Homework, lançado em 1997, de eletro-rock saturado, hipnotizante, continua sendo o maior sucesso mundial da música eletrônica francesa (2 milhões de exemplares vendidos no mundo todo). Discovery, segundo disco (lançado em 2001) faz um disco-pop futurista, criando um gênero único. Em 2007, volta à cena com seu primeiro filme, Daft Punk’s Electroma, exibido em Cannes em 2006.


Encontro de dois produtores, Cassius assinou remixes* para os maiores: Depeche Mode e Björk. Misturando house, hip-hop* e funk*, sua música faz enorme sucesso na Inglaterra. O primeiro disco, cujo nome é 1999, vendeu mais de 250.000 cópias no mundo. Dois discos seguiram-se, o último em 2006, 15 Again, com convidados ilustres, como o cantor M.


Considerado por muitos como o promissor herdeiro de Daft Punk, o grupo Justice, sem ainda ter realmente lançado disco, já é uma referência mundial. Formado por dois parisienses que fizeram remixes para Franz Ferdinand, Daft Punk e até... Britney Spears!


Amantes de baixos eletrônicos saturados e especialistas em “ruídos”, os dois simbolizam a cena musical do futuro.


DJs de classe mundial
Os DJs franceses são exportados em grande número por todo o planeta. Sua capacidade de atrair multidões nas festas mais concorridas fez com que se tornassem famosos. Entre eles, quatro nomes particularmente requisitados:


Stéphane Pompougnac é o rei do lounge, música ambiente, hipnótica, escolhida pelos cafés da moda de Paris a Nova Iorque. Seu reino, o Hôtel Costes, em Paris, tornou-se o símbolo desse movimento que é, ao mesmo tempo, barroco e de vanguarda.


Bob Sinclar tornou-se conhecido do grande público por seu gosto eletro-pop totalmente disco, sua música acessível a todos e sua capacidade de compor hits potentes, próximos à canção, como Love Generation, que fez de Sinclair o DJ francês mais popular.


Martin Solveig, especialista em house, tornou-se conhecido por seus mixes no Palace, famoso clube parisiense. Multiplicando influências, esse ex-dançarino impôs seus ritmos alucinantes na França e no exterior depois do segundo disco, Hedonist, lançado em 2005. Um terceiro, So Far, chegou às lojas no início de 2007.


David Guetta encarna, finalmente, o lado mais “VIP” da música eletrônica francesa. Verdadeira estrela do show-business, ele se impôs como empresário de destaque da noite parisiense dos anos 2000 e da de Ibiza (balneário da moda em uma das Ilhas Baleares, na Espanha) lugar privilegiado dos night-clubbers *. Muito dançante, influenciada tanto pela house quanto pela disco, marcada por hits como Money ou Love don’t let me go, sua música faz a alegria das boates e das compilações* de todo o tipo.


A nova geração
Ainda mais eclética do que as de seus precursores, uma nova onda de músicos eletrônicos franceses conquista seu espaço. E as moças entram na dança.


Figura da cena underground, aplaudida na Alemanha e na Grã-Bretanha antes de ser conhecida na França, Mis Kittin encarna a corrente trash*. Seu som é frio, estrito e eficaz, sintético, repetitivo e dançante. Seu último álbum, Bugged Out, foi lançado em 2006.


“Djette” [DJ mulher] aclamada pela noite parisiense, a DJ Chloé, artesã diferenciada, navega entre o minimalismo, os sons trash e um talento inegável para as ondas hipnóticas. Multiplicando as colaborações, ela lançou três álbuns, entre os quais The Disfonctional Family, em 2006.
Wax Tailor, enfim, representa o bem-sucedido encontro entre o hip-hop, o trip-hop, o jazz e a música eletrônica. Mestre do sample*, mesclando trechos de diálogos, músicas antigas e composições próprias, ele acaba de lançar seu segundo disco: Hope & Sorrow.

Pierre Langlais, jornalista


Wax Taylor, encontro bem-sucedido entre o hip-hop, o trip-hop, o jazz e a música eletrônica.

Sites oficiais dos artistas na Internet: biografias, fotos, trechos de músicas, vídeos, fóruns, turnês, etc.
• Cassius: http://www.cassius.fm/
• Laurent Garnier: http://www.laurentgarnier.com/
• Martin Solveig: http://www.martinsolveig.com/

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