O que pensa Zé Dirceu sobre o Estado de Carajás?
















José Dirceu e o Estado do Carajás


A cada dia que passa torna-se mais e mais patente a necessidade da redivisão deste verdadeiro continente que se chama Estado do Pará. Argumentos os mais diversificados não faltam. Vão desde a já velha e batida ausência quase absoluta da ação estatal à crônica passividade comunitária consentida. Uns, passivos por ausência de meios para reivindicar apenas o que é seu por direito. Outros, por cega subserviência conveniente. Compreensível.

De público, pelo menos até antes da posse da senhora Governadora, ouviam-se vozes estridentes, heróicas até, em defesa da criação do Estado do Carajás. Após a posse de Sua Excelência, diploma de cidadã marabaense outorgado à unanimidade pela nobilíssima Câmara Municipal de Marabá, como por encanto, eis que os arautos da redivisão estatal, com honradas exceções, emudeceram.

Incompreensível. Por mim falo de cátedra por ter pelo Parlamento Mirim marabaense o maior apreço posto que sem exceção gozo da grande estima de todos e respeito e amizade de alguns.
No ambiente privado tenho ouvido as mais estapafúrdias desculpas dos outrora trombeteadores da criação do Estado do Carajás. Alguns, arrazoados, reconheço. Outros, historicamente viciados em ser governo, parafraseiam o outrora romântico "Che Guevara:"- Hai gobierno? Soy a favor! "Si - replico eu - pero no mucho".

O que nem os passivos atávicos, esses até certo ponto compreensíveis, posto não terem domínio cognitivo pleno da real situação, nem os eólicos de prima nota desconhecem, é que a única saída para a região sul-sudeste paraense é, indubitavelmente, a criação, aliás, a formalização da criação, do Estado do Carajás.

Por interpostas pessoas tenho ouvido que a Governadora Ana Júlia Carepa, que não é passiva nem tampouco eólica, muito menos desprovida de cognição política, ao contrário, seu currículo pessoal e político fala por ela, não é pessoalmente contrária à criação do novo ente federativo. Mesmo porque, ex-senadora, ainda muito jovem para o padrão clássico senatorial, sabe que não terá muita dificuldade para retornar ao Senado Federal após a governança se esse for seu desiderato.

Leio, agora, o senhor José Dirceu declarando em jornal da capital do estado que o desenvolvimento da região passa, inequivocamente, pela rediscussão - leia-se criação - do Estado do Carajás. E quem é o senhor José Dirceu? Aos esquecidos diria apenas que foi e é, até prova em contrário, o mais abalizado e categorizado conselheiro do Presidente Lula, embora dele possa-se falar de quase tudo, menos que seja burro. Foi até recentemente o mais poderoso ministro de estado da era republicana nacional.

Pergunta-se: sua entrevista deu-se ao arrepio do consentimento da Governadora? Responde-se: claro que não. Não é só Deus que escreve por linhas tortas.

O certo é que a luta pela criação do novo estado é duríssima não só pela inação de políticos trânsfugas eleitos para defender o povo na sua soberana vontade, aí incluída a criação do Carajás, e que no percurso bandeiam-se convenientemente para onde pendem seus interesses pessoais. Como se já não bastasse o poderosíssimo loby das regiões Sul e Sudeste brasileiras, que, diga-se, necessário e legítimo para os encargos a que foram democraticamente eleitos pelo seu povo.


Comentários

Zé Dudu disse…
Amigo, dê uma olhada nessa pagina: http://blogdefranciscocastro.blogspot.com/2009/01/criao-de-mais-estados-no-brasil-essa. Ele diz ai que o projeto Carajás foi arquivado.
Olá Ze Dudú.
Já comentei na postagem por você enviada.
Abs.

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