Alô ministro! Cadê a cultura Gil?


















São medíocres as realizações do Ministério da Cultura (MinC), à frente o monumental músico e compositor Gilberto Gil.

Até quadrilha de bandidos mezo músicos, mezo produtores culturais infiltraram-se num esquemão desbaratado recentemente pela Polícia Federal que constatou irregularidades cabeludíssimas na liberação de recursos da Lei Federal de Incentivo à Cultura, apelidada de Lei Rouanet.
Pipocam reclamações que as Leis Estaduais de Incentivo à Cultura padecem de transparência para a liberação de recursos. O critério não é o do melhor ou mais viável projeto, o que parece está prevalecendo é quem indica e quanto eu vou levar pra casa nessa festança.

É desse jeito.

Gilberto Gil é um péssimo ministro e é essa a questão fundamental.

Para começar o be-a-bá, o magistral músico baiano — sou fã de carteirinha do cara — precisaria pelo menos lembrar-se qualquer hora dessas junto à uma fogueirinha de papel, que Cultura é terreno árido, porém transformador quando conduzido sem retórica e sim de maneira prática, objetiva e com foco em resultados paupáveis.

São intermináveis os vetôres que poderia elencar para tecer uma crítica mais abrangente, mas esse não é, sinceramente o objetivo desse post.

Citarei apenas um exemplo: a que trata da política nacional de Museus brasileiros, sob a tutela do MinC.

O site do MinC diz sobre o tema: Política Nacional de Museus o seguinte.

Uma das primeiras ações do Ministério da Cultura, na gestão 2003-2006 (e agora qual é?), foi propor linhas programáticas para uma política nacional voltada para o setor museológico brasileiro. Após um longo e proveitoso debate com a comunidade museológica, o Ministério da Cultura lançou no mês de maio de 2003, as bases da política do governo federal para o setor, com a apresentação do caderno Política Nacional de Museus – Memória e cidadania.
O objetivo da política, disposto no documento, é “promover a valorização, a preservação e a fruição do patrimônio cultural brasileiro, considerado como um dos dispositivos de inclusão social e cidadania, por meio do desenvolvimento e da revitalização das instituições museológicas existentes e pelo fomento à criação de novos processos de produção e institucionalização de memórias constitutivas da diversidade social, étnica e cultural do país”.

Louvável a iniciativa de abrir mais uma Plenária para discussão do tema, mas quem aí sabe me responder qual foi o resultado prático disso?

O que vejo são os Museus e seus responsáveis passando o chapéu aqui e acolá para conseguir uns caraminguás para mantê-los pelo menos abertos. E sabe o que acontece? Num feriado como a Semana Santa, por exemplo, eis que os belíssimos museus paraenses estão fechados!

Não é só no Pará que acontece isso, mas seu que em Minas e em Goiás, na terra do minsitro, a Bahia, em Pernanbuco, São Paulo e Rio de Janeiro os Museus não fecham nos feriados, pelo contrário, é quando mais faturam e assim, pelo menos, justificam a despesa com salários de seus dedicados e abnegados funcionários.

No Pará, minha terra de origem, se a Vale tirar a mão de cima (é a carteira mesmo!) do patrocínio milionário anual que investe nesse setor: danou-se, os Museus sob sua responsabilidade vão virar lixo!

Isso é revoltante, não que ache errado uma grande empresa custear parte das despesas de manutenção, patrocínio de mostras itinerantes que são muito caras ou a própria conservação do espaço em si. Mas o que é aviltante é que não há nada além disso em termos de reais incentivos para que a iniciativa privada o faça à título de abatimento do Imposto de Renda.

Não raro amigos meus aqui de Brasília, gente culta, viajada, que planeja seus passeios com antecedência, estudam os lugares onde irão de férias e traçam um roteiro sempre priorizando visitas à Museus e aos lockis da Gastronomia do lugar a ser conhecido chegam de volta do passeio dizendo-me que não conseguiram visitar tal e qual museu pelo fato do mesmo se encontrar fechado!

Não entra na minha cabeça que o MinC não tenha uma política transversal com o Ministério do Turismo da incorrigível Marta Suplicy.

Parece mentira, mas parace que é água e azeite. O fato é que não tem.

Noutra vertente, não tenho nem idéia se um dia o nobre ministro leu a "Arte na Era de sua Reprodutibilidade Técnica, ensaio do crítico Walter Benjamin publicado em 1936, quando o autor se encontrava refugiado em Paris devido à perseguição dos judeus alemães pelo regisme de Hitler.

Lá estão enfileirados os fundamentos e as potencialidades artísticas — essencialmente numa dimensão política — decorrentes da reprodutibilidade técnica. Em épocas anteriores a experiência da obra de arte era condicionada pela sua "aura", hoje, porém, isso mudou. Acho até que o artista Gilberto Gil também deve discordar de um conceito da era 30, no entanto, seria essencial o comandante dos desígnios da cultura brasileira, baiano que é, autor da obra ultramoderna "Parabolicamará" (veja aqui a discografia do monstro sagrado) revesse os critérios que tem adotado no que toca à vexatória política cultural que está à frente.

Não há, rigorosamente, nem mesmo uma fruição do Cultura em Movimento (na certa o rapaz está com cãimbra e não sai do lugar), não existe uma única ação do ministério da Cultura de impacto quer seja regional, para ser leve; dirá com repercussão nacional.

— Ministro, não se ofenda, mas peça para sair. Você é muito mais Luminoso no palco.

O MinC já teve tempos muito melhores e deixe os meadros da administração política cultural para quem sabe fazê-lo.

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