Marina Silva diz que sem repressão desmatamento continuará em curva ascendente

J. Batista













Para a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva que questionou a "unanimidade" no Congresso contra as ações de comando e controle desencadeadas na Amazônia através da Operação "Arco do Fogo", em audiência pública hoje na Câmara dos Deputados, as críticas não procedem: "Existem muitas contradições e diferentes olhares. Isto mostra que, de fato, o problema ambiental na região Amazônica ainda está sem solução".

A audiência foi realizada pela Comissão da Agricultura com o objetivo de discutir a situação dos Estados que estão incluídos no Arco do Fogo e as medidas adotadas pelo Governo Federal no sentido de conter o desmatamento na região Amazônica.

Questionada sobre as inquietações no que diz respeito à incapacidade de o Estado gerir as políticas públicas ambientais e com relação às medidas adotadas pelo Governo Federal desde que qualificaram 36 municípios como os que mais desmataram. Parlamentares de diferentes bancadas estaduais discutiram e cobraram da ministra Marina Silva uma posição acerca das ações punitivas e da presença da Polícia Federal, do Incra na região inviabilizando o setor produtivo, engessando o desenvolvimento regional e criminalizando produtores rurais e empresários do setor madeireiro.

Apesar de terem questionado e sustentado seus posicionamentos, a ministra Marina Silva reagiu aos questionamentos criticando a unanimidade dos parlamentares: "esta unanimidade não se traduz em ação prática. Precisamos definir um caminho de volta para a legalidade. É preciso estender e ampliar o debate", sem apresentar, no entanto, uma saída para o impasse criado com a repressão desencadeada pelo governo federal num município que sequer está na lista dos maiores desmatadores.

Em Tailândia, no Pará, tão logo os agentes de repressão da Polícia Federal, da Força Nacional de Segurança e do Ibama arredaram o pé, um "onda" de saques à supermercados, lojas e invasões de terras foram desencadas por grupos que dizem estar sem alternativa de sobrevivência após as demisssões ocorridas na operação de fiscalização, apreensão e prisões.

O deputado federal Zequinha Marinho (PMDB/PA) questionou: "tem de haver equilíbrio entre ações que instrumentalizem o Estado a atingir a legalidade e entre ações que punam. Por enquanto, o Governo só pune. Eu não acredito que o Governo esteja dialogando. Ele já definiu sua estratégia e forma de atuação acerca da questão ambiental. Vejo isto de forma negativa para o Estado paraense e para o Brasil. Se dialogar é decretar, então não está havendo diálogo".

Colaborou: Fernanda Vasques

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