O PT por um de seus fundadores
Que partido é esse?
* Gilvan Rocha
Participamos da fundação do Partido dos Trabalhadores – PT. Percorremos os sertões, serras e litorais do Ceará, levando o nome do Partido. Acreditávamos que, em função de sua base social, esse partido acabaria por encarnar os interesses históricos dos trabalhadores, superando os limites do trabalhismo, ou seja, do reformismo próprio das massas populares, seja no Brasil ou em qualquer outro país.
Mas, na verdade, o PT, no que pese sua formação inicial, não tinha discurso plausível. É uma lenda muito mal contada pretender que esse partido, no seu início, tinha um propósito socialista, anticapitalista. Todo o seu discurso resumia-se em se colocar como um partido diferente, cujo propósito seria inaugurar uma nova forma de fazer política. Daí, “avançou” para o discurso moralista, dizendo, como crê a maioria da população letrada e iletrada, que estaria bem se houvesse honestidade no trato da “coisa pública”. Essa postura deu margem a que Leonel Brizola, numa felicidade monumental taxasse o PT como a “UDN de macacão”.
Após o seu “avanço” para o moralismo, o partido descambou para a defesa da tese burguesa de que o capitalismo é bom desde que governado com competência, honestidade, abnegação, criatividade e, assim, cunhou o lema: “O modo PT de governar”. Esse “modo” haveria de tornar o capitalismo humanizado.
Assim o PT, depois de conquistar algumas prefeituras, conseguiu chegar ao governo com a eleição do Lula para a Presidência da República. E aí, estamos vendo a que está reduzido o famoso “modo PT de governar”. Para os miseráveis, o Bolsa Família ao custo módico de 11 bilhões de reais. Para as centrais sindicais e estudantis, o engessamento completo e para a grande burguesia os vultosos lucros.
Ao lado disso, alianças íntimas com a bandidagem política destacando-se as figuras de Jader Barbalho, Renan Calheiros, Romero Jucá, José Sarney e, por ultimo (pasmem) o sinistro Fernando Collor para alegria dos corruptos. Esso sim, é o “modo PT de governar”, lá e cá, para desgraça nossa.
* Gilvan Rocha é Presidente do Centro de Atividades e Estudos Políticos – CAEP
Comentários
Pra nós, que fomos estudantes universitários e que, invariavelmente "vestimos" essa camisa vermelha, é difícil entender o que acontece hoje... A pior queda que se pode ter é quando se descobre que todos os ideáis estudantis não passam de discurso barato, perfume barato.
Sinto pelo país e em especial pelo Sudeste do Pará.
Abraços e o jeito é arregaçar as mangas e tentar dar um rumo melhor pras coisas.
nada? nada? nada???????
ass:trabalhador aposentado,
indignado caetano