Caravanas do SIM percorrem todo o Pará

Fotos: Val-André Mutran















Lideranças favoráveis à emancipação das regiões Sul e Oeste do Pará intensificaram a campanha Pró-Carajás e Tapajós em vários municípios localizados em regiões que ficarão no mapa do Novo Pará. Grupos organizados pela sociedade organizam de maneira espontânea: palestras, adesivagens, encontros, debates e reuniões nos municípios que compõem o mapa dos pretensos novos estados. A campanha cresce e o objetivo maior é informar de maneira clara e objetiva o que o eleitor vai decidir no próximo dia 11 de dezembro, data do plebiscito sobre a divisão do Pará.

Palestras em Câmaras Municipais esclareceram eleitores que se declararam contrários à divisão. "Chegávamos para a palestra num clima visivelmente contrário à nossa tese, mas, após a explanação e debates, os que eram contrários convenceram-se que as vantagens dessa emancipação impactará positivamente o município em que residem, assim como todo o território paraense", garantiu o deputado federal Giovanni Queiroz, coordenador da Frente Pró-Carajás.
















Os debates provocam perguntas no público presente que são respondidas de maneira clara e objetiva. Muitos eleitores eobservam os argumentos apresentados pelos deputados pró-emancipação que apresentam planilhas, levantamentos técnicos e cruzamento de informações compiladas em estatísticas de órgãos oficiais do governo federal e estadual, provando que a divisão é a única saída para uma eminente "quebra" do Estado. "A situação é preocupante. O Pará, neste ano, dispõe de apenas R$ 178 milhões para investimentos em todas as áreas. Isso não é suficiente nem para recuperar a PA-150 até o município de Jacundá, há 440 quilômetros de Belém", disse o presidente da Frente Pró-Carajás João Salame.

Importantes políticos hipotecam apoio ao SIM após os debates. "Ao analisarmos os expressivos recursos que serão destinados ao nosso município, não resta dúvidas que a divisão será melhor para o nosso município e o melhor para todos os paraenses.", garantiu um prefeito que pediu para não ser identificado por temor à represálias.

O deputado Giovanni Queiroz esclarece que o Tocantins, criado a apenas 23 anos, possui uma malha viária asfaltada e de boa qualidade e melhor do que o estado do Pará que experimentou a sua independência político-administrativa há quase dois séculos. "Chegou a hora de mudarmos essa realidade e termos coragem de avançar para um futuro com justiça social e melhoria de nossa qualidade de vida". Como podemos ficar passivos ao saber que 40% de nossa população está abaixo da linha de pobreza?", questiona.

Segundo Queiroz, a criação do Carajás e do Tapajós permitirá a oportunidade de melhorar o conjunto de nossa sociedade", garantiu.

"O homem mais humilde do Tocantins tem o direito de ter um sonho de poder chorar de emoção ao ver o seu filho receber um diploma de doutor", destacou o deputado Giovanni Queiroz. "Aqui não temos essa possibilidade porque não temos sequer as faculdades ou universidades", concluiu ao citar apenas um dos setores que avançaram no estado vizinho após sua emancipação de Goiás há 23 anos.

"Temos que ter a coragem da mudança e criar os dois novos estados", disse Giovanni Queiroz.

Comentários

Anônimo disse…
COMENTÁRIO DE ANDRE PAXIUBA SOBRE AS PALAVRAS DO GOVERNADOR SIMÃO JATENE APRESENTA DADOS INTERESSANTES.

Permita-me lembra-lhe governador de alguns números para o senhor refletir melhor: O Pará possui algo em torno de 5.300km de rodovias estadual asfaltada. No Tapajós são apenas 127km; em 2010 o governo do estado gastou em despesas públicas e investimento aproximadamente R$ 12 bilhões de reais. No tapajós que detém 58% de todo território do Pará, o gasto foi de R$ 520 milhões, menos de 5%. A renda percapta do município de Santarém está estacionada em R$ 454,00 reais. O governo não tem capacidade de investimento pois fecha o ano com déficit fiscal de (R$ 110milhões em 2010). Como dar solução a esses problemas com um Estado gigante e deficitário? A solução governador é mesmo a emancipação do Tapajós. Diga 77 o senhor também.

O Pará já está dividido, sempre esteve. Portanto, que seja legalizado como tal, já que um povo não pode viver subjugado. O povo não pode ser infeliz. Pessoas não podem conviver com mágoas. Vamos votar Sim ao Tapajós, será nossa carta de alforria.

O plebiscito é um processo democrático – Esta é a primeira vez que o povo do Pará é chamado para tomar uma decisão importante, decisão que pode mudar sua vida para melhor. Mas as velhas elites políticas de Belém não gostam disso. Tudo que pode ser melhor para o povo contraria a vontade dessas elites, acostumadas a mandar e decidir pelo povo, a se dar bem com o dinheiro público. Esta é uma rara oportunidade que têm os paraenses para mudar o rumo da sua própria história e construir um futuro melhor para esta e as gerações futuras.

ESTADO DO CARAJÁS E TAPAJÓS É DESENVOLVIMENTO.
Te manca Anônimo. Você e nada e nada é a mesma coisa pra mim. Fica ai lambendo o teu patrão.
Anônimo disse…
Carajás e Tapajós:
Dividido em três, o Pará será mais rico e mais cobrado pela população
Artigo: Leonardo Attuch /
Colunista da ISTOÉ

Nas mãos dos eleitores do Pará, no domingo 11, o Brasil tem uma chance histórica para dar dois passos à frente. Cerca de 4,6 milhões de paraenses irão às urnas para votar no plebiscito que pode dividir sua atual área territorial em três, criando dentro dela os Estados de Carajás e Tapajós. À primeira vista, de pronto se enxerga mais políticos (dois governadores, seis senadores, dezenas de deputados federais e estaduais) e novas estruturas de poder (sedes governamentais, assembleias legislativas, etc.). Uma antevisão, infelizmente, forte o suficiente para embotar a razão, mas que precisa ser ultrapassada. Esses dois novos Estados, se aprovados, terão extrema importância para a economia não só do Pará, mas de todo o Brasil.

Tome-se, em benefício da análise, as mais recentes criações de Estados no Brasil. É consensual, hoje, que o corte do antigo Mato Grosso em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, efetuado em 1977, foi um acerto de duração permanente, mesmo tendo ocorrido em plena ditadura militar. A divisão daquela imensa área levou para municípios e populações antes desassistidas novos serviços públicos. Estes, por sua vez, aceleraram o desenvolvimento econômico e social regional, consolidando atualmente Mato Grosso do Sul como um dos maiores produtores de alimentos do País. Não houve, como contrapartida, qualquer esvaziamento da riqueza inerente a Mato Grosso. Mais recentemente, em 1988, nasceu, de um vértice de Goiás, o Estado do Tocantins. Imediatamente após sua criação, a nova capital, Palmas, tornou-se um grande polo de atração de indústrias e serviços.

Onde hoje há apenas o gigantesco Pará, com seu 1,24 milhão de km² (equivalente a quatro Itálias!) de conflitos sociais e péssimos indicadores de ­desenvolvimento humano, amanhã o quadro tem tudo para ser outro – caso os eleitores locais superem a desinformação inicial e abram passagem para o crescimento. Vítima do desmatamento, por meio do qual o banditismo impera e se produz um noticiário repleto de crimes políticos e chacinas, sabe-se, há muito, que a atual estrutura de governo do Pará é insuficiente para elucidar todas as suas complexas equações. Os fracassos administrativos se acumulam, governo após governo, à esquerda ou à direita. A verdade é que há, naqueles limites, um Estado cujo tamanho equivale ao de vários países europeus, mas apenas um único e singular governo.

Ao mesmo tempo, Carajás e Tapajós nasceriam sobre terras férteis para a agricultura, ricas para a mineração e amplas o suficiente para que nelas conviva o gado. Administrações mais próximas da população local seriam mais cobradas, melhor fiscalizadas e teriam, dessa forma, renovadas condições para preencher o atual vácuo administrativo.

O Brasil, cujo tamanho territorial é comparável ao dos Estados Unidos (8,5 milhões de km² contra 9,6 milhões de km²), chegou a um PIB de US$ 2,19 trilhões em 2010. O irmão do Norte, mesmo combalido, atingiu US$ 14,7 trilhões – mais de seis vezes maior. Aqui, são 27 Estados. Lá, 50. A relação entre produção de riquezas, território e organização administrativa, goste-se ou não, é direta.

EMANCIPAÇÃO E DESENVOLVIMENTO
Anônimo disse…
SE A EMANCIPAÇÃO SERÁ RUIM, PORQUE O GOVERNO NÃO QUER ENTREGAR O OSSO.

Do Carajás e Tapajós só querem as tais riquezas, as mesmas que receberam de presente há mais de 300 anos, sem precisar fazer nenhum esforço e pelas quais nunca trabalharam para que dessem frutos. E ainda chamam o povo de Carajás e Tapajós de usurpadores, interesseiros e aproveitadores, esquecendo que foram eles, não os paraenses "da gema", que verteram sangue, suor e lágrimas para desenvolver a região, apesar do abandono estatal histórico a que estiveram relegados. Bem, a educação no Pará é muito ruim e talves os paraenses ainda não tenham aprendido o real significado das palavras "usurpadores", "interesseiros" e "aproveitadores".
Anônimo disse…
Paulo Henrique Amorim, jornalista respeito em todo o País, desmente o NÃO e deixa belenenses furiosos.

As despesas com a implantação da máquina administrativa e as vantagens e as desvatagens para as regiões do Estado com relação ao Fundo de Participação dos Estados (FPE) a partir da proposta de criação dos estados do Carajás e Tapajós, desmembrados do Pará, continuaram a ser os temas principais do horário de propaganda política das frentes contra e a favor da divisão do Estado no plebiscito de 11 de dezembro, ontem à noite, na televisão.

A Frente a favor da criação do Estado do Tapajós exibiu uma entrevista com o jornalista econômico Paulo Henrique Amorim, que afirmou não ter como não dar certo a divisão do Pará. Ele argumentou que o Estado do Tocantins era pobre, até mais que o Tapajós, e passados 22 anos, é o quinto Estado mais desenvolvido do País, enquanto Goiás é o nono. A mesma situação de desenvolvimento, segundo o jornalista, aconteceu em relação aos estados do Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul. A participação do jornalista na campanha do "Sim" causou surpresa em Belém e até um clima de indignação entre eleitores do "Não" nas redes sociais. Muitos consideraram que um jornalista da região Sudeste do Brasil não deveria opinar sobre uma questão interna do Pará. O nome do jornalista figurou durante um bom tempo entre os assuntos mais comentados no Brasil no Twitter.

Em seu pronunciamento, Paulo Henrique Amorim reafirmou a previsão de que com a divisão do Estado, os R$ 2,9 bilhões do FPE repassados hoje ao Pará passariam a ser de R$ 5,9 bilhões, ou seja, R$ 3 bilhões a mais por ano, a serem divididos entre os três estados. Sobre a perda de receita ao Pará com a divisão, Amorim destacou que o Pará ganharia com a exportação de minérios de Carajás, enquanto o novo Estado é que sofreria os efeitos da Lei Kandir, que desonera na origem a exportação de bens primários. O jornalista ressaltou que, com a divisão, em um primeiro momento, o Pará seria beneficiado pela estrutura de portos, aeroporto, indústria e áreas para produção de biodiesel; Tapajós ganharia uma estrutura de gestão e de investimemtos futuros e Carajás seria beneficiado com o aproveitamento de seus rebanhos e estrutura de frigoríficos.

A emancipação trará desenvolvimento a toda essa região.

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