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Entrevista no BLOG do Josias de Souza com o presidente da CUT, João Felício:
- O que acha da tese do impeachment?
Não consigo nem imaginar que um pedido de impeachment prospere.
- Caso prospere, haverá reação?
Se algum tresloucado do neoliberalismo avançar nessa direção, nós vamos reagir.
- A posição é consensual no movimento social?
A esmagadora maioria pensa assim. Não vamos aceitar isso pacificamente. Não seremos meros expectadores de ações golpistas, udenistas ou qualquer nome que se queira dar.
- A OAB analisa a viabilidade do impeachment. O que acha?
Espero que a OAB não entre com uma proposta dessa natureza. Falar em impeachment do Lula é loucura. Vai dividir o país.
- A denúncia do Ministério Público não repôs o tema em pauta?
Para pedir impeachment, precisa ter um fato muito concreto. Não pode ter ilação. Impeachment é coisa séria, não é como comprar rabanete na feira. Na denúncia do Ministério Público não aparece a responsabilização do Lula.
- Há uma articulação para se contrapor ao impeachment?
Nesta terça-feira, aqui na CUT, faremos uma reunião dos movimentos sociais. Estaremos nós, o MST, a UNE... Chamamos também presidentes de alguns partidos: o Ricardo Berzoini (PT), o Renato Rabelo (PC do B), o Eduardo Campos (PSB). É um encontro de análise da conjuntura política. E vamos tratar desse assunto.
- A causa é forte o bastante para levar gente às ruas?
Tenho certeza absoluta. Não vamos aceitar que aqueles que têm saudade do poder retornem desse jeito. Quem quiser o poder que vá às urnas. O Lula tem suporte popular. Se for preciso, vamos provar isso. Quem tentar vai dar um tiro no pé.
- O feitiço do impeachment pode virar contra os feiticeiros?
Vai virar. Vai ficar clara a tentativa de derrubar um presidente que tem um olhar para o social muito mais avançado do que qualquer outro presidente na história.
- Qual a capacidade de mobilização dos opositores do impeachment?
Só a CUT tem 3.300 sindicatos filiados. Temos uma base de associados de 7,2 milhões de trabalhadores. No nosso caso, não será uma reação da CUT, como instituição. Quem não aceita é a militância sindical.
- Até onde vai o apoio da CUT ao governo?
Ninguém determina as opções da CUT. As nossas postulações, a nossa agenda são determinadas pela CUT. Somos contra, por exemplo, o superávit fiscal do governo Lula. Mas achamos que, para chegar aonde a gente quer, o Lula é o mais adequado. No mundo do trabalho, ninguém vai nos provar que a coisa piorou. Temos provas concretas de que melhorou. O Lula, para o que a gente quer, é melhor do que o FHC ou o (Geraldo) Alckmin, que vai radicalizar o que o Fernando Henrique fez.

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