Marabá 93 anos

Lindo texto publicado na Coluna Política e Desenvolvimento, do Jornal Correio do Tocantins, edição de sexta-feira, 7 de abril, do jornalista e advogado Ademir Braz, escrito com paixão pela minha querida amiga a advogada Marileuda Bezerra.

Eu te amo, Marabá

Da janela vejo os ônibus iniciarem suas jornadas. Primeiro, passa o da Bertin, depois os outros. Folha 15, 16, 17, Morada Nova, Folha 13, 33, 34, Cidade Nova, Novo Horizonte, Liberdade, e por aí vai...Logo após, sai o Marão em sua bicicleta para seu exercício matinal. Um vôo aterrisa, vem de Belém. Marabá está acordando para mais um dia de muitas labutas. No cais, a água sobe e aos habitantes da Velha Marabá não causa medo nem espanto. Caso houvesse enchente, dizem os da Alkindar, já estaríamos há tempos exilados. Para os nascidos e criados no Núcleo Pioneiro, na intimidade conhecido por Velha Marabá (vejam bem, não Marabá Velha), ficar mais de 30 dias longe do lugar mais aconchegante e charmoso do planeta (quanta modéstia!) traduz a exata condição de expatriado.E o pôr-do-sol nos dias de agosto? E o balneário Mangueira nos dias de terça-feira pela manhã, excelente papo, geladas e a paisagem, que paisagem!As duas pontes e, entre elas, Marabá. Nome forte. Doce. Que traz saudade quando se está longe. Que nos identifica dentro do Pará. Marabá hoje. Lotada de mendigos, tanto verdadeiros como falsos, crianças pedintes, crianças prostitutas, crianças drogadas, crianças... Marabá dos mil empregos e dos desempregados. Dos imigrantes maranhenses, da floresta sacrificada.Gosto, porém, de lembrar com muito prazer daquela Marabá onde nasci, aqui, nesta mesma casa onde traço estas poucas linhas. Era como um pequeno condado americano onde todos se conheciam. Vivíamos bem (bendita castanha), os pais viram realizado o sonho de educar seus filhos todos os da minha geração possuem 3º grau), estudávamos em um colégio de freiras cuja diretora francesa, Madre Margarida, nos exigia cantar, além do hino nacional brasileiro, a Marselhesa e a Ave Maria no início das aulas. “Je vous salue Marie, pleine de grace...” Dias de pura ventura, não fazia calor à noite, pois todos dormíamos de mosquiteiros cortinados, sem ventilador. Na praça Duque de Caxias, a paquera corria solta. Todos os dias da semana e principalmente aos domingos, quando era um tal de emparelhar bicicleta, de onde alguns emparelhamentos resultaram em casamentos estáveis e duradouros. Terra de mulheres bonitas, onde faço destaque para as belíssimas Elizabeth Gaby e Éder Macias, cujas entradas triunfais nos bailes do Municipal causavam frisson na galera do sereno. Daria para escrever 1.521.053 páginas de puro amor por você, Marabá. Mas o tempo urge e, singelamente, desejo apenas que continues como és: simples, acolhedora, boêmia, maravilhosa, minha, sempre e unicamente minha terra natal. (Marileuda Bezerra)
Só acrescento ao rol infindável de mulheres lindas, a Maria Tereza Mutran Pereira, sem modéstia, minha mãe e Ana Moussalem Mutran, minha tia, duas belas mulheres.
Saudades de você amiga. Beijos.
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2 comentários:

Unknown disse...

Bem, madrugador da garoa do planalto central, linda homenagem aos 03 anos da terra de São Felix do Valois.Belas fotos. Faltou dizer que o Ademir Braz também é poeta,e dos bons.Ele, e também a Marileuda,mora no meu coração.
Só não sabia que ela escrevia tão bem.Abraços a todos os marabaenses.

PS= só hoje soube do novo endereço do Barata...rs

Val-André Mutran  disse...

Bom gosto não se discute, prova disso é que você casou-se com uma das belas mulheres de Marabá. Boa escolha amigo.
O nosso poeta-mor, Ademir Braz, de extraordinária inteligência e sensibilidade mantem ativa uma profícua produção literária, tendo conquistado com mérito ao seu inesgotável talento vários prêmios literários.
Uma das melhores cabeças do Pará Juvêncio.
Abraços.

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