Tiro no pé

A reportagem de hoje de O Liberal, só reforça o que o BLOG pensa sobre o MST: cadeia neles
MST desafia justiça e racha no Estado
Agricultores ligados ao Movimento se negam a voltar para áreas de onde foram despejados e culpam o governo pela reforma agrária de 'mentirinha'
O Liberal: 10/04/2006
CARLOS MENDES
Num desafio à decisão judicial de fazer cumprir liminares de reintegração de posse em diversas fazendas do sul do Pará, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) se organiza para retornar às áreas de onde está sendo despejado. A ameaça pode representar um tiro no próprio pé. Há agricultores ligados ao movimento que se negam a participar de novas invasões, alegando que a direção do MST está mirando o alvo errado. Não é o Poder Judiciário paraense, segundo eles, que deve ser desafiado, porque está no seu papel de fazer cumprir a lei. Menos ainda a Polícia Militar, responsável pelo cumprimento das liminares. A cobrança deveria ser direcionada para o governo federal, 'que faz uma reforma agrária de mentirinha' na região.
O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), por exemplo, poderia explicar sobre a desapropriação de terras para o assentamento de 20 mil famílias, segundo promessa feita ainda em campanha pelo hoje presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele está quase em final de mandato, mas os resultados apresentados, entre desapropriações e novos assentamentos, sem falar da grotesca maquiagem de números, chegam a ser ridículos.
É vergonhoso, para o próprio Incra, saber que das mais de 400 áreas de assentamento em 39 municípios nas regiões sul e sudeste do Estado, menos de 5% possuem algum tipo de infra-estrutura capaz de proporcionar vida digna às famílias de agricultores. Não há postos de saúde, escolas, estradas em condições para escoamento da produção agrícola ou sequer um simples, mas importante, telefone comunitário. Contra isso, não se ouve um pio do MST, que age como uma espécie de aliado tático do governo Lula.
A ira nada sagrada do MST agora se volta contra fazendas produtivas, que geram emprego e renda. Antes, o alvo era qualquer latifúndio, mesmo aquele cuja terra apresentava visíveis sinais de degradação ou foi ocupado por grileiros. A invasão da fazenda Rio Vermelho, em Sapucaia, é o exemplo da nova ordem política que impera no comando central do movimento. A fazenda, agora segundo documento fornecido pelo Incra de Marabá ao MST, está numa área de 30 mil hectares que pertenceria à União.
Calado - A informação compromete o próprio Incra. Se a terra do fazendeiro Roque Quagliato é 'grilada', como aponta um mapa feito por técnicos da superintendência do Incra de Marabá, no mínimo é um caso de má-fé. Se tinha essa informação, deveria ter comunicado o fato à Vara Agrária de Marabá. Antes, poderia ter ingressado na Justiça Federal com pedido de cancelamento do registro imobiliário da propriedade no cartório da região. Como ficou calado, estimulou, por via indireta, a invasão da área pelo MST.
E mais: permitiu despesa desnecessária com dinheiro público na operação realizada pela Polícia Militar para a retirada das famílias. Se a posse da área não foi questionada por ninguém da União ou do Estado, o fazendeiro tinha o direito de pedir judicialmente a saída dos invasores. É a lei quem diz isso.
Se a lei está errada, o MST deveria mobilizar seus políticos no Congresso Nacional para mudá-la. Ao deliberadamente ignorar essa realidade, o movimento se coloca acima da lei e da ordem pública. Ou, o que é mais grave, faz sua própria lei.
Outro caso de omissão do Incra foi o ocorrido na fazenda Peruano. O desfecho revelou um MST movido pelo ódio. Homens encapuzados e armados constrangeram empregados da fazenda, saquearam bens pessoais, destruíram um laboratório de genética animal e depois puseram fogo em tratores e caminhões.
Afunda - O motivo da fúria: o Incra não resolve há dois anos se faz a desapropriação da área ou se mantém o fazendeiro no imóvel, já que a fazenda seria produtiva e cumpriria sua função social.
É com ações como estas que o Incra se enreda cada vez mais na própria incapacidade de atender às demandas do campo. Prejudica os que buscam a reforma agrária por meios pacíficos, mas favorece o ímpeto dos que praticam os mesmos atos violentos apontados nos adversários.
Um terreno fértil para o MST, que parece não ligar para a queda acentuada de sua credibilidade perante a sociedade. E quanto mais afunda, mais atira.

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