Mais do debate sobre "a irrelevância da mídia", antes aqui e aqui. Zuenir Ventura, em "O Globo", escreve sobre o "enigma que ainda não encontrou resposta: por que, apesar da avalanche de denúncias, Lula continua na frente?":
_ Jornalistas e colunistas políticos mal disfarçam a frustração e um certo (re) sentimento de derrota. Quase como consolo, costuma-se atribuir o fenômeno aos "menos esclarecidos", os que não lêem jornais... Uma hipótese é que informação demais, como tudo, causa indigestão. A outra é que nós, jornalistas, se não somos irrelevantes, devemos pelo menos perder um pouco da soberba de achar que fazemos a cabeça dos outros. Nada mais impróprio do que nos chamarem de "formadores de opinião". No máximo, reforçadores. Os que nos procuram é para confirmar convicção, não para mudá-la. (requer cadastro)
Já o blog de Emir Sader, perguntando "a quem Lula derrota, caso se confirmem as pesquisas?", responde:
_ O efeito formador da opinião parecia arrasador, mas quando o circuito de opinião pública se alargou, com o início da campanha, a massa pobre desequilibrou. Pode-se dizer que Lula derrota a capacidade de formação de opinião por parte da grande mídia. Mas pode-se também dizer que derrota especialmente a elite tradicional. Suas políticas sociais são assistenciais, porém sua escala, nunca conhecida no Brasil, permite redistribuição de renda e de acesso a bens.. A eventual vitória –até no primeiro turno– se volta assim contra dois pilares do poder: o monopólio da palavra e o monopólio da riqueza.
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