Meu caro senador José Sarney,
Antes de mais nada, quero pedir-lhe desculpas pelas ofensas que minha pena possa ter cometido contra o personagem político que o amigo incorpora no Amapá.
Nada de pessoal contra a sua amável figura pessoal, boa de papo, como atesta o Jorge Moreno.
Esses advogados contratados pelo senador Gilvam Borges, coordenador de sua campanha à reeleição, estão criando graves problemas para a sua reeleição. Eles mexeram com ícones do jornalismo amapaense, como Alcinéa e Alcilene Cavalcante, Corrêa Neto, Chico Terra, Humberto Moreira, Domiciano Gomes e, consequentemente, com toda a classe de jornalistas. Eles mexeram com um poderoso instrumento viral da modernidade: a internet.
Tenho certeza, que estás sofrendo o mesmo problema do presidente Lula, que afirma que não sabia da existência dos vampiros, mensaleiros e sanguessugas.
O amigo precisa dete-los. Elas estão criando um sentimento anti-Sarney na campanha para o Senado.
O mais grave é o amigo ser pautado pela adversária Cristina Almeida.
Fiquei estarrecido de ver, depois de 16 anos de Amapá, o amigo ser instado a gravar cenas para o programa eleitoral de TV durante uma apresentação de marabaixo, produzida para o fim específico de propaganda eleitoral.
Lembrei do meu encontro com vosmicê na Estação de Apolônia, em Lisboa, antes do embarque para a cidade do Porto. Sua figura impoluta envolvida em um sobretudo, era a imagem do Sarney pessoal, bom de conversa, afável e cavalheiro, sobretudo com as damas.
O amigo Sarney do marabaixo, não era o de Lisboa. O do marabaixo estava constrangido, por que aquela não é a sua praia. Senti que haviam forçado a barra em nome do marketing eleitoral.
Minha mensagem para o amigo, ex-deputado da bossa nova da UDN, que fez brilhantes discursos no Palácio Tiradentes, ex-governador, ex-presidente, que resgatou os comunistas da clandestinidade, é que não se deixe envolver por jovens advogados e marqueteiros que se impressionam com pesquisas.
Sei que a diferença entre o amigo e a negra socialista está diminuindo, mas lembre o caro amigo que nada disso compensa a perda da sua fleugma, do seu bom senso e da imagem que construiste fora das fronteiras do Maranhão e do Amapá.
Caro amigo, se perderes a cadeira do Senado, continuarás com a da Academia Brasileira de Letras.
Ser imortal vale muito mais do que ser senador.
Um forte e fraternal abraço,
Chico Bruno
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