Um baita desgaste internacional para a governadora do Pará

Não pára de repercutir da pior maneira possível nas côrtes internacionais de Direitos Humanos o caso da adolescente de 15 anos de idade presa numa cela com 20 homens durante 30 dias na delegacia de Abaetetuba-PA.

Pior, três policiais civis; um delegado de polícia, um escrivão e uma investigadora foram à casa do pai da menor para pressioná-lo à assinar um certidão de nascimento falsificada em que a menor, por milagre, seria alçada à condição de maior, como se isso afetasse a violência sofrida.

É realmente um show de incompetência o que o governo da mudança está nos brindando.

A Rede Record de Televisão veiculou hoje pela manhã outro caso ocorrido na carceragem da Delegacia de Polícia de Tucuruí, nos mesmos moldes do ocorrido em Abaetetuba.

Segue abaixo a NOTA OFICIAL da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados, referente ao caso da adolescente do Estado do Pará.

Nota Oficial

COMISSÃO EXIGE PROVIDÊNCIAS SOBRE CASO DA

ADOLESCENTE PRESA ENTRE HOMENS NO PARÁ

A manutenção da adolescente de 15 anos de idade numa cela com 20 homens por 30 dias na delegacia de Abaetetuba-PA foi um dos casos de violação de direitos humanos perpetrada por agentes do Estado mais aberrantes de que se tem notícia e que mais chocaram o País. Esse episódio evidencia a necessidade de efetivo compromisso do poder público para com os direitos humanos, a necessidade de educar e monitorar a ação dos agentes responsáveis pela segurança pública e pela justiça.

Num só episódio, somaram-se o crime de deter uma adolescente entre dezenas de homens, propiciando as violências sexuais que se seguiram; o encarceramento da vítima numa prisão para adultos; agravado pelo fato de que, para alimentar-se, ela foi obrigada a se submeter sexualmente aos homens detidos. A arbitrariedade foi a marca da atuação policial e judicial desde a detenção, pois a mera suspeita de furto não justificava a detenção. A soltura irregular, segundo a OAB-PA, ocorreu quando o caso foi denunciado, tendo a polícia abandonado a adolescente no porto da cidade, ameaçando matá-la se ela falasse e exigindo que ela desaparecesse.

Logo que tomou conhecimento dos fatos, esta Comissão de Direitos Humanos e Minorias entrou em contato com as autoridades públicas de Segurança do Estado do Pará, em busca de informações e providências imediatas. Da mesma forma, este colegiado parlamentar continuará a acompanhar todos os desdobramentos, para assegurar que a adolescente não continue a ser vitimizada, seja por ameaças, retaliações ou abandono. Nesse sentido, requeremos às autoridades do Pará a inclusão da adolescente no Programa de Proteção à Vítima e Testemunha.

O afastamento dos envolvidos no caso não nos parece suficiente para sanar os múltiplos danos causados. É urgente que sejam investigados outros casos semelhantes - já denunciados pela imprensa - para se diagnosticar a extensão no Estado do Pará dessa prática aviltante, providenciando a construção de instalações adequadas para mulheres e estrutura de atendimento aos jovens em conflito com a lei de forma compatível com o Estatuto da Criança e do Adolescente. Outros casos de prisão de mulheres em celas com vários homens demonstra que a violência contra a mulher é uma prática que precisa ser combatida com rigor.

Brasília, 22 de novembro de 2007


Deputado Luiz Couto (PT-PB)

Presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias

Um comentário:

Ricardo Rayol disse...

Vocês estão bem servidos de governadora, credo.

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