Como num filme de terror classe B. Senado é a casa dos escândalos
Confira as denúncias no Senado:
Agaciel Maia
Denúncia: O ex-diretor-geral do Senado foi alvo de denúncia de que teria ocultado mansão no Lago Sul avaliada em R$ 5 milhões.
Providência: O funcionário foi afastado do cargo, ocupado por ele por 14 anos, e está lotado no Instituto Brasileiro Legislativo (ILB), vinculado ao Senado. Ainda mantém força política.
Horas extras
Denúncia: Servidores receberam por jornada adicional mesmo durante
o recesso de janeiro.
Providência: Não houve devolução de dinheiro e as medidas adotadas pela Casa para reduzir as horas extras não surtiram efeito até agora. Em junho, por exemplo, a Casa desembolsou R$ 8 milhões para quitar a despesa, mesmo patamar dos primeiros meses do ano.
Gratificações
Denúncia: O Senado pagou desde 2003 cerca de R$ 1,5 bilhão com gratificações aos servidores. Na Casa, trabalham cerca de 6 mil funcionários.
Providência: A cúpula do Senado mandou o Tribunal de Contas da União (TCU) auditar o banco de dados, mas até agora nenhum resultado foi divulgado.
José Carlos Zoghbi
Denúncia: O ex-diretor de Recursos Humanos cedia um imóvel funcional a um dos filhos enquanto morava na casa da família no Lago Sul.
Providência: Zoghbi foi afastado das funções e transferido para o ILB, mesma lotação de Agaciel. É alvo de apuração interna sobre a irregularidade, mas não houve uma conclusão.
Apartamentos funcionais
Denúncia: O ex-diretor-geral do Senado distribuiu a aliados apartamentos funcionais do Senado, incluindo Valdeque Vaz de Souza, um dos servidores de confiança de Agaciel.
Providência: Após a denúncia, a Casa mandou apurar a ocupação das unidades residenciais, localizadas nas asas Norte e Sul, mas os ocupantes ainda não deixaram os imóveis.
Excesso de diretores
Denúncia: Senado mantinha 181 servidores em cargos de direção, mais do que o dobro em relação à quantidade de parlamentares que integram a Casa (81).
Providência: A revelação do inchaço nos cargos de direção fez a Casa determinar a extinção de 172 deles, mas, segundo o Portal da Transparência, 157 ocupavam até ontem cargos de “diretor”. A direção do Senado espera a conclusão do estudo encomendado à Fundação Getulio Vargas.
Crédito consignado 1
Denúncia: O ex-diretor de Recursos Humanos tem vínculo com empresa que intermediava empréstimos descontados em folha oferecido a servidores da Casa.
Providência: Ainda antes do escândalo, a Casa havia tabelado em 1,6% a taxa de juros mensal a ser praticada pelos bancos. A Polícia Legislativa abriu inquérito, mas transferiu a apuração, por determinação do Ministério Público, à Polícia Federal.
Crédito consignado 2
Denúncia: Descobriu-se que José Adriano Sarney, neto do presidente do Senado, também operava o crédito consignado na Casa, por meio da empresa Sarcris, que começou a funcionar em 2007.
Providência: A Polícia Federal investiga a empresa de Adriano Sarney, que suspendeu as operações do crédito consignado.
Atos secretos
Denúncia: Sem a devida publicidade legal, o Senado fez nomeações e exonerações de servidores, ampliou cargos, aprovou aumento na verba indenizatória e criou comissões especiais com efeitos financeiros retroativos ao longo dos últimos 14 anos. Foram mais de 600 atos secretos.
Providência: Relatório de sindicância aberta para apurar o caso sugeriu a abertura de processo administrativo contra os ex-diretores Agaciel Maia (Geral) e João Carlos Zoghbi (Recursos Humanos), sugestão acatada pelo presidente José Sarney. Uma comissão identificou 218 que podem ser perder os cargos a partir da decisão adotada por Sarney de anular os atos secretos, mas a Casa ainda não sabe o que fazer em relação ao dinheiro recebido nas situações respaldadas por essa situação.
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