Ei abestado! Tú tá falando comigo?

Sem resposta, ao que sabemos, foi o resultado da carta de um morador de São Félix do Xingu enviada ao então presidente da poderosa Associação Comercial do Pará, senhor João Augusto Rodrigues. Leia a íntegra do desabafo de um cidadão comum que mora na região de Carajás

Carta endereçada ao então presidente da Associação Comercial do Pará

Caro João Augusto Rodrigues

Sou paraense, tenho 45 anos, nascido num município da região sudeste de nosso Estado, São Felix do Xingu. Meus pais foram verdadeiros heróis, para aqui criarem uma família numerosa, tentando dar saúde e educação num lugar onde ate hoje não existe nenhum desses serviços oferecidos de forma decente ao povo sul paraense, pelo estado. Neste momento estou em Brasília cuidando de interesse de minha comunidade junto a alguns ministérios do governo federal, quando tive a oportunidade de ler seu artigo no Liberal de 26.03.05 o “Para Unido” onde Vossa Senhoria elogia justamente, o empresário de Marabá, Luiz Carlos da Costa Monteiro, mineiro, trabalhador como tantos outros que moram em nosso estado e tem ajudado a fazer com garra e determinação essa promissora região. Tenho acompanhado pela imprensa, algumas manifestações suas em nome da Associação Comercial do Pará, defendendo a unidade do Pará, afirmando que unido e grande somos melhor, mais forte. Eu acho bonito seu discurso e acredito na sua sinceridade. Sei que é um homem jovem, intelectual, empresário de sucesso, exatamente como eu queria ser, mas não sou porque não tive oportunidade, moro lá em São Felix do Xingu. Aqui o Pará é outro. O Pará que o senhor conhece e mora, é um Pará civilizado, tem bons hospitais, boas Universidades, escolas técnicas e de ensino fundamental e médio de qualidade. Tem portos, aeroportos, energia elétrica, asfalto nas ruas e nas estradas, tem pontes boas em todas as partes, tem segurança pública, tem governo próximo, que na hora que o senhor precisa, está à sua disposição para que o senhor resolva os seus problemas com facilidade e rapidez; enfim, o Pará que o senhor mora e conhece é um Pará que respeita os seus cidadãos, oferece qualidade de vida e oportunidade de crescimento. Agora, meu caro Dr. João Augusto, o Pará que eu moro e vivo há 45 anos não tem nada a ver com esse aí que o senhor mora. Aqui, as coisas e a vida são complemente diferentes, não temos hospitais como ai em Belém, nosso centro de saúde regional é a cidade de Araguaína, lá no Tocantins – que fica a 730 km de distancia daqui, da minha terra, muita gente doente sai daqui na ambulância e morre na estrada antes de chegar lá; aqui também não tem Universidade nem boa e nem ruim como aí em Belém que tem muitas, aqui não se tem o direito de fazer um curso superior quando terminamos o ensino médio, não temos uma escola técnica e as escolas de ensino médio estão caindo aos pedaços; estrada aqui é de chão e só são trafegáveis na época da estiagem, agora no período chuvoso se o senhor quiser nos visitar vindo de carro, certamente não chegará aqui no inverno falta combustível e gás de cozinha porque não temos estrada e as pontes que também não prestam caem e o transito fica interditado; segurança publica não existe, a própria policia ajuda a bagunçar e a população vive abandonada à própria sorte, a lei do mais forte é que a prevalece; aqui não se ouve nem falar em governo, só na hora de pagar impostos ou quando o pessoal da Sefa chega para pressionar e extorquir. Essa é a nossa realidade. É a realidade de 95% dos municípios do sul / sudeste do Pará. Lá para a região Oeste do Pará (Tapajós / Baixo Amazonas) dizem que é do mesmo jeito ou pior do que aqui, não sei. Se for assim, estamos roubados!!! Dr. João Augusto, o Pará existe como ente público federado, a cerca de 390 anos e tudo que conseguimos construir é isso que temos: uma saúde pública que mata os cidadãos paraenses por ineficiência, uma educação capenga em todo o interior do estado, uma infra-estrutura longe de atender o mínimo necessário ao desenvolvimento da região como esta que tem um enorme potencial, assim como, a região Oeste do Pará. Está mais que provado que o governo do estado por melhor que seja não tem condições de atender toda uma demanda reprimida de estradas, pontes, saúde publica, educação de nível médio e superior, segurança pública, regularização fundiária (todo dia estamos na imprensa nacional e internacional como bandidos, desordeiros, criminosos, grileiros de terras públicas, agressores e bandoleiros ambientais) tendo que suportar uma intervenção atrás da outra pelo governo federal, que não respeita o pacto federativo e não está nem aí para o governo do Pará. O governo estadual concentra 90% de seus investimentos na região norte /nordeste do Estado. São 390 anos nessa situação e cada dia que passa a coisa fica mais grave e mais complicada. Meu pai tem 75 anos, desses anos todos, 55 são no sul do Pará esperando melhorar. Eu tenho 45 anos, todos no Sul do Pará, esperando melhorar...! E o que conseguimos é isso aí que acabei de relatar... Será que não estaria na hora da sociedade paraense fazer uma reflexão, se confrontar com sua dura realidade interiorana para tomar uma posição, se fica como está preservando a integridade de seu território com 1.250.000 km2 e orgulhando-se disso em detrimento do sofrimento e da falta de perspectiva de vida do povo do sul / sudeste e oeste / sudoeste do Pará??? Ou de repente, vai ter a grandeza e desprendimento necessário para discutir uma outra alternativa que ofereça uma melhor perspectiva de vida para o povo dessas regiões???? Uma sociedade democrática e justa não pode negar-se pelo menos ao debate de um assunto tão serio importante e justo quanto este. Não devemos ter medo do debate, nossa democracia prova a cada um de nós que não somos os únicos donos da verdade e não existe ninguém pra dizer melhor onde o sapato está apertando, como aquele que está com o pé dentro do referido sapato. O Estado Democrático de Direito, nos dá o Direito de termos a prerrogativa de discutir as coisas que nos afetam todos os dias. Como um jovem Democrata que senhor é, de boa família e de ótima formação, gostaria de pedir que visse esse assunto não como a bandeira política de alguns, mas como uma questão de justiça social, de combate às desigualdades e luta pela dignidade humana, ou isso é pecado? Restaurado o Estado Democrático, não se cria mais territórios federais, porque esta foi uma atitude de governos ditatoriais, mas, vivemos outros ares; agora, consulta-se a sociedade em plebiscito e esta diz sim ou não quanto à criação de novas unidades federadas, podem ou não ser criadas. Enquanto cidadão, empresário, líder político ou empresarial, membro do Congresso Nacional, governador do Estado ou Presidente da Republica, não se pode negar a uma sociedade ou a um único cidadão o livre direito de liberdade de expressão, pois isto é a garantia constitucional. Assim, vejo com reserva e preocupação, sua posição como jovem progressista / desenvolvimentista, de combate ao direito do povo do sul / sudeste e oeste / sudoeste do Pará em discutir a criação de estados federados nessas regiões. Do Ponto de vista empresarial, combater isto é a mesma coisa de atirar no pé, pois se forem criados estes estados, a atração de investimentos públicos e privados serão incomparáveis ao que hoje existe, e isto é ótimo para o setor empresarial. Vossa Senhoria vai ganhar mais dinheiro ainda, montando novos negócios nesses novos estados, então isto é bom para o senhor também. Dizem que vai ter mais despesas, e é verdade, eu também concordo. Tudo que se faz na vida tem que ter a despesa, criando esses novos estados não será diferente. Mas será a despesa mais justa do mundo, pois estará atendendo milhões de cidadãos abandonados à própria sorte e a relação custo/beneficio poderá ser a melhor possível. São regiões viáveis, e que rapidamente alcançarão a sua sustentabilidade, é só evitar que a Sefa continue roubando. Essa questão de despesa é mais um engodo daqueles que tem o prazer de nos ver morrendo de inanição e abandono. O Brasil paga 150 bilhões de reais/ano de juros para banqueiros agiotas e ninguém diz absolutamente nada, acham eles que tem que ser assim mesmo!!! Agora, isto está matando esta Nação... Muitos também dizem que não é hora de falar claramente sobre estas coisas. Talvez, porque o País não vai tão bem assim. Só que o presidente Lula alardeia nos quatro cantos que o Brasil nunca esteve tão bem, que a indústria nunca cresceu tanto, que o agronegócio nunca exportou como agora, que o PIB nunca foi tão alto. Se formos atrás do Jatene ele vai afirmar a mesma coisa com relação ao estado; como são pessoas de fé publica e dignas de nossa confiança, acham que é hora de se falar nisso e levar essa discussão a exaustão. Dr. João Augusto, sou um caboclo do Xingu, pouco letrado e quase nada rodado, mas acho que a grandeza de um estado não se mede apenas pela sua extensão territorial, mas acima de tudo pela qualidade de vida que proporciona aos seus habitantes. Se dimensão territorial fosse importante, o Amazonas e o Pará não teriam os indicadores sociais que tem hoje, e não estariam juntamente com a região norte, atualmente condenados pela ONU de terem a oportunidade de se livrarem-se da pobreza e do baixo IDH que já estão condenados nos últimos 15 anos. Isto sim é grave, e só se resolve com políticas governamentais de fôlego e gestão publica impactante. Por falar em dimensão territorial, estou procurando na minha cabeça algum país civilizado do mundo com unidades federadas do tamanho do Pará, Amazonas, Mato Grosso, etc... E confesso que não estou encontrando. Parece que só aqui no Brasil e na região norte, que ainda perduram essa enormidade territorial, administrativamente inviável. Em todo o resto do mundo, essa visão já foi abolida. Governo estadual pode administrar essa situação. Defender a continuidade disto, é não ser honesto consigo mesmo, é demonstrar egoísmo e falta de sensibilidade social com milhões de habitantes que também querem viver porque estão cansados de vegetar. O modelo de gestão ai posto remonta a colonização, teve ao longo de 390 anos a chance de mostrar que desse jeito não dá certo. Já teve todo o tempo do mundo para fazer acontecer e, por que continuamos desse jeito meu Deus??? O desenvolvimento só acontece com a vontade de o governo implementar políticas publicas consistente e de sustentabilidade. Qualquer ser inteligente percebe isto. Já se perdeu tempo demais, não adiante ficar repetindo erros, enganando a si e aos outros, anunciando que tudo vai melhorar; não se cura infecção profunda com melhoral infantil. Onde está a sinceridade de nossos homens públicos????? Por outro lado, Dr. João Augusto, criar esses estados, eu vejo como permitir que a roda continue rodando. É permitir que a historie continue sendo escrita, como por exemplo, há 150 anos o Paraná foi criado a partir do desmembramento de São Paulo; há 45 anos Rondônia foi desmembrado de Mato Grosso; há 25 anos o Mato Grosso do Sul foi desmembrado de Mato Grosso e há 15 anos Tocantins foi desmembrado de Goiás. A historia mostra que não foi preciso brigar com armas, mas convencer com argumentos e fatos históricos que a criação desses estados era necessário e importante para população e assim aconteceu. E, isto foi muito bom tanto para o estado remanescente como para aquele que ganhou autonomia. Isto é um fato, e, contra fatos não há argumentos. Então volte no tempo e veja a historia, ela nos ajuda a entender o presente e a planejar o futuro. Não temos um exemplo sequer onde à divisão territorial deu errado, pelo contrario, foi altamente positiva. Sugiro que encomende um estudo técnico sobre isto para que a Associação Comercial do Pará se posicione melhor quanto ao assunto. Finalizando, gostaria de lembrar-lhe, que o senhor Luiz Carlos da Costa Monteiro, como todos os outros mineiros, goianos, gaúchos, catarinenses, maranhenses, cearenses, paulistas, tocantinenses, pernambucanos, baianos, capixabas, paraenses de Belém que moram na região, etc., certamente também são favoráveis à divisão territorial do Pará, como forma de recuperar um pouco do tempo perdido na busca do desenvolvimento, há tempos alcançado por outros estados que conseguiram tal feito. Concluindo, deixo claro que se tivesse outro instrumento de desenvolvimento que não fosse à divisão territorial, certamente lançaríamos mão deste e não seriamos favoráveis a isto, mas como não existe, que se dê seqüência à discussão de forma democrática, respeitosa, isenta e responsável. Atenciosamente,

Ademar França Nunes
Avenida Pará, número1940 – bairro Mundial.
68.380-000 São Felix do Xingu – Pará.

O apelo, a condição de desamparo, a terrível falta de perspectiva do Ademar, representa uma indignação maior. Há outros relatos chocantes sobre as condições de vida no Carajás e no Tapajós, obviamente que não era para ser assim.

A opção dos detentores do poder em “empurrar com a barriga” as ações que poderiam sinalizar o resgate da disparidade entre as regiões paraenses que perduram desde a época das Capitanias Hereditárias do governo Português é, convenhamos, indecente a vigorar em pleno o século XXI, deixando-nos com um gosto de fel na boca, decepcionados com a histórica falta de compromisso das autoridades. Estamos falando de gente, a nossa gente e os que aqui vieram em busca de oportunidades de uma vida melhor, mas, o quê a Lei diz?

Eis uma tese:

PLEBISCITO PARA CRIAÇÃO DE NOVOS ESTADOS OU MUNICÍPIOS - DESNECESSÁRIO OUVIR A POPULAÇÃO DA ÁREA REMANESCENTE (*)

A Constituição Federal em seu Art. 18, prevê:

“Art. 18. A organização político - administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição.

§ 1º Brasília é a Capital Federal.

§2º Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, transformação em Estado ou reintegração ao Estado de origem serão reguladas em lei complementar.

§3º Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar.

§4º A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios far-se-ão por lei estadual, dentro do período determinado por lei complementar federal, e dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma da lei.”

Como se vê, o estabelecido no dispositivo constitucional supra, trata de incorporação, criação, fusão, subdivisão ou desmembramento de Estados/Municípios.

Referido dispositivo legal é também muito claro e deixou bem explícito, caso ocorra qualquer dessas hipóteses, dar-se-á sempre através de plebiscito, mediante aprovação da população diretamente interessada.

No caso da criação do Estado do Maranhão do Sul, um grande sonho do povo do sul do Maranhão, sem dúvida, é e sempre foi muito indesejado, negado e mesmo, repudiado por uma parte da população que habita o norte do Maranhão. Assim sendo, a população do norte do Estado, evidentemente, não tem interesse, porque é contrária à criação do novo Estado.

Para tentar impedir e inviabilizar a criação do Estado do Maranhão do Sul, um Deputado Federal, [que se notabilizou por sempre servir de instrumento para realização de manobras políticas a serviço daqueles que indevidamente se intitulam de pais (mães) do Estado do Maranhão,] apresentou Projeto de Lei para regulamentar a execução do disposto nos incisos I, II e III do art. 14 da CF., cujo projeto foi aprovado e o Presidente da República sancionou a Lei sob nº 9.709 de 18.11.1998.

Está visto, que tal lei refere-se e visa regulamentar os incisos I, II e III do art. 14 da CF. Conforme consta do enunciado, em seu preâmbulo, não teve aquela lei a finalidade de regulamentar ou de REVOGAR ou MODIFICAR o art. 18 da Carta Magna, nem tão pouco seus parágrafos.

Eis o art. 14 da CF:

“A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante”:

I – plebiscito;

II – referendo;

III – iniciativa popular”.

Desta feita, a supracitada lei 9.709/98, como já dito, visou regulamentar tão somente o art. 14, incisos I, II e III da CF.

Em que pese, a malfadada lei, em seu art. 7º ter esboçado uma tentativa de dar nova redação ao Parágrafo Terceiro do art. 18, CF., para, através de casuísmo, tentar fazer de forma ilegal, em desacordo com a própria CF, uma alteração no citado § 3º do art. 18 CF, dando nova redação àquele Parágrafo, no que não logrou êxito, pois o rude legislador fez referência apenas aos arts. 4º e 5º da mesma lei 9.709. Em nenhum momento fez alusão que tal lei 9.709 teria por finalidade regulamentar, modificar ou alterar o § 3º do art. 18 CF, de sorte que, este permanece inalterado, incólume e plenamente em vigor.

Transcrevem-se aqui os Arts. 3º, 4º, 5º e 7º da Lei 9.709/98:

“Art. 3º Nas questões de relevância nacional, de competência do Poder Legislativo ou do Poder Executivo, e nos casos do § 3º, do artigo 18 da Constituição Federal, o plebiscito e o referendo são convocados mediante decreto legislativo, por proposta de um terço, no mínimo, dos membros que compõem qualquer das Casas do Congresso Nacional, de conformidade com esta Lei.

Art. 4º A incorporação de Estados entre si, subdivisão ou desmembramento para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, dependem da aprovação da população diretamente interessada, por meio de plebiscito realizado na mesma data e horário em cada um dos Estados, e do Congresso Nacional, por lei complementar, ouvidas as respectivas Assembléias Legislativas.

§ 1º. Proclamado o resultado da consulta plebiscitária, sendo favorável à alteração territorial prevista no caput, o projeto de lei complementar respectivo será proposto perante qualquer das Casas do Congresso Nacional.

§ 2º. A Casa perante a qual tenha sido apresentado o projeto de lei complementar referido no parágrafo anterior compete proceder à audiência das respectivas Assembléias Legislativas.

§ 3º. Na oportunidade prevista no parágrafo anterior, as respectivas Assembléias Legislativas opinarão, sem caráter vinculativo, sobre a matéria, e fornecerão ao Congresso Nacional os detalhamentos técnicos concernentes aos aspectos administrativos, financeiros, sociais e econômicos da área geopolítica afetada.

§ 4º. O Congresso Nacional, ao aprovar a lei complementar, tomará em conta as informações técnicos que se refere o parágrafo anterior.

Art. 5º. O plebiscito destinado à criação, à incorporação, à fusão e ao desmembramento de Municípios, será convocado pela Assembléia Legislativa, de conformidade com a legislação federal e estadual.

Art. 6º. Nas demais questões, de competência dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, o plebiscito e o referendo serão convocados de conformidade, respectivamente, com a Constituição Estadual e com a Lei Orgânica.

Art. 7º. Nas consultas plebiscitárias previstas nos artigos 4º e 5º entende-se por população diretamente interessada tanto a do território que se pretende desmembrar, quanto a do que sofrerá desmembramento; em caso de fusão ou anexação, tanto a população da área que se quer anexar quanto a da que receberá o acréscimo; e a vontade popular se aferirá pelo percentual que se manifestar em relação ao total da população consultada.”

Caso pretendesse alterar a CF, não seria também possível, haja vista que qualquer alteração à CF só é viável através de projeto de lei, aprovado na forma prevista no art. 60 da Carta Magna.

Assim, a proposição de divisão para criação do Estado do Maranhão do Sul deverá ter a aprovação apenas da população diretamente interessada, que é aquela da parte que se pretende desmembrar.

Não será ouvida, não será consultada no plebiscito a população da área remanescente, ou seja, a que sofrerá o desmembramento, pois este nenhum interesse tem. Pelo contrário é contra o desmembramento.

Aliás, o STF já se manifestou sobre o tema ao julgar a ADIn 733-5- MG, ao prolatar o áureo e v. acórdão:

“8. JUR: O STF e, na mesma linha o TSE têm repelido a tese de que o art. 18, § 4º CF, exigiria, para a criação de um município, que a consulta plebiscitária abrangesse também a população da área remanescente do Município” (STF, DJU 16.6.95, p. 18213-214, ADIn 733-5-MG, Rel. Min. Sepúlveda Pertence).

Daí porque, a população de São Luis do Maranhão e a do restante do Estado, que compõe o Maranhão do Norte, não será chamada e não cabe a esta manifestar – se, opinando no plebiscito de consulta sobre a aprovação de criação do Estado do Maranhão do Sul. Esse é nosso entendimento, o qual tem como supedâneo aquilo que está na lei e será o entendimento de todos quantos queiram fundamentar na lei seus argumentos.

Porto Franco, 13 de fevereiro de 2002

Dr. Francisco Bandeira Coutinho

Advogado OAB MA 1.043

Desafio

Já que os argumentos vão e vem. Ao pressuposto de perdurar o “Vamos fazer”. “Agora é outro tempo”, e outros sortilégios engendrados por brilhantes marqueteiros. A pergunta que uma parcela considerável do eleitorado paraense faz é: E aí senhore (a)s candidato (a)s? Como ficamos? Digam o que pensam! Exigimos ouví-los.

O que vossa senhoria tem a falar sobre a falta de Saúde, Educação, Estradas, Estímulo à Geração de Emprego e Renda? Onde se entocou os incentivos aos investidores? Onde andará o Macro Zoneamento?

- Senhores candidatos! Respondam-nos, por favor!!

O blog além de abrir e convidar o espaço para a discussão de propostas dos nobres candidatos, vai além. Faz um desafio: Que tal então se, ao contrário da discórdia de dividir a riqueza, façamos um amplo movimento para dividir a pobreza? Uma utopia! http://www.dhnet.org.br/dados/livros/desejos/mundo/utopia.htm

A seriedade deveria ser uma das principais qualidades que o eleitor deve, ao avaliar, a escolha de um candidato – se não a principal. Em eleições, ser sério é assumir seu passado, suas atitudes não é qualidade, trata-se de obrigação. Imaginar que o eleitor tem memória curta é um exercício arriscado e sacana, por parte dos mal intensionados. E é essa atitude que se vê na postura dos candidatos ao governo do Estado. Um tema escolhido pelo candidato, para berrar pelos palanques do Pará, será o mesmo do oponente. Duvidam? A questão do movimento pró-divisão do Estado, que despontou em pleitos passados, agora, fatalmente, transfigurar-se-á como assunto proibido! Você duvida?
Na lata! Deveriam os candidatos falar o que pensam sobre a divisão do Estado? E por que não? Como regras estão para ser quebradas, sem essa de "salvador da pátria", Sassá Mutema e outras criaturas bem documentadas que conhecemos. Fale nobre candidato. Se vossa senhoria é
tímido, mande um comentário para o blog. É garantido a publicação. Até porque ele é lido por dois leitores. fica tudo em segredo!

O deputado federal Zequinha Marinho, topou o desafio para expor à dois eleitores as suas idéias. Leia a entrevista do candidato à reeleição a uma das vagas para deputado federal.
Entrevista
RESPOSTAS DO DEPUTADO ZEQUINHA MARINHO – PSC/PA SOBRE A REDIVISÃO TERRITORIAL DO ESTADO DO PARÁ
1)-O Sr. é a favor ou contrário às propostas de divisão do Pará? (Se possível, explique suas razões para adotar esse posicionamento).

Resposta – Inicialmente quero dizer que sou a favor, pelos motivos que passo a expor:

Primeiro - gostaria de fazer uma análise desapaixonada desse assunto, que apesar de muita gente achar demasiadamente complexo, eu particularmente acho muito simples – porque não se trata de reinventar a roda ou responder ao óbvio, como por exemplo, será que o computador contribuiu com o desenvolvimento da humanidade? É óbvio que a roda, que a bússola, que o computador e tantos outros instrumentos contribuíram com o desenvolvimento da sociedade em todos os tempos. Assim também é óbvio que se quisermos trazer desenvolvimento consistente, quantitativo, qualitativo e permanente à sociedade paraense precisamos fazer a redivisão territorial do Pará. Se o modelo atual do Estado estivesse correto, durante esses quatro séculos de existência, com certeza todas as regiões do Estado estariam bem desenvolvidas, com a infra-estrutura e qualidade de vida que todos nós queremos e pela qual temos lutado. Nossos governadores, lutam como verdadeiros gigantes, na tentativa de fazer o melhor, buscando recursos, investindo, fazendo o que está ao alcance, todavia as demandas são gigantescas e as condições são poucas para atende-las quando a sociedade quer respostas urgentes dos governantes. A dimensão territorial é um fator que precisa ser levado em conta, pela sociedade e principalmente por quem administra com pouco recurso. Se tivéssemos outra saída era uma beleza, não precisaríamos ficar discutindo isso ou tendo que enfrentar questionamentos todo dia sobre esse assunto. O problema é que não temos outra alternativa. Temos sim o dever de encarar o assunto com a seriedade que ele requer, sem o medo de nos expor ou de perder voto. Estamos numa encruzilhada e precisamos tomar uma decisão – não é a idéia de dividir por dividir mas assumirmos a postura da opção pelo desenvolvimento dessas regiões ou fada-las a estagnação econômica e social, pelo medo de encarar uma questão séria e importante, porém delicada e polêmica.

Segundo – porque não existe em nenhum país civilizado e desenvolvido do mundo, unidades federadas com a dimensão territorial do Pará, Amazonas, Mato Grosso etc. Isso aqui, ainda é a marca da colonização portuguesa que as vezes criticamos chamando-a de atrasada, que a sociedade que nós chamamos moderna ainda não conseguiu remover, adequando às nossas realidades e necessidades atuais.

Terceiro – porque todas as experiências sobre redivisão territorial no Brasil foram bem sucedidas, tanto as antigas quanto as recentes: São Paulo/Paraná; Mato Grosso/Mato Grosso do Sul; Goiás/Tocantins etc. Contra fatos não há argumentos, não há necessidade de ficarmos querendo reinventar a roda ou descobrir o sexo dos anjos. Basta sermos pragmáticos e sinceros conosco mesmos. Por que não fazer uma constatação “in loco” por exemplo – com relação ao desenvolvimento experimentado pelo Mato Grosso e Mato Grosso do Sul após sua separação ou Goiás e Tocantins que são casos mais recentes?

Quarto – porque não acho justo que uma região do Estado tenha que bancar a outra. Todas as regiões têm condições de trabalhar e de se auto sustentar. Todavia hoje, mais de 80% da arrecadação do Estado se concentra na região Norte/Nordeste, que tem que cobrir grande parte dos custos do governo com o Sul/Sudeste(futuro Carajás) e Oeste/Sudoeste(futuro Tapajós), apesar de serem regiões com grande potencial de riqueza.

Quinto – porque essas regiões passíveis de separação enfrentam grandes problemas que por sua natureza exigem presença efetiva e permanente de governo. Por exemplo, problemas agrários e de regularização fundiária; seríssimos problemas com relação a questões e políticas ambientais; evasão de divisas; tráfico e produção/beneficiamento de drogas; violência e impunidade, etc.

2)- Na sua opinião, quais as conseqüências da divisão do Pará?

Resposta – se desmembrarmos do Pará o futuro Tapajós e o futuro Carajás, o estado remanescente ficará com uma área aproximada de 255.000 km2 portanto maior ainda que o Estado de São Paulo, com uma infra estrutura rodoviária, hidroviária, portuária, aeroportuária, de energia elétrica, de comunicação, hospitalar e universitária completamente prontas, quase que sem demandas de altos investimento para os próximos anos, concentrando 67% da população/censo 2000 ( cerca 4.105.000 habitantes), arrecadando mais de 80% dos impostos do estado hoje, com uma economia forte baseada na agricultura ( dendê e grãos ), pecuária bovina e bubalina, pesca em escala industrial, turismo abundante e um FPE ( Fundo de Participação dos Estados ) fabuloso, face a sua grande população, além de uma expressiva bancada federal empenhada na captação de recursos para investimentos num estado relativamente pequeno e com uma infra praticamente pronta. Em havendo uma divisão, o ganho para o estado remanescente é imediato e fantástico. O desenvolvimento no sentido vertical terá tudo para ser rápido e forte, melhorando a qualidade de vida da sociedade carente em tempo recorde, pois o governo terá condições para fazer isso, como nunca.

3) - A criação de um novo Estado geralmente gera grandes despesas. Estima-se que os gastos com a nova estrutura sejam de aproximadamente um bilhão de reais. O Sr. Acha que é necessário gastar tanto? Não seria mais coerente aplicar esse volume de recursos no Pará?

Resposta – esta afirmativa não é verdadeira, nem racional, pois nenhuma das áreas que pretendem emancipação necessitam construir uma cidade para servir de capital (sede do governo) como ocorreu no Tocantins e nem por isso se gastou tanto, inviabilizando o novo estado. Um novo estado tem que investir rapidamente é na construção de sua infra-estrutura para atrair investimentos e produzir desenvolvimento. Na história da sociedade, ela sempre fez as coisas de acordo com as suas possibilidades, no estágio atual creio que não será diferente. Edifícios e cargos burocráticos sem necessidade, são características de estados velhos e onerosos para a sociedade. É evidente que teremos custos. Tudo que se faz tem um custo. Agora o que não dá pra comparar é a relação do custo – benefício de uma máquina administrativa nova, eficiente e enxuta com um estado velho oneroso com uma máquina administrativa cansada e improdutiva, isto sim, é mil vezes pior e muito mais caro para o contribuinte. Por outro lado, o governo federal, não está e nunca esteve disposto a gastar dinheiro com a criação de novos estados. Cada um deve procurar se arranjar com o que tem, quando criado, equacionando suas despesas com as suas receitas, sempre foi assim. Com certeza não será diferente agora. No caso do Tocantins, só após 12 anos de existência é que começou a receber algum recurso para apoiar sua implantação. Já pensou, sendo uma região economicamente fraca, teria morrido ao nascer, mas teve competência para se estabelecer. Assim, com certeza, ocorrerá com os novos estados que hão de ser criados.

O blog abre o espaço ao pensamento dos demais candidatos e não candidatos, principalmente. Afinal discordar de posições e interesses, devem ser, a areia e o cimento da massa que forja a democracia brasileira.

Sob o Sol de Salamanca

Algumas das razões dos coordenadores dos Comitês Pró-Carajás e Tapajós e outras entidades simpáticas ao movimento.

Tapajós

AFAS – ASSOCIAÇÀO DOS FILHOS E AMIGOS DE SANTARÉM EM MANAUS

Pontos críticos a serem contornados.

- A resistência de diversos segmentos, principalmente político, para o engajamento de corpo e alma a favor do Projeto. “ Na política do Estado do Amazonas, notamos que não há diferenças, quando em Brasília, os interesses são da região”.

- Participação ativa e efetiva de todos os regionais na definição de tarefas e apoio necessários para a operacionalização do projeto. “Não pode e nem deve haver diferenças de comportamento de quem quer que seja nestas articulações porque o projeto Estado do Tapajós, apesar de ser um projeto político, está acima de qualquer cor ou conotação partidária, se bem que todos os partidos políticos devem agir favoravelmente, sem se apropriar do procedimento”.

- A demanda de mais de 150 anos faz com que o projeto seja de todos os regionais, que podem inclusive questionar, para seus municípios, a instalação da futura capital.

- A diversificação de entidades a favor do Projeto, quanto mais será melhor, pois fortalece as ações, porque Brasília, acabará por entender que o Estado do Tapajós não é interesse individual, mas da sociedade como um todo. “Não esqueçamos que além dos vários projetos, temos também, junto ao Congresso Nacional, uma emenda Popular que sustenta o nosso direito constitucional de reivindicar a nossa Unidade Federativa”.

- O desenvolvimento regional sustentado precisa ser imediatamente colocado em prática e voltado para todos os regionais, pois o crescimento destes, é também o crescimento do futuro Estado. “O Estado do Tapajós deverá trazer no seu arcabouço o acompanhamento da rodovia BR-163 e políticas públicas voltadas para o crescimento racional, com desenvolvimento e progresso. Isto requer, certamente, seriedade, transparência com o dinheiro público aplicado nessas políticas desenvolvimentistas”.

- Não podemos nos furtar da colaboração com o Projeto, pois a criação do Estado do Tapajós, virá, com certeza ao encontro de todos os regionais, que conforme suas competências, estarão integrados de uma maneira ou de outra no Sistema. “A irreverência, a arrogância, o desejo contrário de que não dê certo o projeto, a vaidade de estar por fora do contexto, é ponto negativo para quem é, e está nesta terra tão bonita e tão querida e cobiçada”.

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Valores favoráveis na criação do Estado do Tapajós.

- É inquestionável que o Estado do Tapajós criado, carreará para toda a região, a inclusão de milhares de novos empregos. Com certeza melhorando a qualidade de vida da população e com isto fazendo o fortalecimento do Novo Estado nas instituições públicas e particulares.

- A nova Unidade Federativa, trará para o seio da população regional do Baixo Amazonas, mais autonomia nas suas decisões, além do poder, que ficará mais próximo dos municípios do Novo Estado.

- Os problemas econômicos serão contornados imediatamente, pois a região remanescente “o Pará”, nada perde com a nova situação, ficando com 80% de toda a receita hoje auferida. E o tapajós, dos 20%, será elevado na nova divisão orçamentária, para a casa dos R$ 50.000.000,00, que são recursos suficientes, se geridos com limpidez e transparência no trato com a coisa pública.

- A Santarém/Cuiabá, no Estado do Tapajós, apesar de sua grandeza, é apenas um pequeno item, no sentido da evolução dos transportes. Pois outras estradas, ligando o Amapá, Roraima e Amazonas deverão ser concretizadas pelo Novo Estado.

- O desenvolvimento, com políticas públicas sérias voltadas para o turismo, além de alavancar o processo de crescimento, deverá, em 30 anos, sofrer um choque fortíssimo na cultura de todos os regionais.

- A questão ambiental, no nível da pesquisa científica deverá avançar muito, na direção do conhecimento científico da biodiversidade. Ações nesse sentido já estão sendo colocadas em prática, voltadas para esta região.

O ESTADO DO TAPAJÓS

Brasil já teve vários estudos de redivisão territorial, que datam do período da Assembléia Constituinte, em 1823. Após a criação da Província do Amazonas, segundo Ferreira Penna, sugeriram a criação da Província do TAPAJOS, para evitar conflitos entre o Grão-Pará e o Amazonas, nas áreas de Parintins, Óbidos e Santarém, em 1853. O assunto voltou à pauta, para resolver as diferenças de limites entre as duas províncias, em 1869.

Na proposta de criação de novas Províncias, no Império, pelo militar Ten. Augusto Fausto de Souza, em 1877.

Após a instalação da República, foram feitas várias proposta de redivisão territorial do Brasil, sempre evidenciada a Amazônia e citado o TAPAJOS:

· Segadas Viana, em 1933;

· Juarez Távora, em 1940;

· Elias Ribeiro Pinto, sendo a primeira proposta partindo da região, em 1950;

· Antonio Teixeira Guerra, em 1960;

· Alfredo Gantus (dep. estadual), Bularmaqui de Miranda e Epílogo de Campos (dep. federais), nos anos 60;

· Samuel Benchimol, em 1966;

· Ronan Liberal (Prefeito de Santarém), em reunião com prefeitos do Oeste do Pará, lançou a luta pela criação do ESTADO DO BAIXO AMAZONAS, em 1980;

· Benedito Monteiro, Gabriel Guerreiro e Paulo Roberto (dep. federais), fizeram um excelente trabalho, que quase resultou na criação do ESTADO DO TAPAJOS, na Constituinte de 1988 e que culminou com a introdução do artigo 12 no Ato das Disposições Transitórias e o relatório 01/90, tendo sido relator o Deputado Gabriel Guerreiro, como resultado da Comissão de Estudos Territoriais, em 1990;

· Hilário Coimbra, em 1991;

· Oficializado o Comitê Pró-Criação do Estado do Tapajós, em 1991, funcionando desde 1985;

· Fundada a FRENTE POPULAR PELO ESTADO DO TAPAJOS, tendo coletado mais de 17 mil assinaturas, em pouco mais de 15 dias úteis, tendo dado entrada no Congresso Revisor, de uma emenda popular, protocalada sob o número 12.977-7, assinada pelo Sindicato dos Estivadores e outras entidades, que hoje, junto com o relatório 01/90, respaldam o projeto do Senador Mozarildo Cavalcanti, em 1993;

· Senador Mozarildo Cavalcanti, entrou no Senado Federal com o Projeto de Decreto Legislativo de Consulta Plebiscitária sobre a criação do ESTADO DO TAPAJOS, em 1999;

· Senador Mozarildo Cavalcanti, aprovou o Projeto de Lei sob o número 19/99 na Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania (CCJD) do Senado Federal (SF) em 10 de agosto de 2.000;

· Senador Mozarildo Cavalcanti, aprovou, no plenário do SF, em 23 de novembro de 2.000;

· Aprovado na Comissão de Constituição e Justiça e Redação (CCJR) da Câmara dos Deputados (CD), anexado projeto do ex-deputado federal Hilário Coimbra, onde recebeu o número 731-00;

· Atualmente o projeto encontra-se na Mesa do Plenário, com pedido de urgência do Deputado Federal José Priante.

· Os fatos históricos provam que a idéia da criação desta nova unidade federativa partiu do governo central há exatos 150 anos. Apenas em 1950, Elias Pinto, um político futurista, sugeriu a criação do Estado do Baixo Amazonas e somente em 1980, o ex-prefeito Ronan Liberal, lançou a LUTA pela criação do novo Estado.

A história nos inocenta da acusação de regionalistas (bairrismo) ou de políticos em busca de novas vagas eleitorais.

AS VANTAGENS DA CRIAÇÃO DO ESTADO DO TAPAJÓS

São inúmeras as vantagens ao ser criada uma nova Unidade Federativa, a começar pela descentralização do poder, redistribuição de renda, geração de empregos e nova fronteira econômica.

O projeto de Decreto Legislativo, pelo fato de ser através de consulta plebiscitária, exercita a cidadania, oxigena a democracia, pois o povo decidirá, em eleição, através do voto, o seu destino, e ainda:

POLÍTICA

O político e o povo Amazônida, por princípio, devem ser a favor da criação de novos Estados na Amazônia, pois aumenta a representatividade política no Congresso Nacional, permitindo conquistar melhores fatias no bolo orçamentário da nação.

ADMINISTRATIVA

O Estado do Pará, com 1.253.000 KM2, produz um pouco mais de 1% do Produto Interno Bruto (PIB) e eqüivale a quase totalidade das regiões Sul e Sudeste com sete Estados, que concentram mais de 75% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. Os Estados com dimensões latifundiárias têm em suas dimensões a principal dificuldade na boa administração.

Os Estados de origem também ganham, pois reduzem sua área de atuação e enxugam sua máquina, a exemplo dos Estados do Mato Grosso e Goiás, que cresceram e muito após a criação de novos Estados em seus territórios.

AFIRMAÇÃO E SEGURANÇA NACIONAL

O mundo só fala na Amazônia. Alguns bem intencionados, outros com a única intenção de nos tomar a região mais rica do planeta. Por isso, o Ministério da Defesa é a favor da criação de novas unidades federativas na Amazônia, que servirá como resposta à comunidade internacional e demonstrará nossa preocupação e interesse com nossa região.

O MINISTÉRIO DA DEFESA ADVERTE:

“... é uma região carente, de menor ocupação espacial, com infra-estrutura de comunicação débeis, tornando-a vulnerável a temas de agenda mundial.”

“... tornando a manutenção da soberania do Estado sobre ela um grande desafio Geopolítico.”

“... do ponto de vista da defesa, o êxito dessa estratégia condiciona-se, dentre outras considerações, a uma nova configuração espacial para a região.”

“... Na Amazônia, a ocupação militar atende apenas o requisito da defesa, não sendo condição necessária e suficiente para prover a segurança, pois esta está condicionada à presença e à fixação do Amazônida na região e tal fato é resultado do desenvolvimento.

AMBIENTAL

A Preocupação com meio ambiente é geral.

A criação de novos Estados e Territórios na Amazônia tem efeito positivo para o ecossistema, pois aproximará os governos Federal e Estadual das soluções ao meio ambiente.

A criação do Estado do Tapajós, trará o governo estadual para dentro da nossa região. Os Ministérios terão que implantar secretarias na futura capital do Estado.

O Senador Roberto Freire, (PPS-PE), em defesa da criação do Estado do Tapajós, disse em seu discurso, no plenário do Senado Federal, no dia da aprovação do nosso projeto:

“... tenho defendido que a Amazônia precisa ser ocupada pela inteligência brasileira... a Amazônia está nos instigando a criar o Instituto de Biotecnologia da Amazônia . Já que se criou o ITA, para o espaço, que se crie o IBA, para a Amazônia”.

A FRENTE POPULAR PELO ESTADO DO TAPAJÓS, orgulha-se em participar da criação de um Estado, que levantou, através do Senador Roberto Freire, um assunto de tamanha relevância para nossa região, Brasil e o mundo .

Quando implementarmos o Estado e o IBA, provaremos que pode existir desenvolvimento sustentável e melhor qualidade de vida.

ECONÔMICO

A criação de novos Estados não é uma experiência, são fatos bem sucedidos como demonstram o estado do Mato Grosso do Sul e Tocantins e repito, com repercussão positiva também para a área remanescente ou Estado-mãe. Mato Grosso do sul e Mato Grosso; Tocantins e Goiás; desenvolveram e muito, acima da média nacional.

Os estados circunvizinhos desenvolveram-se, pois colocam seus produtos e serviços na implantação da nova unidade federativa.

A criação de novos estados é o maior programa de desenvolvimento regional

SOCIAL

O maior problema social do nosso país é o desemprego.

A criação de um Estado gera muitos empregos, através do preenchimento das vagas na administração, na construção dos prédios estaduais e federais e, principalmente, na iniciativa privada, que busca investir em novas fronteiras econômicas.

O futuro Estado, que tem o melhor potencial econômico do País, principalmente na área do turismo, que emprega o maior número de trabalhadores por real aplicado, gerará, sem dúvidas, uma grande quantidade de empregos.

As regiões onde foram criados novos estados tiveram seus Índices de Desenvolvimento Humano(IDH)alterados positivamente. Houve ganhos sociais.

CULTURAL

O maior lucro do turismo não são os dólares e sim o intercâmbio cultural.

Somos ricos culturalmente. Precisamos estudar nossas raízes, desenvolver e promover nossos folclores e expandirmos nosso universo cultural.

Na criação de um novo estado, teremos a oportunidade de criarmos uma cultura do novo.

VISÃO UNIVERSAL

Os resultados da criação do Estado do Tapajós ultrapassarão os seus limites. Pois beneficiará o Brasil num todo permitindo uma melhor exportação pelo porto mais próximo dos mercados consumidores internacionais reduzindo o custo de transporte na exportações; o Oeste brasileiro, em particular o nortão Mato-Grossense como também a Amazônia em geral e especialmente a Zona Franca de Manaus.

As conseqüências positivas vão além da fronteira nacional, beneficiando a população mundial reduzindo o custo do transporte e conseqüentemente o preço dos grãos e seus derivados.

CREDITAMOS estes benefícios Ao futuro Estado porque temos certeza que ao ser criado, o Tapajós, asfaltará a BR 163 CBA-STM e a BR 230 Transamazônica que irão aproximar o Brasil da Zona Franca.

Citarei agora duas frases comuns na nossa região:

Primeira: “O futuro Estado do Tapajós asfaltará a BR 163”

Segunda: “O asfaltamento da BR 163 ajudará na criação do futuro Estado do Tapajós”

São dois ditos incontestáveis. São dois projetos interrelacionados, um completa o outro. A história deles se confundem, se entrelaçam.

Discutível e polêmico é a pergunta a seguir:

“Os governos do Brasil e do Pará, querem asfaltar a BR 163 ???

As rodovias federais são de responsabilidade do governo federal (90%) e com a contra-partida do governo estadual de 10%.

Se o Estado não tem o recurso para o investimento mas tem a vontade política, o governo federal pode abrir uma linha de crédito para a contra partida.

A vontade política é prepoderante nesta investidura, de acordo inclusive com o ESTUDO DE VIABILIDADE ECONÕMICA DO CORREDOR DE INTEGRAÇÃO CBA/STM (1 RODOVIA, 2 HIDROVIAS E 1 FERROVIA), realizado pela ASSOCIAÇÃO DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL PARA CONCLUSÃO DA BR 163, pág. 33, que diz:

1.1- Execução da Obra.

“ A necessidade e Viabilidade para conclusão da BR 163 é tão grande e evidente que é fácil comprovação. Qualquer adiamento de sua execusão é um risco excessivo à macroeconomia regional. Os governos federal e dos Estados de Mato Grosso e Pará sabem disto, e, pelo que se sabe, ainda não realizaram esta obra por falta de vontade política, carência de recursos e redefinições de competências.”

Ora, recurso existe. Pois neste interregno foram realizadas várias obras no Brasil. Ex.: Cone Sul,164

Mas o problema não está apenas na falta de vontade política. Pois se o Pará não a tem, bastaria a vontade política do Mato Grosso e do Amazonas. A questão é que existe o propósito de não fazer, ou seja, a vontade política CONTRÁRIA À BR 163, da parte do Pará e de grupos com interesses contrários, como podemos verificar:

Do governo: o relatório número 57 do IDESP, página 51 que diz

REDIVISÃO TERRITORIAL

“A definição da estratégia em relação ao projeto do novo Estado precisa ser urgente, sem, no entanto ser açodada. Teoricamente, a possibilidade de sucesso na tentativa de impedir o seccionamento é menos provável, mas não é impossível. Por causa da tendência desfavorável, entretanto, o governo do Pará deve estar bem consciente das dificuldades que enfrentará e dos prejuízos que poderá sofrer.

Essa consciência precisa ser sólida para que o Estado do Pará decida se deve ou não continuar a realizar investimento na área do possível futuro Estado do Tapajós. Evidentemente que executa-los é a única maneira eficiente de tentar reverter a campanha pró-separação. Boa parte do sentimento da população da área decorre do abandono a que ficou relegada pelo governo sediado em Belém, não apenas pelo reduzido volume de obras públicas, como até mesmo por manipulação na devolução dos recursos a que os municípios da região têm direito na partilha tributária, situação que, mesmo se não for real, é utilizada pelos políticos locais para reforçar os sentimentos autonomistas.”

Dos grupos:coletânea de publicação reunidas no livro o “PARÁ DIVIDIDO’, págs. 298 e 299.

“Eu sou paraense de nascimento e de coração’, fui criado e instruído para morar e investir aqui e acho que, no caso dessa rodovia Santarém-Cuiabá, nós temos que tomar muito cuidado para que Santarém não se torne pólo de Cuiabá. O Estado tem que ser estrategista, ta certo... Isso é uma obrigação dos nossos governantes. É bom a rodovia para Santarém, mas nós devemos saber quais os efeitos práticos da obra. Ela pode fortalecer outra capital, e não Belém. É preciso ter muito cuidado com isso, volto a repetir...”.Yamada, Fernando Teruó. Preidente da Asssociação Paraense de Supermercados. O Pará precisa de infra-estrutura, entrevista. O Liberal, Belém, 18 ago. l996, secção Painel, p. 3.

O fluxo comercial ora existente, seria modificado com a pavimentação da BR 163, deixaria de ser BEL/STM e passaria a ser CBA/STM. Isto, evidentemente contraria os interesses dos que bancam as campanhas políticas dos Governadores do Pará, ou seja, os governadores recebem pressão para que não seja asfaltada a BR 163.

Baseado no princípio citado anteriormente: “O Tapajós asfaltará a BR 163” e quem é contra a BR 163 será contra o Estado do Tapajós. Por isso, a maioria das entidades representativas dos vários segmentos econômicos, sediadas em Belém se posicionam contra a criação do Estado do Tapajós.

Por estas e muitas outras razões, nós estamos no Estado do Amazonas buscando parceria, com os políticos, empresários e o povo na luta pela criação do Novo Estado porque todos que aqui vivem, também serão beneficiados.

O projeto está com 75% aprovado, falta apenas a última das quatro etapas que antecedem ao plebiscito, a discussão e aprovação no plenário da Câmara dos Deputados, onde está com um pedido de urgência do Dep. Federal José Priante PMDB-PA e que pretendemos colocar na pauta no mês de abril deste ano para que seja realizado o referido plebiscito, junto com as eleições municipais deste ano.

Aprovado o plebiscito, teoricamente, estaríamos com 50% do caminho percorrido. Mas na prática podemos dizer que avançamos 90%, pois com o respaldo popular teremos mais força na nossa argumentação.

A segunda etapa, a do decreto de lei, poderemos aprova-lo em 2005 ou até junho de 2006.

Portanto, estamos muito perto de criarmos o Estado do Tapajós, o que nós precisamos é de recurso, apoio logístico das entidades, empresas e pessoas que possam investir e nos ajudar nesta luta.

A história do Estado do Tapajós começa com a criação da Província do Amazonas, em 1850 e, em 1853, propuseram a criação da Província do Tapajós para evitar conflitos entre as Províncias do Grão Pará, remanescente e a do Amazonas e, em 1869, proposto de novo, para resolver os conflitos existentes.

O Estado do Amazonas acolhe os Oeste-Paraense como se fossem seus filhos, adota-os com carinho, respeito, dando-lhes as mesmas oportunidades como se amazonenses os fossem. Os exemplos estãos em cada um dos 480.000 paraenses que aqui vivem.

Os laços culturais, históricos e afetivos, bastariam para que fossemos ajudados e ainda mais ao demonstrarmos vantagens econômicas como retorno deste investimento.

A sociedade Amazonense ganhará comas obras que serão realizadas, participando com tecnologia, prestação de serviços em obras públicas e vendas de produtos.

Ganhará mais um mercado consumidor, pois ao invés de uma região pobre, terá como vizinho um Estado rico e prospero (o futuro Estado do Tapajós, em 20 anos, estará entre os 8 maiores Estados brasileiro).

Ganhará mais um aliado político na luta pelas causas do Amazonas e da Zona Franca de Manaus.

Ganhará um irmão porque o Amazonas é e o Tapajós será filho do Pará, o Grande Pará.

Obriga-nos a perguntar:

A quem interessa desconhecer condicionantes históricos tão fortes?

A quem interessa que a Amazônia não tenha melhor representatividade política no Congresso Nacional?

A quem interessa que o Pará e a região do futuro Estado não sejam bem administradas?

A quem interessa a centralização de poder?

A quem interessa a concentração de renda?

A quem interessa que não sejam gerados mais empregos na região?

A quem interessa contestar tantas vantagens?

Quem quer impedir o ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO DO TAPAJOS?

Orlando Pereira – Bel. em Relações Públicas, Vice - Pres. da Frente Popular pelo Estado do Tapajós

Fone : ( 93 ) 522 13 19

Bibliografia – - O Pará dividido – M. Dutra

- Estudos: do Fórum Permanente, Comitê e Frente Popular pelo Estado do Tapajós

- Relatório do Ministério da Defesa.

- Constituição Federal e Regulamentos da Câmara e Senado.

- Revisor: Floriano Lira Cunha

PARCERIA COM AS PREFEITURAS (notou-se que as prefeituras refugam, ao sabor das conveniências políticas do momento, o apoio necessário para o avanço do processo separatista)

Estamos buscando parceria com as prefeituras do Estado do Amazonas, principalmente Manaus e adjacência. Pois sabemos que a imigração dos Oeste-Paraense para estes municípios eleva o custo social destas prefeituras, pois até definirem seus trabalhos eles buscam ajuda no poder público.

A grande maioria dos Oeste-Paraense que vem para o Amazonas ~emo este-Paraense que vem para o Amazonas a no poder pdo Amazonassão bem sucedidos como empresários, professores, profissionais liberais e políticos. No entanto a minoria é um número significativo, e, até conseguirem emprego, estarão gerando despesas.

A criação de um novo Estado é o maior programa de desenvolvimento regional já constatado no Brasil, gerando muitos empregos e renda e isto fará com que a maioria dos que estão desempregados voltem para suas cidades de origem, ocasionando a redução dos custos sociais das referidas prefeituras além de reduzir o índice de desemprego no Estado do Amazonas.

As oportunidades de emprego do Novo Estado serão para todos, evidentemente, os Amazonenses serão bem recebidos

Carajás

MODELO DE DESENVOLVIMENTO INCAPAZ DE ATENDER O POVO

Em 388 anos de existência como Ente Público, os sucessivos governos do Estado do Pará não conseguiram atender as demandas da região sul/sudeste do Estado e o que existe está aí, diante de todos como prova de que esta região jamais irá desenvolver-se continuando como está:

1. estradas e pontes de péssima qualidade, que na sua grande maioria se tornam intransitáveis no período chuvoso, facilitando ainda em qualquer época a prática de assaltos e violência contra seus transeuntes;

2. energia elétrica insuficiente para alavancar o desenvolvimento nas cidades e no campo, onde encontra-se seu grande potencial econômico;

3. comunicação de péssima qualidade nos centros urbanos e inexistente nas localidades mais distantes;

4. narcotráfico, depredação ambiental e exploração desordenada das riquezas naturais;

5. violência rural, invasões de terras produtivas, desordem agrária e fundiária sem perspectiva de solução;

6. ausência do Estado e grandes vazios demográficos;

7. exclusão sócio econômica da população aumentado as desigualdades socais e desequilíbrio regional, apesar do grande potencial para desenvolvimento auto sustentado;

8. ausência de uma política sustentável de desenvolvimento regional que corresponda as expectativas da população;

9. segurança publica infinitamente incapaz de proteger o cidadão que as vezes perde a vida ou vive refém da bandidagem e do crime organizado na região;

10. ausência de políticas públicas de saúde, educação técnica e principalmente superior.

Entendemos ser desnecessário perder tempo dizendo que o modelo de desenvolvimento a distancia implementado pelo Governo do Estado ao longo desses quatro séculos é ineficiente e incapaz para atender a região. Logo, é importante que a sociedade faça uma avaliação e se posicione quanto a permanecer como está ou tentar construir uma nova, porém eficiente alternativa de desenvolvimento, lutando pela criação de uma unidade federativa nesta região.

Os contrários a essa idéia, defendem a integridade da área territorial do Estado em detrimento do desenvolvimento econômico e social com melhoria real de qualidade de vida de uma população de quase 1.400.000 habitantes. Valorizam e priorizam a grande extensão territorial como se vivêssemos em pleno feudalismo, onde a grande propriedade de terras dava status, poder e respeito ao seu possuidor sem que este tivesse a menor preocupação com a qualidade de vida de seus vassalos. Felizmente, essa arcaica forma de pensar, caiu por terra com o advento do capitalismo, quando a forma de ver o mundo e os valores sociais mudaram para melhor.

A sociedade paraense, precisa avaliar o que aconteceu em termos de melhorias e desenvolvimento econômico e social com implicação direta na qualidade de vida e desenvolvimento humano, nesses 388 anos de existência. É necessário avaliar também o grau de satisfação com a celeridade do desenvolvimento que temos conquistado. Avaliar de igual maneira nossos indicadores sociais e suas perspectivas de melhorias no contexto da região Norte. E, mais do que nunca avaliar a uniformidade do desenvolvimento ocorrido nas mais diversas regiões do Estado como (Norte/Nordeste, Oeste/Sudoeste e Sul/Sudeste ). Diante disto, posicionar-se, definindo suas prioridades, se pela manutenção da grande extensão territorial ou pela melhoria da qualidade de vida de suas populações.

Em matéria do Diário do Pará, a retomada do processo, segue, conforme tentamos demonstrar aqui, o sabor das conveniências dos interesses políticos. Leia os posicionamentos em dois tempos e circunstâncias diferentes como funciona o processo em duas matérias registraram situações diferentes.

Plebiscito de Carajás

A votação do plebiscito para a criação do Estado de Carajás, que foi pedida com urgência urgentíssima, já tem a aprovação da maioria dos 513 deputados federais, mesmo antes de ir a plenário. De outra parte, o senador Jader Barbalho (PMDB-PA), presidente do Senado, disse que é favorável à criação da nova unidade federativa e prometeu dar total apoio quando a proposição chegar à casa que ele dirige. Caso tudo ocorra dentro do previsto, a consulta popular deve ser aprovada na última semana do mês de abril na Câmara dos Deputados.

O anúncio foi feito na noite do último domingo, 8, pelos deputados federais Giovanni Queiroz (PDT-PA) e Asdrúbal Bentes (PMDB-PA), por ocasião da reunião para a criação do Comitê Municipal Pró-Estado de Carajás, em Marabá.

De acordo com Giovanni, o projeto já tem apoio de deputados do PL, PFL, PDT, PTB e do PMDB. Ainda segundo ele, dos 17 parlamentares do Pará na Câmara dos Deputados, 14 se mostram favoráveis à proposição. "No Senado já temos ao nosso lado os senadores Ademir Andrade (PSB-PA) e Jader Barbalho e vamos procurar esta semana o senador Luiz Otávio Campos (sem partido-PA), que já se declarou contra a redivisão do Estado, mas votou em favor do plebiscito do Estado do Tapajós, a qual foi aprovada pelo Senado", adiantou Queiroz.

Giovanni explicou os trâmites do Projeto de Decreto Legislativo 159-B, de autoria dele, que dispõe sobre a criação do Estado de Carajás, dizendo que, aprovado o plebiscito na Câmara dos Deputados e no Senado, a Assembléia Legislativa do Estado tem dois meses para se manifestar, mas não tem poder deliberativo e sim consultivo. Isso significa que, mesmo que a maioria dos deputados estaduais se mostre contrária à criação do novo Estado, isso não quer dizer que a emancipação se torne inviável.

Após a manifestação do Legislativo Estadual, será apresentado na Câmara dos Deputados e no Senado um projeto de lei complementar, o qual será apreciado em duas sessões nas duas casas legislativas. Aprovado, irá para a sanção presidencial criando assim o novo Estado.

Com o auxílio de transparências, Queiroz mostrou as potencialidades do futuro Estado de Carajás, ao mesmo tempo em que fazia comparações com o provável Estado de Tapajós e com o, Pará, mostrando que este último nada tem a perder com a redivisão.

Pelos dados levantados pela assessoria do deputado, que inclusive mandou produzir um CD-Rom com essas informações, após a redivisão o Carajás terá uma área de 289.799 quilômetros quadrados, correspondendo a 23% do estado-mãe hoje; o Tapajós terá a extensão territorial de 708.868 quilômetros quadrados, representando 57% do território paraense atualmente; e o Pará fica com 249.032 quilômetros quadrados. Ou seja, com 20% de seu tamanho atual.

Ao apresentar um quadro comparativo de todos os municípios do sul e sudeste do Pará, o deputado informou que São Félix do Xingu será o maior município do Carajás, com 84.248 quilômetros quadrados, mas destacou que Marabá, com uma extensão de 15.092 quilômetros quadrados, 167.873 habitantes e 81 mil eleitores, "indiscutivelmente é a maior expressão política e econômica e o maior pólo de desenvolvimento do sul e sudeste do Pará". Em outro mapa, o deputado mostrou o contingente eleitoral do estado-mãe, onde Carajás figura com 621.682 eleitores; Tapajós, 491.719; e o Pará com 2.227.439 votantes.

Ao se referir à área territorial dos três Estados após a redivisão, Giovanni disse que tamanho não significa desenvolvimento, pois se assim fosse, o Pará seria a maior unidade da federação em empreendimentos e qualidade de vida do País. "Somadas as duas populações do Carajás e Tapajós, teremos cerca de 50% dos eleitores do estado-mãe e como o plebiscito será feito em todo o Estado, nós conclamamos todos para votar. Nós vamos competir com quem tem o dobro de votos, mas com uma diferença: estamos nesta luta para vencer. Porque isso significa a nossa maior independência. Nós estamos preparados e vamos ganhar essa batalha", proclamou o parlamentar.

No tocante ao número de municípios, o deputado pedetista mostrou que Carajás ficaria com 39, Tapajós com 22 e o Pará com 82. Ao fazer uma comparação, para demonstrar que área territorial não significa desenvolvimento, Giovanni revelou que São Paulo, com uma área de 248 mil quilômetros quadrados, possui 645 municípios e é o Estado mais desenvolvido do País; enquanto o Pará, redividido, teria 249.032 quilômetros quadrados; Carajás possuiria 289.799 quilômetros quadrados. Ele lembrou também que o Tocantins tem 278 mil quilômetros quadrados, ou seja 10 mil a menos que o novo Estado.

O parlamentar lembrou que, quando foi desmembrado de Goiás, o Tocantins representava 3% da receita do estado-mãe, mas hoje, depois de 12 anos, representa 30% da receita do Estado ao qual antes pertencia.

Ao comparar Carajás com vários países, Giovanni destacou que, enquanto nós temos riquezas em abundância, o Japão, uma ilha de 367 mil quilômetros quadrados e 121 milhões de habitantes, não tem riqueza alguma, mas é a segunda maior economia do mundo.

"Isso não é de graça. Lá existe a consciência dos dirigentes, de que a melhor forma de se desenvolver é investir no cidadão. Investir em pesquisa, ciência e tecnologia, capazes de gerar conhecimento. E transferindo isso ao seu cidadão, as autoridades permitem que ele produza muito mais", destacou Giovanni, salientando que filho de japonês não nasce mais inteligente que filho de brasileiro, mas lá eles nascem já com os pais os preparando para terem conhecimento e poderem prestar melhor serviço para si e para seu país.

Ao falar sobre a representatividade política dos três Estados em Brasília, com a redivisão do Pará, Giovanni Queiroz disse que as três unidades da federação, juntas, passam de 17 para 28 deputados federais e de três para nove senadores, saltando de 20 para 37 políticos em nível federal com poder de carrear mais recursos para a região. "Este ano, nós todos que estamos em Brasília representando o Pará, conseguimos R$ 648 milhões de investimento para o nosso Estado, no Orçamento da União. Imaginem nove senadores e 28 deputados", exemplificou Queiroz.

Em outro gráfico, Giovanni mostrou que o Pará tem 1.537 quilômetros de rodovias estaduais implantadas nesta região; e 1.073 quilômetros de rodovias federais. Ele lembrou que, enquanto isso, o Estado do Tocantins, em 12 anos, implantou 4 mil quilômetros "de estradas asfaltadas e de boa qualidade, não essas porcarias que existem por aí".

O deputado mostrou também um mapa das atividades econômicas que mais contribuem para a renda dos Estados onde aparecem o comércio atacadista (15,95%), o comércio varejista (25,22%) e prestação de serviços (34,48%) como as atividades que mais geram impostos. A seguir vêm produção primária (2,25%), indústria extrativa (2,91%), indústria da transformação (14,66%) , indústria de beneficiamento (4,32%), indústria de montagem (0,04%) e condicionamento e recondicionamento (0,16%).

Após ter mostrado esses dados, Giovanni revelou que o total arrecadado de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) no Estado, em 2000, foi de R$ 1.182.914.177,00, valor que corresponde a R$ 940.277.339,00 arrecadados no estado-mãe; R$ 159.832.846, recolhidos na área do futuro Estado de Carajás; e R$ 82.803.992,00 correspondentes à arrecadação do Tapajós. "Então, cerca de 80% do ICMS é gerado no Pará e não há razão para dizer que nós vamos tirar a riqueza do Estado", disse Queiroz.

A mesma observação ele fez em relação ao Fundo de Desenvolvimento do Estado (FDE) que em 2000 totalizou R$ 744. 592.870,00; cabendo à área correspondente ao Carajás R$ 137.629.573,40; Tapajós, R$ 115.365.280,00, e ao Pará R$ 491.598.016,60.

Giovanni Queiroz disse que já percorreu vários municípios na mobilização pelo Estado de Carajás. "O empresariado, que está consciente da importância da criação desse Estado, sabe que a principal alavanca para o desenvolvimento desta região não passa por nenhum projeto de governo estadual ou federal, passa pela nossa independência como Estado", ressaltou ele.

Estado de Carajás volta à discussão - 29/02/2004

Local: Belém - PA

Fonte: Diário do Pará

Link: http://www.diariodopara.com.br/

Deputados sulparaenses querem discutir redivisão territorial brasileira

Ofício de autoria do deputado federal Zequinha Marinho (PSC), encaminhado ao ministro-Chefe da Casa Civil da Presidência da República, José Dirceu, subscrito pelos deputados federais sulparaenses Ann Pontes e Asdrúbal Bentes, ambos do PMDB, e Zé Lima (PP), poderá provocar a discussão sobre a redivisão territorial brasileira prevista no próprio programa de governo do então candidato Luis Inácio Lula da Silva. Dentre as propostas, está a criação de dois novos Estados no Pará: Carajás, no Sul; e Tapajós, no Oeste.

O parlamentar lembrou que no programa de governo 2002, da coligação que elegeu Lula presidente, no caderno: "O Lugar da Amazônia no Desenvolvimento do Brasil", na página 19, o documento propõe especificamente a divisão territorial brasileira. Propondo: "Realizar estudos detalhados das propostas para criação de novos estados, considerando as dinâmicas econômicas e sociais produzidas historicamente e estabelecer práticas de mediação entre os setores interessados, para subsidiar o Congresso Nacional na votação da criação de novas Unidades Federadas".

Apesar da "pedra do sapato" imposta por toda a bancada petista contra a redivisão territorial paraense, em atitude surpreendentemente contra o próprio programa de governo do presidente eleito e líder histórico de seu partido, "sempre obstruindo os trabalhos para essa importante discussão", afirmou o deputado, "meus colegas deputados, efetivamente eleitos pela região sulparaense, ao contrário de alguns pára-quedistas que sempre aparecem atrás de votos em época de eleições em nossa região, concordaram em rediscutir a questão com o governo federal", revelou Zequinha Marinho.

Discussão é sempre adiada

Historicamente, sempre que se toca o nome Carajás e Tapajós, arrepios gelados sopram no centro de decisão política em Belém e em alguns gabinetes refrigerados de Brasília (DF). No entanto, segundo Zequinha Marinho, "motivos de sobra estimulam o debate para uma nova divisão territorial brasileira, em especial do Pará", segundo maior Estado da Federação.

"Sugerimos a título de contribuição, a formação de uma comissão coordenada pelo ministro Ciro Gomes, com a participação dos seguintes Ministérios: Integração Nacional, Planejamento, Meio Ambiente, Defesa e Casa Civil e SUDAM, esta última, cuja recriação é mantida até hoje em banho-maria, desperta espécie e indignação de toda a classe empresarial amazônida", ilustrou o deputado.

Motivos para a redivisão territorial do Brasil

Dentro do contexto da região amazônica, Zequinha Marinho destaca que a criação do Estado de Carajás, por desmembramento das regiões sul e sudeste do Pará, que possui uma área territorial de 1.248.000 km², com problemas de toda ordem, com um governo centralizado na região norte do Estado, não tendo ao longo de séculos as condições necessárias de atendimento de demandas de infra-estrutura e políticas sociais, dentre outras mazelas, não podendo mais, portanto, "ser submetida toda uma região de um potencial gigantesco ao atraso infra-estrutural, econômico e social", bradou.

De acordo com o deputado, a exploração das margens do Tocantins e Araguaia data de mais de 400 anos, mas o primeiro povoado definitivo da região foi fundado em 1892, apenas um pouco mais de um século atrás. Desde esses tempos remotos, a ocupação de Carajás veio do sul do País e não do norte. Esta característica deixou desde os primórdios, o sul e o sudeste do Pará, ligados economicamente, socialmente e politicamente à região centro-sul do País.

Nas últimas décadas, levas de imigrantes, e algumas grandes empresas atraídas pela política de incentivos fiscais, radicaram-se no sul e sudeste do Pará. A região iniciou um processo de progresso econômico acelerado. Foram construídas cidades e novos municípios foram criados.

Plebiscito emperrado

De autoria do ex-deputado Giovanni Queiroz, a Emenda Modificativa do Projeto Nº 159-B/92, propõe ao art. 1º do projeto a seguinte redação: "Art. 1º - O Tribunal Regional Eleitoral do Estado do Pará realizará no prazo de seis meses, a contar da publicação deste decreto legislativo, plebiscito sobre a criação do Estado do Carajás, a ser constituído pelos municípios de Abel Figueiredo, Água Azul do Norte, Banach, Bom Jesus do Tocantins, Brejo Grande do Araguaia, Cumarú do Norte, Curionópolis, Dom Elizeu, Eldorado dos Carajás, Floresta do Araguaia, Goianésia do Pará, Itupiranga, Jacundá, Marabá, Nova Ipixuna, Novo Repartimento, Ourilândia do Norte, Pacajá, Palestina do Pará, Parauapebas, Pau D´arco, Piçarra, Redenção, Rio Maria, Rondon do Pará, Santa Maria das Barreiras, Santana do Araguaia, São João do Araguaia, Sapucaia, Tucumã, Tucuruí, Ulianópolis, Xinguara, de acordo com o Art. 7º da Lei nº 9.709, de 18 de novembro de 1998". A proposta, porém, está perdida nas gavetas dos trâmites legislativos intermináveis do Congresso Nacional, e que os deputados sulparaenses querem tirar a poeira já.

Val-André Mutran, de Marabá

São dezenas de ofícios. Leia :

Manaus, 11 de março de 2004.

Ao

CIEAM – Centro da Indústria do Estado do Amazonas.

Rua Acre, - 4º andar, Vieira Alves. Manaus-AM.

e-mail: cieam@cieam.com.br

att.: Sr. Ronaldo Mota.

Prezado Senhor:

Com a finalidade de promover e buscar apoio das sociedades e entidades dos Estado do Amazonas e do Pará, as associações, abaixo relacionadas programaram os seguintes seminários:

Manaus, 06 de março, já realizado;

Almerim, 12 de março;

Itaituba, 19 de março;

Monte Alegre, 26 de março;

Óbidos, 02 de abril;

Santarém, 16 de abril;

Brasília, de 26 à 30 de abril, levando 200 pessoas para participar de um Ato Público, no espaço cultural da Câmara, de audiências com os presidente do Senado Federal e da Câmara dos Deputados e também, fazer um trabalho de persuasão junto aos deputados para que seja colocado na pauta e votado favoravelmente, o projeto de consulta plebiscitária sobre a criação do Estado do Tapajós.

Aproveitando a oportunidade, estamos enviando material informativo sobre o Estado do Tapajós; e, pleiteamos o apoio logístico da CIEAM.

Certos desta colaboração e no aguardo de resposta, subscrevemo-nos

Atenciosamente

Ademar A. Ferreira – Dir.de Relações Políticas da AFAS.

Contato: (92) 9983.4466.

Orlando Pereira – Vice-Pres. da FPET

Contato: (92) 635.0509. (93) 522.1319, 9652.7477 e (61) 913.5728.

AFAS – Associação dos Filhos e Amigos de Santarém.

AFAO – Associação dos Filhos e Amigos de Óbidos.

ASBRAM – Associação dos Belterrenses Radicados em Manaus.

ASFALCRAM – Associação dos e Amigos do Lago Grande Residentes no Amazonas.

AMOPAM – Associação dos Moradores do Pará em Manaus.

FPET – Frente Popular pelo Estado do Tapajós.

Leia a íntegra do ofício enviado pelo deputado federal Zequinha Marinho, com apoio de três colegas, na retomada para que o processo não seja engavetado.

OFÍCIO

Brasília, 14 de outubro de 2003.

Excelentíssimo Senhor

Dr. JOSÉ DIRCEU

DD. Ministro-Chefe da Casa Civil

Presidência da República

NESTA

Senhor Ministro,
No Programa de Governo 2002 – COLIGAÇÃO LULA PRESIDENTE, no caderno “O LUGAR DA AMAZÔNIA NO DESENVOLVIMENTO DO BRASIL”, na página 19, o documento propõe o seguinte: “PROPOSTAS ESPECÍFICAS Divisão territorial. Realizar estudos detalhados das propostas para criação de novos estados, considerando as dinâmicas econômicas e sociais produzidas historicamente e estabelecer práticas de mediação entre os setores interessados, para subsidiar o Congresso Nacional na votação da criação de novas Unidades Federadas”.
Com a intenção de implementar esta proposta do programa de governo do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sugerimos a título de contribuição, a formação de uma comissão coordenada pelo Ministro Ciro Gomes, com a participação dos seguintes ministérios:

- Integração Nacional,
- Planejamento,
- Meio Ambiente,
- Defesa
- Casa Civil e SUDAM

A comissão que ora estamos propondo, terá como objetivo realizar estudos detalhados de viabilidade das propostas existentes no Congresso Nacional para criação de novos estados e territórios na região amazônica, objeto do programa de governo do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Dentro do contexto da região amazônica, destacamos a criação do Estado de Carajás, por desmembramento das regiões sul e sudeste do Estado do Pará, que possui uma área territorial de 1.248.000km2,com problemas de toda ordem, com um governo centralizado na região norte do estado, não tendo ao longo de séculos as condições necessárias de atendimento de demandas de infra-estrutura, políticas sociais, etc., submetendo uma região de um potencial gigantesco ao atraso infra-estrutural, econômico e social.
A exploração das margens do Tocantins e Araguaia data de mais de 400 anos, mas os primeiro povoado definitivo da região foi fundado em 1892, apenas um pouco mais de um século atrás. Desde esses tempos remotos, a ocupação de Carajás veio do sul do País e não do norte.
Esta característica deixou desde os primórdios, o sul e o sudeste do Pará, ligados economicamente, socialmente e politicamente à região centro-sul do País.

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Nas últimas décadas, levas de imigrantes e algumas grandes empresas, atraídas pela política de incentivos fiscais, radicaram-se no sul e sudeste do Pará, atendendo ao chamado do Governo Federal “Integrar para não Entregar”. A região iniciou um processo de progresso econômico acelerado. Foram construídas cidades e novos municípios foram criados. Surgiu, então, uma enorme demanda por infra-estrutura e a distância geográfica de Belém não permitiu a presença do Poder Público Estadual para encaminhar as soluções dos mais variados problemas. A localização estratégica dentro do eixo do Araguaia-Tocantins, as peculiaridades geopolíticas, a necessidade de maior proximidade do Poder Público, as experiências de outros estados recentemente criados e a urgência da melhor utilização dos recursos naturais, dentro da ótica do desenvolvimento sustentável, são alguns dos motivos que nos leva, legitimamente, a reivindicar a criação do Estado de Carajás após a consulta do plebiscito. § EMENDA MODIFICATIVA DO PROJETO Nº 159-B/92

Dê-se ao art. 1º do projeto a seguinte redação:

“Art. 1º - O Tribunal Regional Eleitoral do Estado do Pará realizará no prazo de seis meses, a contar da publicação deste decreto legislativo, plebiscito sobre a criação do Estado de Carajás, a ser constituído pelos municípios de Abel Figueiredo, Água Azul do Norte, Banach, Bom Jesus do Tocantins, Brejo Grande do Araguaia, Cumarú do Norte, Curionópolis, Dom Elizeu, Eldorado dos Carajás, Floresta do Araguaia, Goianésia do Pará, Itupiranga, Jacundá, Marabá, Nova Ipixuna, Novo Repartimento, Ourilândia do Norte, Pacajá, Palestina do Pará, Parauapebas, Pau D´arco, Piçarra, Redenção, Rio Maria, Rondon do Pará, Santa Maria das Barreiras, Santana do Araguaia, São João do Araguaia, Sapucaia, Tucumã, Tucuruí, Ulianópolis, Xinguara, de acordo com o Art. 7º da Lei nº 9.709, de 18 de novembro de 1998”.

Autor: Deputado Giovanni Queiroz

Para que Vossa Excelência possa obter informações mais detalhadas sobre as regiões Sul e Sudeste do Pará, onde se pretende criar o Estado do Carajás, remetemos à sua consideração material elaborado pelo ex-deputado Giovanni Queiroz.

Sendo o que se apresenta no momento, subscrevemo-nos, renovando protestos de elevada estima e consideração.

Atenciosamente,

Deputado ASDRUBAL BENTES Deputado ZEQUINHA MARINHO
Deputada ANN PONTES Deputado ZÉ LIMA

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