"Banda podre" do Incra sob investigação
O Ministério Público Federal no Pará entrou com ação de improbidade administrativa contra servidores do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) de Santarém (1.431 km de Belém) por suposta irregularidade na criação de assentamentos no oeste do Estado.
A ação pede o afastamento de nove servidores. Para os promotores, os projetos de reforma agrária do Incra desde 2005 na região beneficiam o setor madeireiro, pois estavam localizados em áreas de mata virgem, de difícil acesso às famílias. O Incra em Santarém disse, via assessoria, que o órgão não se manifestaria sobre o assunto até ser notificado.
Botafogo
STJ suspende processo contra juiz e autoriza retorno ao cargo
JUSTIÇA
O STJ (Superior Tribunal de Justiça) suspendeu o processo criminal que apura suspeita contra o juiz do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (Rio de Janeiro) Francisco Pizzolante de prática de prevaricação e falsidade ideológica e autorizou o retorno dele ao cargo, do qual ficou afastado por mais de três anos.
Contribuiu para a suspensão a demora do próprio STJ no julgamento. A ação foi aberta em setembro de 2004, quando ele foi afastado. A denúncia foi motivada por notícias de que ele atraiu para si três processos que interessavam ao Botafogo, clube do qual foi vice-conselheiro em 1999. Em maio de 2006, o STJ declarou a prescrição (fim da possibilidade de punição) em relação à prevaricação e seguiu com o processo em relação ao outro delito.
Agora, Pizzolante foi beneficiado com a suspensão condicional do processo, admitida na legislação para pessoas acusadas de crimes cuja pena mínima não supere um ano, caso da falsidade ideológica.
O juiz terá de pedir autorização judicial para eventual viagem ao exterior, informar o STJ sobre mudanças de endereço e prestar contas sobre suas atividades.
Nota do blog: Para quem leu o livro da biografia de Mané Guarrincha, "Estrêla Solitária", escrito pelo jornalista Ruy Castro, ou viu o filme "Garrincha, Alegria do Povo", realizado pelo cineasta Milton Alencar, pode constatar a velhacaria que fizeram com o rapaz. Portanto, nada mudou.
Idéia de Jerico
Coluna Painel
Não provoque
Na semana passada, o PSOL realizou uma consulta a parlamentares e militantes do partido que apoiavam a greve de fome de d. Luiz Cappio, encerrada anteontem quando o bispo de Barra (BA) foi hospitalizado. O objetivo era saber como colaborar com a causa religioso.
Logo surgiu a primeira idéia: deputados e o único senador da sigla fariam um jejum de 12 ou 24 horas contra a obra de transposição do rio São Francisco.
A idéia não empolgou ninguém, e um dos participantes da discussão achou por bem enterrá-la de vez:
-Jejum de deputado é coisa perigosa... O pessoal vai acabar exigindo que a gente passe fome até morrer!
Quatro histórias de Natal
1ª — Em Belém, Caleb atende a porta. Ao ver quem bate, fecha-a de imediato enquanto o visitante insiste aos murros, como se quisesse derrubar a parede. A mulher, Cozbi, indaga quem é. “Meu irmão.” “O José?”, pergunta ela. “Sim, teve o descaramento de engravidar uma jovem de Nazaré sem nem terem se casado, como manda a nossa lei. Agora vem com a buxuda pedir abrigo em nossa casa. Como hei de acolher quem viola os preceitos ditados por Javé a Moisés? Eles que procurem outra freguesia.”
2ª — Eleazar realizou, enfim, seu velho sonho: um pequeno sítio nas proximidades de Belém. No pasto, misturou vacas, cabras e cordeiros. Montou um cocho de madeira e armou, em torno, um toldo de bambu coberto com folhas de palmeira.
De madrugada, Efraim, pastor contratado pelo dono da terra, bate forte pelo lado de fora da janela. O patrão, sonolento, parece receber como pesadelo a notícia: “Invadiram suas terras, meu senhor. Tem um casal acampado lá na estrebaria. Escutei um choro miúdo. Parece que a mulher deu à luz um menino”.
“Avise a guarda. Ao despontar do sol cuidaremos de tirá-los de lá”, resmunga Eleazar, interessado em retomar o sono. Dia seguinte, o Diário de Belém dá em manchete: “Família sem-teto e sem-terra invade propriedade rural na periferia da cidade”. No corpo da notícia: “Moça de Nazaré, engravidada por carpinteiro, teve parto em pleno pasto. A criança é do sexo masculino”.
3ª — Guiadas pela estrela de Davi, as três rainhas magas, Ada, Míriam e Sela, chegam à manjedoura. Após louvarem a Javé, aquecem um caldo de galinha para Maria, alimentam José com pães ázimos recheados com grão-de-bico, lavam as fraldas do bebê, varrem o estábulo. Ao buscar água na fonte, comentam entre si: “O menino em nada se parece com o pai”.
4ª — A notícia do nascimento do menino não tarda a chegar ao palácio de Herodes, em Jerusalém. Ele fica alarmado; afinal, é o rei dos judeus, malgrado o sangue árabe que corre em suas veias. Sabe, porém, que tem os dias contados, carcomido pelo cancro. A proximidade da morte o aterroriza tanto quanto os agouros que lhe ameaçam o trono.
Pede a Corinto, comandante da guarda, convocar reunião em palácio dos chefes dos sacerdotes e dos doutores da lei, os escribas. O convite trazido por Corinto deixa Anás excitado. No íntimo, considera-se o verdadeiro rei da Palestina. Comparece em companhia de duas dezenas de membros do sinédrio — o conselho supremo do poder judaico, integrado por 71 notáveis, e do qual ele, na condição de sumo sacerdote, é o presidente.
Herodes é introduzido no salão a bordo de uma liteira de marfim sustentada por quatro escravos. Anás mal consegue controlar a curiosidade por conhecer o motivo de tão inesperada convocação. O rei quer saber dos sinedritas onde e quando deve nascer o Messias que tanto aguardam. Gamaliel cofia sua barba em leque e diz: “Nascerá em Belém, na Judéia, pois está dito pelo profeta Miquéias : “E tu, Belém, de modo algum és a menor entre as cidades de Judá, pois de ti sairá para mim aquele que deve guiar Israel. Quando isso ocorrerá – escusa-se o doutor da lei — não está ao alcance do nosso saber”.
Herodes não admite que a sua soberania seja desafiada por rumores em torno de um menino-Messias. Ordena que a guarda de operações especiais, comandada pelo espadaúdo Tirano, dirija-se a Belém e passe ao fio da espada todas as crianças do sexo masculino com menos de dois anos de idade.
Ao amanhecer, as tropas herodianas ocupam Belém. Os batedores vão de casa em casa. Ordenam que todos os meninos de colo e aqueles que ainda não caminham com firmeza sejam trazidos à rua por suas mães. As outras mulheres devem permanecer trancadas em casa, com portas e janelas fechadas, em companhia de homens e crianças.
Toda a gente de Belém pressente que, dessa vez, Azrael, o anjo exterminador, voltou-se contra ela. As mães ficam separadas dos filhos que, nus, são deitados lado a lado ao longo das ruas. Os bebês choram um choro de abandono, insistente, como se um presságio os movesse a sugar com avidez o ar que, em breve, já não poderão respirar. De rostos virados para as paredes das casas e dos muros e vigiadas por soldados, as mães riscam as pedras com as unhas e lavam o musgo com as lágrimas.
Após observar cada criança à procura de algum traço messiânico, Tirano dá o sinal para a degola. O carrasco agacha-se, puxa a cabeça da vítima para esticar o pescoço, ergue o cutelo e, num golpe, separa o crânio do corpo. Algumas mães, desesperadas, ousam voltar-se na direção dos filhos; são silenciadas pela lâmina do punhal que lhes traspassa o coração. Tirano passa ao fio da própria espada as mulheres que furam o cerco das sentinelas e se abraçam aos filhos como se quisessem fazê-los retornar ao útero.
Desde essa trágica manhã em Belém, os poderosos cruéis tornaram-se conhecidos como tiranos.
Uma montanha de dinheiro
R$ 1,2 tri até 2011
Daniel Cúrio
O Brasil receberá R$ 1,2137 trilhão em investimentos de 2008 a 2011, de acordo com levantamento feito pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Segundo o presidente do banco, Luciano Coutinho, o volume de recursos mostra que o País está numa etapa de aceleração dos investimentos. “A confiança dos investidores tem resistido ao processo recente de incerteza na economia mundial”, disse. O montante representa crescimento de 11,8% anual médio, nos próximos quatro anos, em comparação ao quadriênio 2002-2006.
Na indústria, os aportes serão de R$ 447 bilhões, alta anual média de 12,4%. Os destaques do setor são os segmentos de petróleo e gás, com investimentos de R$ 202,8 bilhões e crescimento de 9,9% (média anual) , e indústria extrativa mineral, que receberá R$ 81,3 bilhões e terá aumento anual de 16,4%. O maior crescimento é do segmento de petroquímica (36,1%), em função da construção do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). Os investimentos serão de R$ 26,4 bilhões.
O setor de infra-estrutura receberá R$ 231,7 bilhões nos próximos quatro anos, crescimento de 13,2% na média anual. Deste total, o segmento de energia elétrica responderá por R$ 101 bilhões, alta média de 19,8% ao ano. Saneamento terá R$ 56 bilhões, com crescimento de 29%, também na média anual. O único segmento que apresentou queda no volume de recursos foi o de comunicações, com recuo previsto de 0,8%. Em termos absolutos, porém, o aporte é considerado alto por Coutinho, R$ 56 bilhões. “O quadriênio anterior foi marcado pela expansão do mercado de telefonia móvel, mas este receberá recursos por conta da terceira geração de telefones celulares e da banda larga”, disse.
Impulsionado pela melhoria do crédito habitacional, aumento da renda dos trabalhadores, ampliação de programas de financiamento e elevação da destinação dos recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e da caderneta de poupança para o financiamento de imóveis, o setor de construção residencial espera alta de 10,7%, com investimentos de R$ 535 bilhões. Para o presidente do BNDES, os aportes não devem cair por muito tempo. “O Brasil é uma das poucas economias do mundo que ainda não experimentou o boom imobiliário”, comentou.
Quorum privilegiado
Motivo: liberação de emendas parlamentares antes do corte a foice.
Gazeteiros campeões
No Pará, Jader Barbalho e sua ex-mulher, Elcione Barbalho, ambos deputados federais e do PÊ MÊ DÊ BÊ são campeões na gazeta.
No senado, Collor do PÊ TÊ BÊ é o campeão absoluto comparecendo à apenas 44 sessões.
--------------------------
Porém Jader atua pesado nas sombras. Segundo o Correio Braziliense, o deputado Jader Barbalho (PMDB-PA) não está nada feliz. Chegou aos ouvidos dele que a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, vetou dois nomes para o setor elétrico. O do ex-deputado José Priante e o do ex-senador Luiz Otávio, ambos do PMDB paraense. Não será surpresa em 2008 se Jader, que trabalha nos bastidores a favor do governo, ingressar na turma do contra.
Como 2008 é ano de eleições, é impossível Jader se afastar do ôsso. É só jogar um salzinho e roê-lo.
2008 vai resgatar as reformas que o país necessita?
Era o primeiro ano do governo de Luis Inácio Lula da Silva. Pois bem, depois do papo inicial, Pontes sapecou: "A primeira das reformas tem que ser a reforma política".
Não se sabe porque Lula, em seu primeiromato não a fez.
Não se sabe porque Lula não a fez em seu segundo mandato.
A opinião do bloge é que Lula não a fará.
Nem em 2008 nem em ano nenhum.
Pressionado pela oposição que deixou-lhe de joelhos com a não aprovação da CPMF, menos de 24 horas de trégua em que, essa mesma oposição, para não deixar o país ingovernável sob o ponto de vista administrativo, o presidente mandou às favas o estilo paz e amor e sentou pancada hoje de manhã no café da manhã com os jornalista setoriais que cobrem as ações do executivo.
Portanto, cinco anos depois, Parsifal anteviu os problemas de ordem ética porque passou o PT e seus aloprados.
Que fique a lição: A mãe de todas as reformas é a política.
Projetos que ficaram para 2008
SEGURANÇA PÚBLICA
A Câmara vai priorizar a votação de oito propostas da área de segurança pública. O objetivo é tornar mais rígidas as penas para os crimes de corrupção e criar medidas para prevenir crimes contra o patrimônio público.
Redução da jornada — Na discussão das relações trabalhistas, a prioridade será a redução da jornada de trabalho, que gera novos empregos, segundo afirmou Chinaglia. Mas ele reconhece que haverá resistência por parte dos empresários. A questão previdenciária e a geração de mais e melhores empregos serão outros temas em debate.
NEPOTISMO
O presidente da Câmara pretende colocar em votação o projeto que proíbe o nepotismo (contratação de parentes), mas alerta que existe um risco: a derrubada do projeto em plenário. Isso traria mais desgaste para a Câmara. Assim, a votação será precedida de um trabalho de convencimento junto aos deputados.
VOTO SECRETO
A aprovação definitiva do projeto que extingue o voto secreto é outra preocupação de Chinaglia. Ele lembra que existem dois pontos polêmicos: a aprovação da indicação de ministros do Supremo Tribunal Federal e a votação de vetos do presidente da República.
REFORMAS POLÍTICA E TRIBUTÁRIA
Chinaglia lembrou que a proposta de reforma política obteve consenso enquanto esteve na comissão especial, mas acabou esvaziada ao chegar ao plenário. Ele espera concluir a votação do projeto no próximo ano. O tema se arrasta há anos no Congresso, mas agora o governo promete apoiar a reforma.
EMENDA 29
Com a extinção da CPMF, a Câmara pretende votar o projeto que regulamenta a emenda 29, que fixa os percentuais mínimos a serem investidos anualmente em saúde pela União, por estados e municípios. Esse valor deve ser corrigido pela variação nominal do PIB. Os estados ficaram obrigados a aplicar 12% da arrecadação de impostos, e os municípios, 15%.
Combate à corrupção
O combate à corrupção será uma das prioridades da Câmara para 2008. Em reunião recente com integrantes da Estratégia Nacional de Combate à Lavagem de Dinheiro e de Recuperação de Ativos (Encla), que reúne os três poderes, Chinaglia discutiu a criação de uma estrutura permanente para recuperar o dinheiro público desviado
Lulinha paz e amor uma ova!
Análise da Notícia
Trégua teve vida curta
Gustavo Krieger - Da equipe do Correio
Como era de se esperar, não durou muito a trégua verbal entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a oposição. O presidente andava comportado porque precisava da boa vontade dos líderes oposicionistas para aprovar a emenda constitucional que preserva a DRU (Desvinculação das Receitas da União) até 2011. Um dia depois da votação, voltou ao ataque ao falar na “pobreza de espírito” dos adversários.
As declarações de Lula no café-da-manhã com os jornalistas são importantes pelo que revelam abertamente e pelo que não conseguem esconder. O presidente jura que não “perdeu nem meio minuto” de sono depois que o Senado rejeitou a CPMF e privou seu governo de uma arrecadação de R$ 40 bilhões. Mas deixa claro não ter perdoado os adversários que lhe impuseram essa derrota. Negou que vá lançar “pacotes econômicos em dezembro”, mas admitiu “medidas administrativas emergenciais em janeiro”. A entrevista mostra que Lula está recolhido, pensando nos próximos movimentos. Mas não recomenda-se acreditar em suas juras de moderação.
Da mesma forma, é bom ficar de pé atrás sobre outras promessas, como a manutenção de ministros e a de tirar das gavetas as reformas política e tributária. A cada vez que um político faz seu balanço de final de ano e coloca seus planos para o futuro, as duas aparecem como prioridade. E nunca saem do papel.
Ponto a ponto
Queda da CPMF
Segundo o presidente, o governo não errou nas negociações sobre a prorrogação do imposto do cheque, como afirmam ministros e líderes governistas. Perdeu a disputa porque setores da oposição quiseram reduzir seu capital eleitoral. “Alguns acharam que o presidente ia ficar muito forte e fazer o sucessor em 2010. Acho isso uma pobreza de espírito. Me dá pena.” Lula disse que a derrubada da contribuição faz parte da democracia. Mencionou os obstáculos erguidos pelo PT quando era oposição para justificar a tese e, depois, fez um mea-culpa. Na gestão FHC, petistas combateram a CPMF. “Muitas vezes, a gente é vítima do próprio discurso. Demorei muito tempo para aprender o valor das palavras.”
Reação à derrota
“Você viu que eu não fiquei nem um pouquinho nervoso? Não tenho razão para perder nem meio minuto de sono com isso.” Lula se recusou a comentar as medidas que serão adotadas pelo governo para compensar o fim da CPMF. Ratificou a promessa de que nada será divulgado neste ano. “Não tomo decisão com febre alta. Nenhuma medida é certa quando é feita por vingança.” Perguntado sobre a possibilidade de aumento de alíquotas de tributos, não respondeu nem “sim” nem “não”. Não quis dar margens para interpretações, apesar de ter deixado no ar a sensação de que tal medida pode sair do papel. “Falei para os ministros que não quero ouvir a palavra pacote. O Brasil já foi vítima de dezenas e dezenas de pacotes, e isso nunca deu certo.” O presidente adiantou que, se for necessário, baixará “medidas administrativas emergenciais” em janeiro.
Ministério
O presidente afirmou que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, protagonista de fracassadas negociações com o PSDB pela prorrogação da CPMF, continuará no cargo. “O Mantega é um companheiro de mais de 30 anos, da mais alta competência, qualificação e credibilidade.” Dados sobre a expansão do PIB e o crescimento do emprego formal comprovariam a qualidade do trabalho desenvolvido pelo ministro. Lula deu a entender que o PMDB não emplacará o senador Edison Lobão (MA) como novo ministro de Minas e Energia. “Você que vai indicar?”, perguntou a uma jornalista. “Me surpreendo de onde vêm essas notícias.” Na quarta-feira, o presidente jantou com o ministro da Cultura, Gilberto Gil. Jogaram baralho até duas da manhã. Convenceu-o a continuar na equipe. “O Gil é uma pessoa leve. Com ele, não tem tempo ruim.”
Céu de brigadeiro
Lula não vê problemas políticos no horizonte. Declarou, por exemplo, que manterá o diálogo com governadores e prefeitos independentemente de qual partido são. Podem ser tucanos ou “demos”, ressaltou, repetindo expressão que despertou a ira de integrantes do antigo PFL durante as negociações da CPMF. Para dar força à retórica, informou que o governo liberou, na quarta-feira, R$ 300 milhões para as obras do Rodoanel em São Paulo, estado governado pelo tucano José Serra. “Não tenho problema político pela frente.” O presidente defendeu a aprovação das reformas tributária e política, consideradas prioritárias. Disse que enviará a primeira ao Congresso em fevereiro. Sobre a segunda, alegou ser de responsabilidade de deputados e senadores a solução do caso. “A reforma política não é um projeto a ser decidido pelo presidente.”
Crise aérea
O presidente admitiu a possibilidade de problemas no fim de ano. Disse, no entanto, que serão em menor escala do que os registrados anteriormente. E negou que tenha falhado ao não prever o problema. “O governo só tem cinco anos.”
Mercosul
Para garantir o acordo com a Bolívia, Lula disse que falou para Evo Morales que um impasse seria “muito ruim” para as relações entre ambos e entre os dois países. Acrescentou entender o “radicalismo” do colega boliviano. “Quando era deputado, o Evo era cuspido pelos brancos quando andava na rua. Um país onde 80% são índios não pode ter um presidente de olho verde e que fala inglês.” O presidente apostou que as políticas sociais de Morales lhe trarão o apoio da classe média.
Medo da morte
Lula revelou que temeu pelo pior depois de o ministro da Justiça, Tarso Genro, desmaiar na visita à Bolívia. “Achei que ele tivesse morrido.” Com medo, Lula dormiu de porta aberta e luz acesa naquele dia. O presidente elogiou o colega da Venezuela, Hugo Chávez. “Ele tem uma vontade política muito grande com a América do Sul.” Ressaltou que os dois têm a consciência de que é preciso reduzir a diferença das economias da região. E defendeu o Mercosul. “Pode não ser a criança mais bonita, mas é a nossa. Não podemos deixar os outros botarem defeito.”
Economia
Lula esbanjou otimismo. Apostou que a economia crescerá neste ano pelo menos 5%. Foi além. Disse que o percentual pode chegar a 6,5% em 2008 e crescerá ainda mais em 2009. “O Brasil já encontrou o caminho. Por isso, digo que está numa situação privilegiada.” Lula atacou os especialistas que previam a repetição de um PIB modesto no segundo mandato. “Aqueles que torceram para que o país desse errado estão amargando agora o dissabor das coisas estarem acontecendo.” Também criticou a imprensa. Lembrou que “passou 2004 inteiro apanhando” porque anunciou, em agosto de 2003, o “espetáculo do crescimento”. Segundo o presidente, tal espetáculo ocorreu naquele ano, quando o aumento do PIB superou 5%, e será encenado daqui para frente. “O jornalista não pede desculpa. A palavra desculpa não existe no dicionário da imprensa.”
Preocupação
Apesar de desenhar um cenário de céu de brigadeiro, o presidente reconheceu que a crise no mercado financeiro internacional preocupa o governo. “A única coisa que me deixa de antena ligada neste fim de ano é o tal do subprime nos Estados Unidos, que ainda não atravessou o Atlântico.” Não à toa, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, foram escalados para acompanhar diariamente os desdobramentos do caso. “Ninguém sabe o tamanho da crise”, afirmou o presidente, culpando a “irresponsabilidade dos especuladores” pela turbulência. Lula elogiou o trabalho realizado pelo governo na área de infra-estrutura. Rechaçou a possibilidade de apagão energético e prometeu executar o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O original e seus similares. “Todos os PACs sairão do papel porque eu assumi o compromisso.” Sem os recursos da CPMF, admitiu, no entanto, que o “PAC da Saúde está travado”.
Após aprovação da DRU, Lula mira oposição e manda carga
''Pobreza de espírito'' - Lula volta ao ataque
Daniel Pereira - Da equipe do Correio
Bastou o Senado aprovar na quarta-feira a prorrogação da Desvinculação das Receitas da União (DRU), que permite ao governo gastar livremente 20% da arrecadação, para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva retomar as críticas à oposição pela rejeição da proposta de renovação da CPMF. Em café-da-manhã com jornalistas, realizado ontem no segundo andar do Palácio do Planalto, Lula declarou que senadores derrubaram o imposto do cheque em tentativa de prejudicar seu governo e tirar dele força para eleger o sucessor.
Deixado de lado no início da semana, durante as negociações com PSDB e DEM, o estilo agressivo reapareceu ontem momentos antes de os presidentes do Senado, Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), e da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), promulgarem a emenda da DRU. “Alguns acharam que o presidente ia ficar muito forte e fazer o sucessor em 2010. Acho isso uma pobreza de espírito. Me dá pena.” O presidente chegou às 9h30 para o desjejum jornalístico, acompanhado do ministro de Comunicação Social, Franklin Martins.
Em cerca de uma hora e meia de conversa, esbanjou otimismo. Apostou, por exemplo, que a economia brasileira crescerá pelo menos 5% neste ano. Para 2008, previu até 6,5%, numa escalada que não seria interrompida até 2010. Como de costume, o presidente citou dados para amparar o discurso. Caso da criação de dois milhões de empregos com carteira assinada em 2007. “Aqueles que torceram para que o país desse errado estão amargando agora o dissabor de as coisas estarem acontecendo.”
Lula garantiu não estar “nervoso” com o fim da CPMF, fonte de uma receita anual estimada em R$ 40 bilhões. Afirmou ter “ojeriza” a pacotes e recusou responder se haverá aumento de tributos no próximo ano. Segundo o presidente, o único motivo de preocupação hoje é a turbulência no mercado financeiro internacional, devido à crise no setor imobiliário dos Estados Unidos. Por isso, escalou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, para acompanhar diariamente o caso.
Lula não quer ser surpreendido por notícias negativas. Torce para que os prejuízos econômicos não cheguem ao Brasil. Mantega, por sinal, foi agraciado ontem pela primeira vez com uma manifestação pública de apoio do presidente desde a queda da CPMF. “Ele fica. O Mantega é um companheiro de mais de 30 anos, da mais alta competência, qualificação e credibilidade.” Titular da Cultura, Gilberto Gil também foi afagado. Não à toa. Em jantar que entrou pela madrugada de ontem, o presidente acertou a permanência do ministro na equipe.
“O Gil é uma pessoa leve. Com ele, não tem tempo ruim.” Indicado pela bancada do PMDB do Senado para ministro de Minas e Energia, o senador Edison Lobão (MA) não teve a mesma sorte. Lula deu a entender que o parlamentar não assumirá o posto. “Você que vai indicar? Me surpreendo de onde vêm essas notícias.” Os assuntos polêmicos não foram capazes de tirar o bom humor do presidente, demonstrado em diversas ocasiões.
“Piripaque”
Lula arrancou gargalhadas ao lembrar do desmaio do ministro da Justiça, Tarso Genro, durante solenidade na Bolívia. “Achei que ele tivesse morrido. Eu mesmo dormi com a porta aberta e a luz acesa naquela noite”, declarou, reconhecendo o medo de ter um “piripaque”. O presidente tomou duas xícaras de café expresso e fumou uma cigarrilha durante o encontro. Em tom de brincadeira, afirmou que os festejos de fim de ano tornarão inútil o regime realizado ao longo do ano.
Reclamou ainda do fato de presidente não ter direito a férias. Nada que o impeça de planejar uma folga de quatro dias em janeiro. O paradeiro é mantido em segredo. Após revisitar fracassos e sucessos, Lula se disse feliz. “O meu grande sonho, ao deixar a Presidência em 2010, é que o Brasil esteja infinitamente melhor do que o país que herdei.” A seguir os principais trechos da conversa, que não pôde ser gravada nem anotada pelos jornalistas, conforme determinação da Secretaria de Comunicação da Presidência da República.
Alguns acharam que o presidente ia ficar muito forte e fazer o sucessor em 2010. Acho isso uma pobreza de
espírito. Me dá pena
Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República
Ajudando a Amazônia...
As idéias sobre a Amazônia, a exemplo do que acontece sobre o aquecimento global, estão longe de ser um consenso. Uns dizem que é outros dizem que poderá ser e outros ainda afirmam que poderia ser. A problemática é bem maior porque a Amazônia ganhou status global. Isso mesmo! A Amazônia, por vários motivos, se tornou o símbolo da luta contra o aquecimento global, em favor da conservação global. Muitos até se orgulham disso. Eu, por outro lado, encaro toda a situação com certa desconfiança, pois desde que o mundo vive um sistema capitalista, procuro observar quem está pagando a conta, já que quem paga quer levar alguma coisa.
Tem uma onda verde que tomou conta do Brasil. Uma onda verde que é paga por quem mais desmatou ou por quem mais desmata, colocando a Amazônia como compensação para os crimes ambientais ocorridos e que ainda ocorrem em outras partes do mundo. Muita gente reclama do Windows, todo mundo conhece Intel, mas será que todo mundo sabe o que eles financiam, por exemplo?
Generalizaram a Amazônia, tornaram-na grande do tamanho do mundo: ela é global. Outros reduzem a Amazônia: consideram-na um bioma – rir desse ridículo é inevitável. Tem um monte de gente aí que faz parte de um monte de baboseira e lixo que se utilizam do termo ONG sem observar as origens, quem as financia e quais são os reais interesses.
A concessão florestal, a primeira realizada no Brasil é fruto ardente do trabalho de ONGs. A primeira cobaia está estrategicamente alocada próxima da infra-estrutura. Quem garante que ela não servirá para “esquentar” madeira ilegal de outras áreas? Com um inventário amostral de 34 anos de defasagem, ainda haverá madeira economicamente viável para a exploração? Haverá madeira?
Estão ajudando a Amazônia, afirmarão. Ninguém está trabalhando para acabar com a agricultura itinerante, com baixa tecnologia, que usa o fogo – isso libera o tal Carbono fixo. Abomina-se a criação de infra-estrutura de transporte para facilitar o deslocamento das safras, o que reduz a possibilidade de geração de fluxo de capital que torne a titulação das terras um fato. Terra sem documento é terra barata! Terra de ninguém é terra devastada! Criar Unidades de Conservação com caos fundiário, sem titulação de terras é expor as UCs ao desmatamento, basta verificar quais foram as áreas mais desmatadas no ano passado. Confundir queimada com desmatamento é grave. Madeira que gera casa e mobília tira carbono de um lugar para outro. Queimada libera carbono, mata a flora e a fauna. Está na cara que as grandes UCs serão devastadas, mas tudo bem, desde que as ONGs possam angariar recursos para empregar estrangeiros em território nacional brasileiro, para dizerem o que devemos saber, pensar e fazer.
Nada contra os estrangeiros, mas quando um brasileiro viaja pelo mundo ele aprende que é mais brasileiro lá fora do que aqui dentro. Todo mundo, todo o tempo e a toda hora o lembra que ele é brasileiro e que em qualquer país, primeiro se atende “os de casa”, depois os imigrantes, quando dá. Não me lembro de ter visto nenhum brasileiro dizendo para o congresso Norte Americano como ele deve explorar seus recursos naturais. Nunca vi nenhum brasileiro em Luxemburgo ou em Berlim, dizendo a algum “Primeiro ministro” como é que ele deve fazer para regular as suas minas de carvão. No Brasil todo mundo pode e somente o brasileiro é que não pode nada: e ainda dizem que o Brasil é nosso. Se este país é nosso, não entendo porque não podemos entrar na Serra da Raposa. Se o Brasil é nosso, não entendo porque não podemos entrar na Serra do Sol. Se o Brasil é nosso, não entendo porque não podemos entrar na FLONA Carajás. Brasil casa da mãe Joana. Brasil que tem seus brasileiros vilipendiados, mas que quer fazer parte do Conselho de Segurança da ONU, que já teve um Secretário Geral africano, de Ghana, sem que isso contribuísse para o continente dele. Tudo bem, afinal estamos no Brasil dos ícones: Raony, Chico Mendes e Amazônia – um índio transformado em político e “pop star” porque ninguém o entendeu, um seringueiro que acabou levando bala porque ninguém o protegeu e uma floresta que vai pegar fogo porque ninguém a defendeu.
Ajudando a Amazônia: quanta hipocrisia...
Veja como foi a sessão solene em Homenagem à Nossa Senhora de Nazaré 2024, na Câmara dos Deputados
Veja como foi a sessão solene em Homenagem à Nossa Senhora de Nazaré 2024, na Câmara dos Deputados A imagem peregrina da padroeira dos par...
-
Segundo texto publicado pela Cooperativa dos Garimpeiros invadida por adversários da atual diretoria no último domingo, 17. No mês de Abril ...
-
Os 52 municípios paraenses que integram o pólo turístico Araguaia Tocantins se preparam para mais uma temporada de férias. Entre as opções...