AMAZÔNIA: REGIÃO ESQUECIDA
Por: Val-André Mutran
A questão arrasta-se certamente desde que o Brasil "libertou-se" de Portugal com a proclamação da Independência da República, talvez, antes, muito anos antes do próprio descobrimento do novo Continente.
O fato relevante é: quanto custa aos brasileiros manter a preservação da Amazônia, ou, quanto vale a Amazônia se nela efetivamente o Brasil pudesse por um preço?
Parece à primeira vista, temas irrelevantes? Não são.
Com os avanços nas negociações em instâncias internacionnais próprias as quais o Brasil e os países vizinhos que possuem grande parte de seu território na chamada Amazônia Sul-Americana, os protocolos diplomáticos ainda são, na minha ótica, absolutamente desproporcionais à importância que a região deveria ter e não tem.
Os críticos podem alegar que o Brasil, com suas representações na OEA, ONU e OTCA , esta última, com relevância implícita à integração da Amazônia e composta pelas Repúblicas da: Bolívia, do Brasil, da Colômbia, do Equador, da Guiana, do Peru, do Suriname e da Venezuela, vislumbram como signatários do tratado a importância que para cada uma das partes têm sua respectivas regiões amazônicas como parte integrante do seu território.
Uma série de três artigos publicados na última edição do site Observatório da Imprensa, afirma que a Imprensa não vem cumprindo com o seu papel diante de tão relevante tema.
Nos artigos: Por que só americano entende de Amazônia, do jornalista Montezuma Cruz; Mitos da imprensa sobre a Amazônia, do jornalista Paulo França e Imprensa da Amazônia se ausenta, da pesquisadora do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e editora de notícias da revista ComCiência, Germana Barata, revelam alguns pontos cruciais sobre essa abordagem.
No mais, assistimos o avanço do interesse internacional na área pelas "beiradas", em direção ao "centro", à medida que o governo brasileiro, evidencia cada vez mais, sua intercolaboração com o movimento ambientalista-indigenista internacional, que, por sua vez, já não consegue mais ser ocultado por trás das supostas boas intenções dos mentores e militantes do movimento. A cada dia, emergem novos fatos que evidenciam a natureza política, misantrópica e antidesenvolvimentista de grande parte das iniciativas de “proteção do meio ambiente”, em especial as referentes à Região Amazônica (leia mais aqui). Dois deles, divulgados na semana passada, são emblemáticos. Em 19 de março, o jornal londrino The Sunday Times publicou uma reportagem com o sugestivo título “É minha floresta, agora. Sem mais exploração de madeira” (reproduzida n’O Estado de S. Paulo do dia 21 com o título “Ricos criam o colonialismo verde”). O texto se refere a uma nova “moda” de milionários britânicos, que estão comprando grandes extensões de terras em países do Terceiro Mundo, para “impedir que as árvores sejam cortadas”. Parece piada, mas não é.
O deputado tucano Anivaldo Vale (PA), enviou ao então ministro da Educação, Cristovam Buarque, requerimento solicitando a inclusão do tema Amazônia, em caráter obrigatório, no currículo escolar de todos os níveis de ensino. O pedido caiu no esquecimento sintomático.
Vale justificou sua proposta de maneira singela: "A nossa Amazônia ainda carece de melhor conhecimento em todas as suas complexas dimensões, tanto da parte de cientistas profissionais e da população em geral, como por parte de crianças e jovens estudantes".
Após a assunção de dois ministros da Educação ao poder, o deputado não recebeu resposta até agora.
Isso é o Brasil.
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