Blog do Freire

O impeachment se impõe
Começamos a discutir, no PPS, o impeachment do presidente Lula, que apoiamos na última eleição e em muitas eleições do passado. Não temos a exclusividade da decepção. Tal qual milhões de pessoas, estamos nos sentindo lesados, passados para trás. Não é, no entanto, o sentimento da desapontamento que nos move nessa discussão do afastamento de Lula. Nos move a lei, a Constituição, os fatos, a denúncia da Procuradoria Geral da República, a indignação, o compromisso com a verdade, com o futuro, com as instituições, com a democracia. Nos move a preocupação com o Brasil pós PT, pós mensalão, pós Silvinho-Delúbio-Sereno-Valério-Duda, pós corrupção dessa gente que se autodenominou de esquerda desde a década de 1980. É tempo de pensar no que vamos fazer com as conclusões a que chegaram a CPI dos Correios e a PGR. Varremos para debaixo do tapete e saímos de fininho? Fingimos que nada está ocorrendo, tapando os olhos e xingando os que enxergam, como fazem tantos arrogantes militantes petistas? Não é o que o PPS está disposto a fazer. Acompanhamos Lula em muitos momentos de nossa história. No pântano por onde ele decidiu andar, há muito já largamos sua mão. Quando o governo Collor atolou-se na corrupção, não titubeamos em apoiar o impeachment. Fomos os primeiros. Por que seremos complacentes coma corrupção de Lula? Não há notícia nas democracias modernas de uma denúncia tão contundente quanto a do procurador Antônio Fernando Souza. Similar, só a operação mãos limpas, na Itália. O principal acusado - primeiro ministro - foi obrigado a fugir para o exílio. Os partidos envolvidos acabaram. Que faremos nós com os petistas mãos sujas que colocamos no poder? Estou defendendo o impeachment como instrumento democrático que um dia usamos para afastar Collor. Lula está implicado em crimes de responsabilidade previstos nos artigos 85 da Constituição. É evidente que o mensalão atentou contra o livre funcionamento do Poder Legislativo, conforme está previsto no inciso II (nem de longe me passa pela cabeça que o presidente não sabia da existência desse esquema). Com o libelo acusatório do procurador, está claro, ainda, que a conduta de Lula incorre também no inciso V, que se refere à improbidade administrativa. Também afrontou o inciso III, quebrando ilegalmente o sigilo de um brasileiro,o que tipifica atentado a direito fundamental do indivíduo. Não podemos fazer cara de paisagem, como dizem os jovens. Esse assunto nos diz respeito, sim. A partidos, sociedade, cidadania, a todos a quem interessa o Brasil. Não nos é permitida a omissão.

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