Ele não desiste

Foto: Renato Chalú/Interfoto
Reunião da Executiva Nacional do PMDB fortalece a candidatura de Garotinho à Presidência da República
O candidato do PMDB à Presidência, Anthony Garotinho – escolhido na consulta nacional feita pelo partido – obteve ontem (5/4), na reunião da Executiva Nacional da legenda, em Brasília, uma grande vitória: a aprovação da proposta de se fazer uma reunião, nos dias 18 e 19 deste mês, com todos os pré-candidatos da legenda nos estados para se discutir a melhor forma de fazer coligações regionais, em decorrência da verticalização.

Ele teve o apoio do presidente nacional do PMDB, Michel Temer. Garotinho conseguiu ainda derrubar a sugestão da ala governista que queria realizar uma convenção, no dia 7 de maio, na qual se debateria a conveniência política de uma candidatura própria. A candidatura de Garotinho foi mantida, assim como a data da convenção do partido, mantida para o início de junho.

Se a verticalização prejudica o PMDB, como dizem os peemedebistas contrários à candidatura própria à Presidência, cria muito mais problemas para o PT e o PSDB. Esta tese, levantada pelo senador Pedro Simon (PMDB-RS), ganhou força na reunião da Executiva Nacional. Com o objetivo de definir a melhor estratégia para o PMDB em cada estado e no plano nacional, a Executiva promoverá o encontro nos dias 18 e 19 de abril, entre Garotinho e todos os candidatos a governador e presidentes dos diretórios estaduais.

Na reunião, a Executiva sepultou a manobra dos governistas do partido de realizarem uma pré-convenção no início de maio, numa tentativa de inviabilizar a candidatura própria à sucessão presidencial. A direção manteve a convenção marcada para junho, que definirá a candidatura própria à Presidência da República.A realização do encontro com governadores e dirigentes partidários estaduais foi mais uma conquista de Garotinho em seu movimento que visa a unir o partido em torno da consolidação da candidatura própria.

“Foi uma decisão sábia do partido. O encontro vai permitir que o PMDB aprecie as questões regionais, a fim de não criar constrangimentos com possíveis alianças, por causa da verticalização”, explicou Garotinho, certo de que o encontro será uma oportunidade também para traçar um plano nacional em torno da candidatura própria do partido à Presidência da República, nas eleições de outubro.

Garotinho enfatizou seu apoio à outra tese lançada pelo senador Pedro Simon, segundo a qual o PMDB só conseguirá construir um projeto nacional verdadeiro se fortalecer seus candidatos. Quanto ao suposto lançamento da candidatura de Itamar Franca à sucessão presidencial, o presidente nacional do PMDB, Michel Temer, foi enfático. “Quem quiser ser candidato que apresente também seu nome à convenção nacional, marcada para junho”.

A candidatura à Presidência de Garotinho será decisiva para levar as eleições ao segundo turno, de acordo com dados da pesquisa JB/IBPS, realizada no início do mês e divulgada pelo Jornal do Brasil de domingo (2/4). Em uma das simulações, quando o seu nome é retirado, o presidente Lula se aproxima bastante dos pontos necessários para ganhar ainda no primeiro turno.

O estudo remete a uma constatação: a necessidade de o PMDB aprovar, na sua convenção em junho, o nome de Garotinho como candidato do partido ao Palácio do Planalto. Ele tem densidade eleitoral e reúne condições reais de vitória, sobretudo pelos recentes acontecimentos divulgados na imprensa e não captados pela pesquisas. O quadro eleitoral está sujeito a muitas mudanças com tendência de queda nas intenções do petista Lula e do postulante tucano, Geraldo Alckimin.

Os fatos não captados pela pesquisa do Jornal do Brasil são relevantes. É o caso da demissão do ministro da Fazenda Antonio Palocci, denunciado pelo caseiro Francenildo Costa, que teve seu sigilo bancário quebrado ilegalmente. O escândalo culminou também com a demissão do presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Mattoso.

Há ainda outro fator de pode abalar a até então inatingível candidatura do ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. Seu nome aparece no escândalo da Nossa Caixa, que aumentou, durante a sua gestão, em 250% a verba de publicidade. Alchmin começou a ser alvo de uma artilharia. E material não falta. Estão sendo desengavetados 69 pedidos de CPIs, e pelo menos 974 contratos julgados irregulares pelo TCE já foram retirados do arquivo morto da Assembléia Legislativa de São Paulo e serão encaminhados ao Ministério Público. Além disso, dezenas de gabinetes de deputados começaram a abrir novas investigações, a maioria apontando para o mau uso do dinheiro público, direcionado para favorecer aliados políticos.

Estes fatos terão, provavelmente, reflexos negativos nas candidaturas de Lula e Alckmin e podem facilitar o crescimento de Garotinho nas pesquisas. Hoje, o ex-governador com uma média de 15% das intenções de votos, tende a crescer com suas aparições nos programas de televisão do partido.

Garotinho levará a sua candidatura até à convenção do partido, no início de junho. “Não posso decepcionar os milhares de militantes do PMDB do Brasil inteiro de desejo de uma candidatura própria, que represente mudanças, que traga esperança ao povo brasileiro”, afirmou Garotinho.
Ele percorrerá os principais estados brasileiros em reuniões com as bases do partido para que estas pressionem os delegados à convenção nacional, no sentido de que estes confirmem o seu nome como candidato do partido. E tem bons argumentos para isso, a julgar pelos acontecimentos.
“O desgaste do PT é enorme. Hoje, o PT virou sinônimo de corrupção. O PSDB, não traz esperança. Só o PMDB, com uma política econômica nova, será capaz de retomar o desenvolvimento, a geração de empregos e trazer paz ao Brasil”, concluiu Garotinho.
Garotinho perdeu a paciência hoje com o ex-governador e pré-candidato ao goveno de São Paulo Orestes Quércia que malandramente lançou a pré-candidatura do ex-presidente Itamar Franco à presidência da República pelo PMDB.
O ex-governador ferveu...!!
Mais PMDB, impossível.