Câmara aperta Transparência Brasil

Procurador da Câmara dos Deputados ameaça Transparência Brasil por campanha contra voto em indiciados por crimes

O deputado Ney Lopes, procurador legislativo da Câmara dos Deputados, ameaçou processar a organização não-governamental Transparência Brasil pelo fato de esta promover a campanha “Não vote em mensaleiro” (e sanguessuga, gafanhoto etc.).

A campanha exorta o eleitor a não votar em indivíduos indiciados na Justiça por diferentes tipos de crimes.

Conforme ofício dirigido à entidade pelo gabinete do deputado Lopes, a campanha “Não vote em mensaleiro” atentaria contra o Parlamento Nacional.

Em resposta ao deputado Lopes, o diretor executivo da Transparência Brasil, Claudio Weber Abramo, afirma que

“Não há razão jurídica que impeça qualquer cidadão ou organização de pregar ao eleitor que evite votar neste ou naquele indivíduo por qualquer razão que seja, desde que verídica.

“É verídico que parlamentares foram indiciados na Justiça como réus em inquéritos relativos a escândalos como os do Mensalão, dos Sanguessugas, dos Gafanhotos e tantos outros.

“Sendo verídico, nada há que nos impeça de instar o eleitor a evitar votar no gênero de indivíduo que se comporta de modo a dar motivos para sofrer indiciamento criminal.

“Observo, ainda, que o uso da Procuradoria Parlamentar da Casa para pressionar uma entidade no sentido de esta deixar de exercer o que é um direito constitucionalmente assegurado nada tem a ver com a preservação de direitos da Câmara dos Deputados, mas representa meramente a defesa de interesses individuais de parlamentares acusados de crimes.”

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