Só falta agora os petistas atribuírem o estudo da ONG Repórter sem Fronteiras como o mais novo associado dos tucanos e golpistas.
O jornalista paraense Lúcio Flávio Pinto é citado no relatório. Não houve tempo de inluir no relatório o caso da jornalista amapaense Alcinéa Cavalcante, perseguida pelo senador José Sarney, num caso que mobilizou a imprensa nacional e internacional, a partir da repercussão contra a intolerância política em mais de 50 mil blogs brasileiros. Confiram abaixo a matéria da Agence France-Presse:
PARIS, 23 Out (AFP) - A liberdade de imprensa piorou no Brasil, segundo a organização não-governamental francesa Repórteres sem Fronteiras (RSF), que divulgou nesta segunda-feira seu relatório anual, no qual Finlândia, Irlanda e Islândia aparecem como os campeões mundiais da liberdade de imprensa.
O Brasil, que ocupava a 63ª posição no relatório de 2005, caiu para a 75ª no ranking deste ano. "Um jornalista foi assassinado e outro sobreviveu a um atentado", destaca o documento, referindo-se ao assassinato do jornalista José Cândido Amorim Pinto (Jota Cândido), da Rádio Comunitária Alternativa, alvejado por disparos em julho de 2005 em Carpina (Pernambuco), após sobreviver a um primeiro atentado, dois meses antes.
"Em seus programas, (Amorim) denunciou a corrupção e as práticas de nepotismo do prefeito de Carpina, e de um deputado", acrescenta o documento.
A RSF destaca ainda o atentado contra Maurício Melato Barth, redator e dono do jornal InfoBairros de Itapema (Santa Catarina), que ficou gravemente ferido em 23 de março ao ser atingido por tiros disparados por dois homens encapuzados que o aguardavam em frente à sua casa.
"Também neste caso o jornalista havia provocado, com suas investigações, a hostilidade dos políticos locais", acrescenta.
"A imprensa brasileira, sobretudo a local, continua sofrendo graves represálias quando se mostra curiosa demais. Embora seja aplicada raramente, a repressiva lei de imprensa de 1967 continua dando lugar a procedimentos abusivos", destaca a organização em seu site (www.rsf.org).
"Com o apoio da lei de 1967, José de Arimatéia Azevedo, diretor do site Portal AZ, em Teresina (Piauí), foi detido e encarcerado durante quarenta e oito horas por 'injúria e calúnia' e 'pressão sobre o curso de um procedimento", continua. "Também se lançou mão desta lei nos 18 processos abertos contra Lúcio Flavio Pinto, redator-chefe do bimensal Jornal Pessoal de Belém (Pará), em cujos artigos sobre tráfico de drogas, desmatamento ou corrupção, eram mencionados poderes públicos locais", conclui.
Entre os países latino-americanos, a Bolívia (16º) é aquele onde a imprensa é mais livre, segundo a organização, aparecendo pela primeira vez entre os 20 primeiros. Cuba, por sua vez, é o Estado da região onde os jornalistas sofrem uma maior repressão no exercício de sua profissão.
"No último ano, os jornalistas bolivianos desfrutaram de uma liberdade de imprensa comparável à de seus colegas austríacos ou canadenses", comemora a RSF, sediada em Paris.
No entanto, "a crescente polarização entre os meios de comunicação públicos e privados, entre defensores e críticos do presidente Evo Morales, pode complicar a situação", adverte.
Depois da Bolívia, os melhores colocados da região são a Costa Rica, em 29º, e El Salvador, em 41º.
Os últimos lugares da lista são ocupados por Coréia do Norte, Turcomenistão, Eritréia e Cuba.
"Cuba, na 165ª posição, continua sendo a segunda prisão do mundo para os jornalistas, com 24 comunicadores presos, e ainda não tolera que haja imprensa independente", critica a RSF.
Seguem-na México e Colômbia, respectivamente nas posições 132 e 131, países que tiveram três jornalistas mortos no último ano.
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