Processada por mais de cem deputados. Maria Lino cai no choro

Luiz Alves
(E/D) Testemunha de acusação na máfia das ambulâncias, Maria da Penha Lino (ex-funcionária do Ministério da Saúde) e Ricardo Izar (PTB-SP, pres. Conselho de Ética).

Ex-servidora da Saúde chora e nega ter acusado deputados


A ex-funcionária do Ministério da Saúde Maria da Penha Lino negou há pouco, em depoimento ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, ter acusado 171 parlamentares de participar do esquema de compra superfaturada de ambulâncias. Chorando, ela disse não saber por que está sendo investigada e responsabilizou o delegado da Polícia Federal Tardelli Boaventura pela afirmação. Segundo a ex-funcionária, o número se referia à quantidade de emendas aprovadas para a área.

Maria da Penha também foi funcionária da empresa Planam, acusada de coordenar o esquema. Ela negou ter pago ou mesmo testemunhado o pagamento de propina a deputados. No entanto, disse que ouviu os motoristas da Planam falarem sobre malas de dinheiro encaminhadas para a Câmara.

Negociação - Segundo a ex-funcionária, o sócio da Planam Darci Vedoin permanecia o tempo inteiro na Câmara e não ficava no escritório da empresa em Brasília. Ela também afirmou que Vedoin e seu filho, Luiz Antônio, iam às prefeituras para negociar a aquisição de ambulâncias.
O trabalho de Maria da Penha na Planam, segundo contou, era emitir pareceres técnicos sobre projetos. Ela disse que nunca viu parlamentares na empresa.


Maria da Penha confirmou que foi indicada para o cargo no gabinete do então ministro da Saúde Saraiva Felipe pelo líder do PMDB Wilson Santiago (PB). Ela nega que tivesse a senha de parlamentares para consultar a execução de emendas no Ministério da Saúde. "Se isso ocorreu, foi com os donos da Planam", acusou.

Maria da Penha ainda lembrou que foi secretária de Saúde em Barra do Garças (MT) e já participou do Conselho Nacional do Sistema Único de Saúde (SUS).

O depoimento continua no plenário 11.

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