Dá porrada e ainda pede desculpas.
CAMPANHA DE LULA ATACA A FAMÍLIA DE ALCKMIN E RECUA
Folha de S. Paulo
13/10/2006
Partido cita mulher e filha de adversário em boletim e depois pede desculpas
Presidente abre propaganda eleitoral dizendo que não desejava "baixaria"; Marco Aurélio Garcia afirma que ataque foi "inapropriado"
No dia em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva abriu sua propaganda eleitoral dizendo que não desejava "baixaria", os sites na internet do PT e de sua campanha divulgaram um boletim com ataques a familiares do tucano Geraldo Alckmin. No final da tarde de ontem, o PT pediu desculpas em nota assinada pelo presidente da legenda e coordenador da campanha, Marco Aurélio Garcia.
Retirado do ar por ordem de auxiliares de Lula, o texto "O telhado de vidro de Alckmin" atacava Sofia e Lu Alckmin, respectivamente a filha e a mulher do tucano. O boletim criticava ainda veículos de comunicação e acusava o tucano de "hipocrisia e moralismo de ocasião".
"Alckmin não deveria colocar o debate neste nível [sobre saber ou não de irregularidades]. Afinal, alguém poderia perguntar se ele sabia que sua filha era funcionária de uma empresa acusada de contrabando, a Daslu, ou se tinha conhecimento [de] que sua esposa ganhou de presente 400 vestidinhos chiques", diz o texto. Em
O texto foi retirado do site da campanha às 12h40 por determinação de um auxiliar do presidente, que falou com Garcia. Às 15h49, o site do PT reproduziu o texto, que seria retirado meia hora depois por orientação do presidente do PT.
Responsável pela área de internet da campanha e secretário de Relações Internacionais do PT, Valter Pomar disse que foi o autor do boletim. "Eu passei da mão. O Lula não aprovou a referência aos familiares e elas foram retiradas. O texto deverá voltar a ser divulgado sem essas menções", disse.
Por determinação de Lula, Pomar redigiu nota assinada por Garcia e que foi divulgada às 17h39 no site do PT. Ela dizia que o presidente, o partido e seus aliados consideravam "totalmente inadequado, inapropriado e lamentável lançar mão de ataques pessoais envolvendo os candidatos ou suas famílias". A nota afirmou que Lula sofrera ataques semelhantes em campanhas passadas. "Exatamente por isso, consideramos incorretas e nos desculpamos publicamente pelas referências feitas -em um boletim da campanha- a familiares do candidato da oposição."
Segundo relato de auxiliares diretos à Folha, Lula ficou contrariado quando soube do episódio por volta das 13h e deu ordem para que as informações do site de sua campanha passem pelo controle prévio do marqueteiro João Santana.
Na avaliação de Lula, ataques desse tipo poderiam colocar em risco a sua reeleição, pois vitimizariam Alckmin e poderiam resultar num contra-ataque à sua família. Lula teme que o PSDB lance suspeitas sobre a empresa de um filho seu, Fábio Luiz, que recebeu da Telemar um aporte de recursos no valor de R$ 10 milhões.
Leia nota com o pedido de desculpas: Nota | ||
Antivírus errou e reconhece o erro A coligação "A força do povo" considera que uma campanha eleitoral é espaço para o confronto entre projetos de país. Neste sentido, estimulamos o balanço comparativo entre os governos Lula, FHC e Alckmin; bem como o debate entre os programas dos candidatos à Presidência da República. Ao mesmo tempo, consideramos totalmente inadequado, inapropriado e lamentável lançar mão de ataques pessoais, envolvendo os candidatos ou suas famílias. Esta também é a posição de nosso candidato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que por diversas vezes, inclusive na atual campanha, foi vítima de ataques pessoais, dirigidos contra ele e contra seus familiares. Exatamente por isto, consideramos incorretas e nos desculpamos publicamente pelas referências feitas - na edição nº 47 deste boletim - a familiares do candidato da oposição. |
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