Férias: Vamos ao Pará

Turismo

Um sabor particular

DESTINO > Belém do Pará

Quando se vai a Belém, parte do prazer da viagem está em experimentar suas comidas típicas. Com base na culinária indígena, muitas das receitas paraenses levam a mandioca e derivados. Pato no tucupi, maniçoba, tacacá, açaí, camarão regional, caranguejo e inúmeros peixes de rio como filhote, pescada amarela e pirarucu (cuja carne é muito semelhante a do bacalhau).

Foto: Paulo Amorim

É no final da tarde, caminhando pelas ruas de Belém que o turista descobre a existência do tacacá. Isso porque apesar do calor da cidade, com média de 30°C por ano, muitos paraenses param em banquinhas instaladas nas calçadas em busca de um tacacá. O caldo nada mais é do que o tucupi — sumo da mandioca — cozido e servido com camarão seco, jambu (uma erva que lembra o espinafre e adormece a boca) e a goma da mandioca. Apesar do calor (e por causa dele), experimentá-lo é uma experiência única. É também com o tucupi que são servidos os patos e peixes, como a famosa e deliciosa caldeirada.

Símbolo da culinária paraense, a maniçoba não é muito atraente no primeiro olhar. Mas é no sabor único que ela conquista. O prato é uma espécie de feijoada preparada sem feijão (sim, é isso mesmo), mas com a maniva, que nada mais é do que as folhas da mandioca moídas e cozidas por oito dias para eliminar o veneno. Antes de servir, carnes são acrescentadas à ela.

O açaí, base da alimentação do paraense, ou melhor seu "vinho", como os paraenses chamam o suco é um caso à parte. Para começar, é totalmente diferente em sabor e aparência do que paulistas e cariocas estão acostumados. Em segundo lugar, seu vinho pode ser consumido tanto com peixe e farinha — o mais comum entre os paraenses — que, consomem 25 mil toneladas de açaí por mês, de acordo com a (Empresa Brasileira de Pesquisa) Embrapa — Amazônia Oriental — ou com açúcar e farinha de tapioca. O produto pode ser comprado em uma das milhares de vendas somente de açaí espalhadas pelas cidade e facilmente identificadas com a placa vermelha escrito Açaí. Aliás, as vendas têm disponível também, mas em menor quantidade, as variações do açaí como o açaí branco e a bacaba. Com sabores indescritíveis.

Já as outras centenas de frutas diferentes que se pode saborear na cidade, encontradas no mercado, podem ser muito apreciadas, assim como o açaí, nos sorvetes e bombons. Não deixe de experimentar também (se estiver na época) a pupunha, facilmente encontrada em camelôs pelas ruas da cidade. Trata-se do fruto das palmeiras de pupunha, atualmente mais comum no Sudeste. Hoje em dia o palmito de pupunha é popular e utilizado em receitas da alta gastronomia por se diferenciar sutilmente no sabor do palmito comum. A pupunha lembra na consistência o pinhão e deve ser saboreada pura, com mel ou acompanhada de um cafezinho feito na hora — ela é vendida já cozida, ou em cacho para cozinhar em casa, o que, não vale muito a pena.

Bolinho de pirarucu (o bacalhau dos paraenses), muçuã (tartaruga), arroz de pato e pizza de jambu ainda devem entrar na lista dos mais curiosos. Estas são apenas algumas das iguarias que podem (e devem) ser apreciadas sem preconceito pelo turista que passa alguns dias no Pará. (Paula Ribeiro/Da Agência Anhangüera)

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