Segundo o deputado Vitor Penido (MG), abatedouros comercializam frango congelado com até 40% de água do peso total do produto, quando o máximo permitido é apenas 6%.
O comércio de frango congelado com excesso de água tornou-se uma prática comum e os responsáveis continuam impunes. A denúncia foi feita pelo deputado federal Vitor Penido (Democratas-MG) nesta quinta-feira (28.6), em Brasília. Ele critica a morosidade do Ministério da Agricultura no combate às fraudes. “Há empresas que injetam até 40% de água no frango. Se a prática continua generalizada, é sinal de que está faltando fiscalização e punição”, afirma. A adição de água pelos frigoríficos é permitida pelo ministério até o limite de 6% do peso do animal.
O ministério alega ter feito um acordo com o Ministério Público Federal para apuração da responsabilidade civil e criminal dos fraudadores e também para aumentar em até 10 vezes o valor das multas. Para o democrata, no entanto, a ação não foi suficiente. “As reclamações contra abusos na comercialização de carne de frango são cada vez mais freqüentes”, pondera Penido.
O deputado explica que alguns abatedouros chegam a utilizar equipamentos para injetar água diretamente na carne da ave. Normalmente após o abate, a ave é escaldada para facilitar a retirada das penas e, por conseqüência, perde líquidos. As fraudes ocorrem no momento em que o animal é reidratado.
Vitor Penido informa que o ministério chegou a ser cobrado judicialmente, em 2005, a apresentar a relação de empresas que excediam este limite. Segundo o relatório, entre 2003 e 2004, cerca de 90 empresas, inclusive as maiores do mercado, adotavam esta prática. O Instituto de Defesa do Consumidor (Idec) também realizou testes com duas metodologias que permitem a adição de 6% a 8% de água. Os resultados apontaram que 16% e 26% das marcas testadas, respectivamente, apresentaram problemas.
Segundo projeções feitas por entidades ligadas à cadeia produtiva da avicultura, em 2015 a carne de frango será mais consumida do que a carne bovina, atingindo cerca de 39 kg por pessoa. Entre 1995 e 2005, consumo do produto no país cresceu 51%.
Em 2006, a produção brasileira de carne de frango ficou praticamente estável (alta de 0,06%) em relação a 2005 e somou 9,353 milhões de toneladas. No entanto, devido à ameaça de uma epidemia mundial da chamada Gripe do Frango, as exportações do produto in natura recuaram 6,38% e passaram para 2,585 milhões de toneladas conforme dados da União Brasileira de Avicultura (UBA). Com produção estável e exportação menor, a oferta doméstica cresceu 2,76% e alcançou 6,768 milhões de toneladas, o que representa um consumo per capita de 36,3 quilos.
Por se tratar de um produto que é consumido em larga escala, principalmente pela população de baixa renda, qualquer ganho extra na venda de frango resulta em lucro significativo. “A fraude do frango congelado se tornou um negócio bastante rentável e o consumidor é o maior prejudicado”, conclui.
Ass. Imprensa - Dep. Vitor Penido
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