Lúcia Hipólito descreve o valôr de quanto vamos pagar
Governo joga pesado
Por Lúcia Hipólito
Depois de uma desastrada e desastrosa tentativa de negociação com a oposição e com os senadores da base aliada (Presidente Lula, o ministro Mantega é um perigo! Não pode ser negociador do governo.), o governo entra em campo com artilharia pesada para tentar escapar do prejuízo e aprovar a CPMF.
Primeiro, suspendendo o envio ao Congresso de dois projetos importantes: a política industrial (R$ 5 bilhões em desonerações e isenções) e a reforma tributária (quanto a esta, há muitas dúvidas de que o governo estivesse falando a sério).
Com isso, o governo espera sensibilizar governadores e empresários, para que façam pressão sobre os senadores.
Segundo, suspendendo o envio ao Congresso do projeto de lei aumentando o salário do funcionalismo (gastos de R$ 1,5 bilhão em 2008) e segurando a votação final do Orçamento da União para o ano que vem.
Foram suspensos reajustes já combinados com servidores do Banco Central, da Polícia Federal, do Ministério da Cultura, do Incra, técnicos das universidades federais e fiscais agropecuários. Ao todo, 203 mil funcionários.
Com isso, o governo espera jogar essas categorias contra os senadores, e assim recolher frutos eleitorais da aparente impopularidade da atitude da oposição.
Terceiro, o governo liberou emendas de parlamentares, cerca de R$ 500 milhões, e também emendas de bancadas, normalmente patrocinadas por senadores, no valor de R$ 90 milhões.
Para o Orçamento do ano que vem, PMDB e PT garantiram a maior fatia de emendas aprovadas, embora os peemedebistas ainda não estejam satisfeitos. O governo pode fazer melhor.
Tem mais. Na Câmara, a base governista decidiu obstruir os trabalhos, para não votar as Medidas Provisórias que estão trancando a pauta. Isto para que as MPs não sejam enviadas ao Senado e passem à frente da votação da CPMF.
Com isso, podem caducar algumas MPs importantes para o governo, inclusive a que cria a TV pública.
O presidente Lula, por sua vez, não desistiu, e vai procurar os governadores do PSDB para que pressionem a bancada.
São estas as principais armas do governo. É artilharia pesada.
Já na oposição, senadores contam 27 votos (toda a bancada do DEM e do PSDB) e ainda seis votos da base governista: no PMDB, Jarbas Vasconcelos (PE), Pedro Simon (RS), Mão Santa (PI) e Geraldo Mesquita (AL); no PTB, Mozarildo Cavalcanti (RR); no PSOL, José Nery (PA).
Mas a oposição tem esperanças ainda em Romeu Tuma (PTB-SP), César Borges (PR-BA), Jefferson Péres (PDT-AM), Expedito Júnior (PR-RO) e Osmar Dias (PDT-PR).
Por isso mesmo, a oposição quer acelerar a tramitação e a votação da CPMF. Democratas e tucanos consideram que dá para derrotar a CPMF.
O governo, que ainda não tem os 49 votos, corre contra o tempo.
Agora, vai ser na sintonia fina.
E na base da máquina de calcular.
Preparem o bolso, porque a conta vai ser salgada.
Por Lúcia Hipólito
Depois de uma desastrada e desastrosa tentativa de negociação com a oposição e com os senadores da base aliada (Presidente Lula, o ministro Mantega é um perigo! Não pode ser negociador do governo.), o governo entra em campo com artilharia pesada para tentar escapar do prejuízo e aprovar a CPMF.
Primeiro, suspendendo o envio ao Congresso de dois projetos importantes: a política industrial (R$ 5 bilhões em desonerações e isenções) e a reforma tributária (quanto a esta, há muitas dúvidas de que o governo estivesse falando a sério).
Com isso, o governo espera sensibilizar governadores e empresários, para que façam pressão sobre os senadores.
Segundo, suspendendo o envio ao Congresso do projeto de lei aumentando o salário do funcionalismo (gastos de R$ 1,5 bilhão em 2008) e segurando a votação final do Orçamento da União para o ano que vem.
Foram suspensos reajustes já combinados com servidores do Banco Central, da Polícia Federal, do Ministério da Cultura, do Incra, técnicos das universidades federais e fiscais agropecuários. Ao todo, 203 mil funcionários.
Com isso, o governo espera jogar essas categorias contra os senadores, e assim recolher frutos eleitorais da aparente impopularidade da atitude da oposição.
Terceiro, o governo liberou emendas de parlamentares, cerca de R$ 500 milhões, e também emendas de bancadas, normalmente patrocinadas por senadores, no valor de R$ 90 milhões.
Para o Orçamento do ano que vem, PMDB e PT garantiram a maior fatia de emendas aprovadas, embora os peemedebistas ainda não estejam satisfeitos. O governo pode fazer melhor.
Tem mais. Na Câmara, a base governista decidiu obstruir os trabalhos, para não votar as Medidas Provisórias que estão trancando a pauta. Isto para que as MPs não sejam enviadas ao Senado e passem à frente da votação da CPMF.
Com isso, podem caducar algumas MPs importantes para o governo, inclusive a que cria a TV pública.
O presidente Lula, por sua vez, não desistiu, e vai procurar os governadores do PSDB para que pressionem a bancada.
São estas as principais armas do governo. É artilharia pesada.
Já na oposição, senadores contam 27 votos (toda a bancada do DEM e do PSDB) e ainda seis votos da base governista: no PMDB, Jarbas Vasconcelos (PE), Pedro Simon (RS), Mão Santa (PI) e Geraldo Mesquita (AL); no PTB, Mozarildo Cavalcanti (RR); no PSOL, José Nery (PA).
Mas a oposição tem esperanças ainda em Romeu Tuma (PTB-SP), César Borges (PR-BA), Jefferson Péres (PDT-AM), Expedito Júnior (PR-RO) e Osmar Dias (PDT-PR).
Por isso mesmo, a oposição quer acelerar a tramitação e a votação da CPMF. Democratas e tucanos consideram que dá para derrotar a CPMF.
O governo, que ainda não tem os 49 votos, corre contra o tempo.
Agora, vai ser na sintonia fina.
E na base da máquina de calcular.
Preparem o bolso, porque a conta vai ser salgada.
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