Balanço 2007 - Parte III

As compensações, estão em parte, apenas em parte sob a tutela de Lula. O Executivo não é maior que o Mercado. Este prevê dificuldades ainda não exatamente equacionadas na crise dos papéis de empréstimo imobiliários americanos que gerou a implosão da bolha do supervalorizado mercado para a compra da casa própria lá.

Em parte porque espera-se para 2008 seja um ano de muitas dificuldades fiscais com a extinção da CPMF. Noutra ponte destaca-se o temor do Banco Central brasileiro de retomar a queda da taxa de juros, o que pode levar o país à uma explosão de consumo e conseqüente descontrole da inflação que já demonstrou seu crescimento nas últimas averiguações de medição, prevendo forte alta para o próximo ano.

Outra questão básica é o permanente desequilíbrio fiscal brasileiro.

Segundo o ex-ministro Mailson da Nóbrega em artigo publicado no blog do Noblat {aqui} a piora fiscal viria do não-cumprimento da meta de superávit primário, causado pela perda da CPMF. O risco Brasil aumentaria, provocando desvalorização cambial e pressões inflacionárias. O Banco Central manteria ou elevaria a taxa de juros. O ritmo de crescimento cairia.

Esse risco é o menor dos três. Decorreria da incompatibilidade entre o compromisso de Lula com a meta de superávit e suas promessas posteriores: não cortar nem o Bolsa-Família nem o PAC e ao mesmo tempo não aumentar tributos. Seja como for, Lula não correria o risco e apertaria o caixa para atingir a meta.

O segundo risco é mais sério. O ano termina com pressões inflacionárias inequívocas. O IPCA pode alcançar 4,5%, em cima da meta. Há poucos meses, projetava-se menos de 4%. A piora veio da forte alta dos alimentos, mas pode ser também sinal de excesso de demanda interna. Se a inflação continuar a subir, o BC elevará os juros. A expansão do PIB arrefecerá.

O que o economista não disse é que a pressão dos alimentos na cesta de medição da inflação terá forte queda. Acompanho as decisões da Comissão de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, assim como, as tendências medidas pelos economistas da CNA. Em 2008, se não tivermos problemas climáticos, o Brasil produzirá a maior safra de seus 508 anos de história.

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