Chororô tucano

Adotando uma estratégia entre o burlesco com tempêro beirando o ridículo, para com isso tentar, de qualquer maneira, viabilizar seu nome como um dos candidatos de seu partido à sucesão do presidente Luis Inácio Lula da Silva, o senador Arthur Virgílio (PSDB-AM), decidiu, em protesto, retirar os representantes tucanos da Comissão Mista de Orçamento como forma de protesto contra as denúncias de irregularidades que estariam sendo praticadas por “um pequeno grupo” de parlamentares do colegiado. A reação dos tucanos chegou atrasada, já que o projeto já havia sido totalmente aprovado pela comissão, inclusive com apoio de deputados do PSDB, quando Virgílio (AM), anunciou a decisão em plenário. “Tudo ocorreu com absoluta lisura, as reuniões foram públicas e transparentes”, rebateu com a maior tranqülidade o presidente da comissão, senador José Maranhão (PMDB-PB).

Foi um chororô sem fim quando foram aprovados cinco dos 571 destaques apresentados em separado pelo deputado federal Giovanni Queiroz (PDT-PA) integrante da Comissão. Um deles retirou R$ 289 milhões em investimentos para o anel rodoviário de São Paulo e para quatro tribunais de Justiça de Brasília.

Giovanni não discute a necessidade das obras, quer na sua mão o detalhamento de como é feito o milagre da multiplicação de pão e peixe de empreiteiros que têm a cara de pau de cobrar do contribuinte R$ 40 milhões para um único quilômetro de obra do Anel Rodoviário de São Paulo.

E haja chororô.

O senador manauara, pelo visto, rasgou os postulados que estudou para ingressar na carreira diplomática.

Cenas semelhantes à um ataque de nervos Virgílio protagonizou nos palanques do Amazonas nas últimas eleições, quando, como candidato, desferiu sem dó, nem piedade, ataques frontais ao presidente Lula e ao PT.

Resultado: não se elegeu governador de seu Estado, tendo sentido na moleira a maior derrota eleitoral de sua carreira, imposta pelo governador reeleito Eduardo Braga -- um paraense da gêma.

Comentários

Postagens mais visitadas