Vale quebra recorde de faturamento, mas não paga o que deve ao governo
Principal empresa privada brasileira, a mineradora Vale registra o quinto ano consecutivo de forte crescimento. Maior mineradora do mundo fatura mais porque preços de seus produtos estão subindo sem parar, mas não paga um débito que possui, próximo a R$ 700 milhões {aqui}, junto ao Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), relativo a diferença de repasse da Contribuição Financeira sobre Exploração Mineral (CFEM).
A Vale, maior empresa privada do país, anunciou ontem que registrou lucro líquido recorde de R$ 20,006 bilhões em 2007, resultado 49% maior que o apurado no ano anterior e equivalente a R$ 4,14 por ação. Pelos padrões contábeis americanos, o lucro líquido é de US$ 11,825 bilhões. É o quinto ano consecutivo de crescimento, tendo aumentado em 62,9% relativamente ao valor registrado em 2006, de US$ 7,260 bilhões.
Maior produtora de minério e de pelotas de ferro do mundo, a empresa está sendo beneficiada pelo vigoroso crescimento da demanda global pelos produtos, levando a sucessivos recordes de volumes de venda. A quantidade total embarcada em 2007, de 291,491 milhões de toneladas métricas, foi a maior da história da Vale, ultrapassando em 6,9% a verificada em 2006. Apesar do bom desempenho, o volume de embarques foi menor do que o programado em função de problemas na infra-estrutura de logística.
A consolidação da Inco, mineradora canadense comprada no ano passado, contribuiu com R$ 17,219 bilhões para o aumento da receita operacional em 2007, enquanto os reajustes nos preços dos produtos vendidos adicionaram R$ 4,888 bilhões e a elevação do volume embarcado contribuiu com R$ 2,120 bilhões. Por outro lado, a desvalorização do dólar frente ao real causou uma redução de R$ 4,588 bilhões na receita operacional ao longo do ano. No quarto trimestre do ano passado, a receita bruta somou R$ 15,521 bilhões, 7% inferior à verificada em igual período de 2006.
A empresa é a maior fornecedora de minério de ferro e pelotas para a China, principal consumidor mundial, e embarcou para o país asiático 96,187 milhões de toneladas métricas em 2007. Houve expansão de 23,5% em relação ao realizado no ano anterior, de 77,873 milhões de toneladas métricas. As importações chinesas representaram 33,0% do volume total de embarques de minério de ferro e pelotas, contra 28,6% em 2006 e 22,4% em 2005.
É no Pará, em pleno portal de entrada da Amazônia que a mineradora "lava a burra", e deixa algumas milgalhas e meçangas para os de nariz furado.
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