Por conta da ligação com Dantas, advogado pode depor na CPI dos Grampos
O ex-deputado Luiz Eduardo Greenhalgh, o Leg, como é chamado por seus companheiros da direção do PT, ou o “Gomes”, apelido que lhe foi dado pelo banqueiro Daniel Dantas nas conversas grampeadas pela Polícia Federal, virou uma espécie de fusível queimado no Palácio do Planalto. Para o presidente Luiz Inácio lula da Silva, o envolvimento do governo com o caso termina com a lacônica nota emitida ontem pelo seu chefe de gabinete, Gilberto Carvalho, na qual Greenhalgh é tratado como um advogado em busca de informações sobre uma suposta perseguição de agentes de segurança da Presidência a um cliente em apuros, o ex-dirigente da Brasil Telecom Humberto Braz (leia mais abaixo).
No olho do furacão da Operação Satiagraha contra o banqueiro Daniel Dantas, o megaespeculador Naji Nahas e o ex-prefeito Celso Pitta, dentre outros, Greenhalgh é acusado de fazer lobby para uma “organização criminosa”, segundo o delegado federal Protógenes Queiroz, que comanda o inquérito. Sem endossar as acusações, o governo resolveu lavar as mãos e deixar a situação do petista por conta do destino. Hoje, por exemplo, se não houver uma reação petista, Greenhalgh deverá ser convocado a depor na CPI dos Grampos, por requerimento do deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR). O parlamentar pretende convocar também Daniel Dantas, Naji Nahas e o ex-ministro da Comunicação Social Luiz Gushiken.
Para a PF, Greenhalgh supostamente seria responsável por “descobrir informações sigilosas” do governo de interesse de Dantas, que acabou de vender a Brasil Telecom para a Oi, operação considerada muito polêmica.
Greenhalgh se queixa aos amigos de que está sendo vítima de um “linchamento moral” por atividades que são inerentes ao exercício da sua profissão, pois foi contratado como advogado por Daniel Dantas. “Como já disse, fui contratado por Daniel Dantas para prestar serviços como advogado, profissão que exerço há mais de 30 anos. Minha atuação nesse caso, portanto, é a de advogado”, destacou em nota divulgada ontem. Segundo ele, foi nessa condição que procurou Gilberto Carvalho para obter informações sobre uma suposta operação da Abin, no Rio, contra Braz. Para Greenhalgh, a PF “grampeou” ilegalmente sua conversa com o chefe de gabinete do presidente Lula, Gilberto Carvalho.
Fonte: Correio Braziliense.
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