Salários em alta na mineração

Com o setor de mineração altamente aquecido, há casos de engenheiros que ganham R$ 6,5 mil em uma empresa e vão para outra seduzidos por uma proposta ainda melhor, que inclui, por exemplo, maior participação de lucro”. Já um mecânico experiente, que recebe em torno de R$ 1,2 mil, pode chegar a ganhar até R$ 1,6 mil na companhia rival.

Daniel Dantas, gerente geral do Projeto Minas-Rio da MMX, que inclui duas minas e uma unidade de beneficiamento na Região de Conceição do Mato Dentro, além de um mineroduto que transportará o minério por 525 quilômetros, passando por 32 municípios mineiros e cariocas, reconhece que a falta de mão-de-obra qualificada é um empecilho. E admite que a mineradora tem ido buscar trabalhadores nas empresas concorrentes. Atualmente, no Brasil, essa é a única forma de termos profissionais experientes na nossa equipe”, diz ele, ressaltando que engenheiros de minas e geólogos são os mais escassos.

Para Dantas, a explicação para a caça aos bons profissionais passa pela ausência de atrativos na década de 90 e até após o ano 2000. Naquela época, o número de formandos nos cursos específicos da área de mineração, como engenharia de minas e geologia, era muito baixo. Muitos alunos optavam por interromper o curso e seguir outras áreas mais promissoras, como financeira, bancária ou de ensino. Alguns optavam por abrir seu próprio negócio. Quando me graduei, por exemplo, eram oferecidas 20 vagas para o curso de engenharia de minas na USP. Somente quatro alunos se formaram e, destes, apenas um colega e eu seguimos na profissão”, lembra.

Com o bom momento atual, o assédio deve ser intensificado. Somente o projeto Minas_Rio vai gerar cerca de 10 mil empregos durante as obras. Para o mineroduto, serão contratados em torno de 2 mil trabalhadores. E após a conclusão, apenas em Minas Gerais, mil trabalhadores terão a carteira de trabalho assinada.

Paralelamente, segundo o gerente geral da MMX, a mineradora também vem investindo na especialização de quem já pertence ao quadro de funcionários. Alguns de nossos profissionais fizeram curso na Austrália e freqüentemente visitam operações de mineração em países onde a atividade é tradicional, como Canadá, Estados Unidos e África do Sul”, conta.

E como a contratação de trabalhadores que vivem próximos das operações faz parte dos planos, a mineradora assinou convênio com o Senai para oferecer cursos profissionalizantes na Região de Conceição do Mato Dentro, a partir do primeiro trimestre de 2009.

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