A estratégia dos aliados de Sarney

A ordem, por ora, é resistir

Embora certos de que o lança-chamas sobre José Sarney (PMDB-AP) ainda deve ter combustível e que o noticiário dos próximos dias não dará trégua, a ordem, em princípio é de resistência. Isso porque os comandantes do Senado, em especial a parcela do PMDB e do PT, não desejam entregar o poder nas mãos da oposição, no caso, o primeiro vice-presidente Marconi Perillo (GO) e não há, entre os peemedebistas, que formam a maior bancada, um nome que possa assumir o cargo sem enfrentar o corredor polonês do desgaste. Com base nesses argumentos é que o comando peemedebista e o governo farão tudo pela permanência de Sarney, ainda que enfraquecido.

Nesse quadro, os peemedebistas vão passar os próximos dias tentando se desviar dos torpedos lançados pela oposição. Eles ficaram ainda meio assustados com a intenção do PSol de levar, além de Sarney, Renan Calheiros (AL) e seu sucessor, Garibaldi Alves (RN), ao Conselho de Ética por conta dos atos secretos no Senado. Também não gostaram do tom do discurso do senador gaúcho Pedro Simon e o espaço que ele obteve ontem no noticiário de TV.

A ordem, por enquanto, é atrasar ao máximo a formação do Conselho de Ética da Casa, que está desativado porque os partidos ainda não indicaram seus membros. Se precisar consumir mais dois meses com essas indicações, já que vem o recesso, será o tempo ideal para deixar como está para ver como é que fica. Só falta combinar com os demais atores dessa cena: a opinião pública, a oposição e a fogueira da crise. (CB)

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