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Tropa de Choque de Arruda escalada para a pizza
Câmara aceita pedidos, mas só vota em 2010
A desocupação da Câmara Legislativa realizada ontem pela Polícia Militar permitiu o prosseguimento dos pedidos de impeachment contra o governador José Roberto Arruda (DEM). Ontem, foi criada uma comissão especial para analisar os três requerimentos já aprovados pela Procuradoria da Câmara.
Hoje à tarde, os parlamentares se reunirão para a eleição do novo corregedor da Casa e para a escolha dos integrantes da comissão.
Os 10 deputados que participaram ontem de manhã de sessão extraordinária fizeram a leitura dos três processos. Dos 11 pedidos de impeachment apresentados, apenas três foram aceitos: os apresentados pelo presidente regional do PT, Chico Vigilante; pela presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no DF, Estefânia Viveiros; e pelo advogado Evilázio Viana Santos.
Agora, eles seguem para apreciação pela comissão especial, o que deve ocorrer a partir da semana que vem. Mas, devido a todos os prazos regimentais (veja arte ao lado), o processo só deve ter uma definição em 2010.
Ontem à tarde, depois da desocupação do prédio (leia abaixo), o presidente interino da Câmara Legislativa, Cabo Patrício (PT), disse que a retirada dos manifestantes vai garantir a continuidade das investigações e também a tramitação de projetos de lei. “É importante que agora possamos retomar a apreciação de processos de interesse de toda a sociedade, como a votação do orçamento e a aprovação da pauta do IPTU e do IPVA”, destacou Patrício.
A eleição do corregedor será feita hoje a partir das 15h, já que o deputado Júnior Brunelli (PSC), que estava no cargo, é um dos envolvidos no escândalo e por isso está impedido de conduzir os processos de quebra de decoro parlamentar contra os sete colegas citados no inquérito. Já a comissão especial para analisar os pedidos de impeachment terá nove integrantes e três suplentes. A distribuição dos distritais levará em consideração o coeficiente partidário. Assim, serão escolhidos dois integrantes do PT, dois do Bloco Democrático Trabalhista (formado por PSDB e PTB), dois do Bloco Democrático Popular (PPS e PMDB), um do DEM, um do PR e um do Bloco Progressista Republicano (PP/PSB/PRP).
A deputada Eliana Pedrosa (DEM) voltou para a Câmara Legislativa já assumindo papel de grande articuladora entre os distritais. Todos os deputados, inclusive os de oposição, foram convidados para um café da manhã hoje na casa de Eliana. Os convites, no entanto, estariam partindo do vice-governador Paulo Octávio (DEM), num apelo de união para avaliar a crise que atinge o Executivo e o Legislativo. Nesta reunião, a pressão para que Leonardo Prudente (DEM) renuncie à presidência da Câmara vai aumentar. Prudente resiste a sair do cargo, do qual oficialmente está apenas licenciado. Mas, com o aumento das denúncias que recaem sobre ele, a situação fica cada vez mais insustentável.
As reuniões na casa de Eliana começaram ontem e foram intensas. À tarde, a deputada se reuniu com Alírio Neto (PPS) e Paulo Roriz (DEM). Eliana e Paulo Roriz saíram dos cargos de secretários de governo para reforçar o bloco governista na Câmara. Na estratégia de recuperar o controle da Casa, que está nas mãos agora da oposição, tentam costurar estratégia para que um deles assuma a presidência. O nome de Paulo Roriz estaria sendo trabalhado para ser corregedor.
Câmara desocupada
Carlos Silva/Esp. CB/D.A Press
Policiais militares carregaram os estudantes que se negaram a deixar o prédio da Câmara Legislativa
Iano Andrade/CB/D.A Press
Apesar da desocupação pacífica, os dois grupos bateram boca do lado de fora: clima bem tenso
A missão dos policiais militares que chegaram na manhã de ontem à Câmara Legislativa era retirar os estudantes e sindicalistas da galeria e cumprir a decisão judicial de reintegração do prédio. Mas, ao descerem dos ônibus, os PMs perceberam que a tarefa seria outra, ainda mais difícil: evitar uma guerra entre os manifestantes que ocupavam o local e apoiadores do governador José Roberto Arruda, que ontem apareceram de surpresa para acompanhar a leitura dos pedidos de impeachment. Foram necessárias quatro horas de diálogo, com a presença até de negociadores do Batalhão de Operações Especiais (Bope), para que os manifestantes contra e a favor de Arruda saíssem. Apesar do clima tenso, a desocupação foi pacífica e ninguém ficou ferido.
Ao todo, 700 PMs participaram da operação montada para conter cerca de 500 representantes de ambos os grupos. Por volta das 13h, todas as portas da Câmara Legislativa foram bloqueadas pelas forças policiais. Ninguém mais pôde entrar. Do lado de fora, líderes comunitários e, principalmente, servidores públicos pró-Arruda esperavam o desfecho.
Um negociador do Bope procurou separadamente os arrudistas e o grupo favorável ao impeachment para negociar os termos de uma saída pacífica. Os manifestantes que protestavam contra o governo foram os primeiros a deixar a casa. Pelo menos 15 estudantes resistiram à retirada e saíram carregados pelos policiais. Uma das principais divergências entre os negociadores da PM e os manifestantes era quem sairia primeiro. Mas, com a mediação dos policiais, eles ficaram separados e aceitaram as condições de retirada.
Às 15h50, os estudantes e sindicalistas começaram a deixar o prédio escoltados por policiais militares. Foram levados para dois ônibus fretados pelo grupo e pagos por entidades apoiadoras do movimento. De lá, seguiram para a Universidade de Brasília e fizeram uma caminhada até o Eixão. Logo depois, saíram os apoiadores de Arruda.
Bate-boca
O Correio apurou que vários dos manifestantes arrudistas presentes no local eram funcionários de órgãos públicos, principalmente de administrações regionais. Vários dos ônibus que transportaram pessoas para a Câmara eram do GDF.
Durante bate-boca com o grupo rival, os arrudistas destacavam o trabalho do governador em áreas mais pobres. “Depois de muito tempo na lama, finalmente o governo levou asfalto para a Estrutural”, justificou a dona de casa Mariângela Carvalho, 61 anos. “A gente veio porque gosta do governo Arruda. No mensalão do PT, ninguém teve que deixar o poder”, argumentou o servidor público Alcione Pimentel, 34 anos, da Secretaria de Saúde.
O ânimo exaltado dos arrudistas quase terminou em briga. “Eles chegaram dispostos a partir para a violência. Deram tapa em alguns colegas e queriam a todo custo provocar confusão”, reclamou o estudante de direito da UnB Diogo Ramalho. (Helena Mader, Luísa Medeiros e Luiz Calcagno, para o Correio Braziliense)
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Comentários
Que vergonha, quem devia apanhar é que deu a ordem.
Segritar pega ladrão, não fica um meu irmão.
e Bis.