Os veículos entregues pelo governo vão ser utilizados por pescadores artesanais, organizados em colônias, em cerca de 60 municípios paraenses
O ministro da Pesca e Aquicultura, Altemir Gregolin, e a governadora Ana Júlia Carepa entregaram nesta sexta-feira (3), na sede da Delegacia Federal de Agricultura, caminhões frigoríficos para colônias de pescadores artesanais, associações, cooperativas e prefeituras municipais. São 41 veículos e outros equipamentos adquiridos com recursos de emendas da bancada federal e do ministério, que apoiarão a atividades de pesca e aquicultura em cerca de 60 municípios. Da cerimônia participaram ainda representantes dos trabalhadores, deputados federais, deputados estaduais e prefeitos.
Com o caminhão frigorífico cedido à colônia de pescadores do município de Santana do Araguaia, a Z-54, o presidente da entidade, Genário Monteiro da Silva, 52 anos, espera aumentar a produção dos atuais 2.500 kg semanais para 3.500 kg. "A colônia reúne 320 pescadores. Fornecemos nossa produção para o próprio município e região. Pescamos tucunaré, jaraqui, pintado, pirarucu. Não tínhamos como armazenar o peixe, por isso tudo o que se produz é vendido. Agora poderemos estocar e transportar", disse ele.
Com a renda obtida com a pesca, ele sustenta a família de cinco pessoas. "Pesco desde os sete anos de idade. Sou nascido e criado à beira do rio Araguaia, e quero continuar lá", contou.
Infraestrutura - Os caminhões frigoríficos e demais equipamentos, como 15 fábricas de gelo, cinco tanques de combustíveis e 2.600 tanques-rede, totalizam R$ 21 milhões em investimentos. O restante dos R$ 28 milhões executados pelo ministério foi usado em infraestrutura para avançar na política de fomento ao setor pesqueiro, como as quatro estações de alevinagem nos municípios de Santarém, Terra Alta, Curuçá e Abaetetuba.
"Não é fácil apresentar e aprovar emendas. E mais difícil ainda é liberar os recursos e executá-los. Os R$ 28 milhões foram o maior valor de emenda nessa área. Essa entrega sela um esforço de dois anos do governo federal, parlamentares e governo do Estado", ressaltou Altemir Gregolin.
Para o deputado federal Paulo Rocha, coordenador da bancada federal paraense, a entrega dos caminhões frigoríficos é um exemplo da unidade política da representação do Estado, quando se trata dos interesses do Pará e de sua população. "Sintonizamos a unidade política com os programas dos governos federal e estadual, e logramos um investimento importante para avançarmos na pesca e aquicultura. Os R$ 28 milhões se referem a emendas de 2008; ainda temos R$ 26 milhões de emendas de 2009. E temos também o ministro como parceiro nesse processo", enfatizou.
Terminal - Durante o evento, a governadora entregou ao ministro a licença prévia emitida pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) para a construção do Terminal Pesqueiro de Belém. Gregolin adiantou que, na abertura da 3ª Conferência Estadual de Pesca e Aquicultura, na noite de sexta-feira (3), assinaria os editais de licitação do Terminal Pesqueiro de Belém, no valor de R$ 40 milhões, e de habilitação de 900 famílias aos 2.600 tanques-redes que serão construídos na região do Lago de Tucuruí.
"O presidente Lula já disse que não terá contingenciamento do recurso para o terminal. Queremos superar as décadas de incerteza do setor e de falta de políticas sólidas", garantiu o ministro, lembrando que na semana passada foi aprovada a lei de criação do ministério, em substituição à Secretaria de Pesca e Aquicultura, e a Lei da Pesca.
O Pará é o único no Brasil a possuir uma secretaria de Estado de Pesca e Aquicultura, criada em 2007 para fomentar as políticas públicas para o setor. A produção do Estado é de aproximadamente 153 mil toneladas de pescado ao mês e são cadastrados cerca de 100 mil pescadores.
Segundo Ana Júlia Carepa, o Pará oscila entre o primeiro e o segundo lugar na produção pesqueira. "Nossa produção ainda é pequena diante do nosso potencial. Queremos transformar a pesca numa alternativa de desenvolvimento com inclusão social e respeito ao meio ambiente. Estamos investindo em toda a cadeia produtiva porque, só assim, o pescador melhorará sua vida. Com essa infraestrutura, esperamos também baratear o preço do pescado que chega à mesa do paraense", afirmou.