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Ianques no pedaço

Eles são afoitos e mostram a cara sem cerimônias. Quando puderem, deêm uma olhada na página do Senador Chuck Connors, no site do Senado dos EUA, no artigo/discurso por ele redigido logo após ele voltar da viagem que fez ao Pará (Santarém, em particular), liderando uma espécie de CPI ianque cujo objetivo era "estudar" a situação da soja na Amazônia brasileira.  O senador Connors, se bem me lembro, representava (não sei se foi reeleito) o estado de Iowa, o maior sojicultor dos EUA.  No referido texto, ele afirma categoricamente que os EUA não possuem mais áreas de expansão para o cultivo da soja, e que o Brasil possui terras de sobra para tal no Centro-Oeste, no Nordeste (com irrigação) e na Amazônia (a maior fronteira de expansão em potencial para todo tipo de atividade agropecuária).  Ele conclui, portanto, que é imperativo que os EUA persigam estratégias diplomáticas e comerciais que impeçam ou, pelo menos, obstaculizem ao máximo o crescimento do plantio de soja no Brasil.  O cara fala isso na maior cara-de-pau !!

Esse texto foi de 2006. Haviam discursos similares no Congresso dos EUA e no Parlamento Europeu (além de artigos na mídia americana e européia e vários ensaios nos think-tanks americanos e ingleses) sobre a necessidade de conter o crescimento econômico "exagerada e perigosamente" acelerado da China, da Índia, do México, da Rússia, da Indonésia e, entre outros, do Brasil.  No caso do Brasil, os alvos principais eram a mineração (Vale), as atividades ligadas à produção de alimentos (o agronegócio e os mega-frigoríficos exportadores tipo Sadia-Perdigão, Swift-Wilson, etc) e a expansão energética (Petrobrás, biodiesel, etanol, hidroelétricas e, mais que as usinas nucleares de Angra, as nossas revolucionárias centrífugas de Rezende-RJ).  Como forma de contenção, no caso brasileiro, uma das linhas de ação sugeridas (além de taxação alfandegária, redução de créditos de importação, subsídios aos produtores deles, etc) era, exatamente, o estímulo a políticas públicas DENTRO do Brasil que criassem uma superestrutura jurídica, sob o bem-intencionado e "indiscutível" manto da "proteção ao meio ambiente", que dificultasse a expansão dos setores mencionados.  Mas devo ressaltar que tais textos não falam exclusivamente de Amazônia, mas do Brasil como um todo.  Obviamente que a Amazônia acaba ganhando mais visibilidade no noticiário em razão dos motivos políticos já conhecidos.

Pelo visto, as estratégias deles produziram seus frutos...

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