Papai Noel Lula, "sarta de banda" - como diz o carioquês, não demite seu ministro da Defesa, não resolve o problema do controle do tráfego aéreo, não depende de avião, pois comprou com o dinheiro do povo brasileiro o Aerolula, diz que toda a esculhambação do apagão aéreo é culpa das empresas...e só está faltando acusar o diabo de ter posto uma fornalha embaixo da terra do sertão nordestino para atentar o povo. Ninguém merece!
UM DIA DE FÚRIA
Nos aeroportos do país, novos atrasos, filas, invasão de pista e até uma detenção
Um novo dia de filas e atrasos nos aeroportos provocou a ira de passageiros ontem. No Aeroporto Internacional de Brasília, um grupo de quatro pessoas furou a segurança e invadiu a pista de pouso e decolagem. No Rio, o cirurgião Roberto Maurício Ferreira Ribeiro acabou detido pela Polícia Federal (PF), quando tentava embarcar para Aracaju. De acordo com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), dos 1.227 vôos programados para ontem, 539 (44% dos trechos) tiveram atrasos superiores a uma hora. Na quarta-feira, o índice foi de 41%. O número de vôos cancelados chegou a 47, ante 39 do dia anterior.
Desta vez, segundo a Anac, os grandes culpados pelo caos nos aeroportos não são os controladores de vôo, mas as condições climáticas e a saída de circulação de seis aeronaves da TAM. Houve divergência de informações e troca de acusações entre a Infraero, estatal que administra os aeroportos, e a companhia aérea.
Em Brasília, os passageiros que invadiram a pista protestaram, em meio às aeronaves, tomando chuva, até a chegada da PF. De madrugada, passageiros haviam subido nas esteiras de bagagens para manifestar indignação. O presidente da Infraero, brigadeiro José Carlos Pereira, ficou alarmado com as filas. No Rio, segundo o G1, portal de notícias da Globo, funcionários da TAM disseram que um computador e parte do balcão na sala de embarque do Terminal 2 foram destruídos. A PF não confirmou.
Ribeiro, o médico preso às 5h30m pela PF no Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim, no Rio, tentava embarcar para Aracaju com a mulher e a filha, de 7 anos - seu vôo estava marcado para as 23h55m de quarta-feira. O cirurgião contou que forçou o embarque porque a TAM cancelou o vôo para que a aeronave fosse ocupada por passageiros de outro destino. Quando estava no túnel que dá acesso ao avião, Ribeiro foi detido. Ele disse que foi jogado no chão e algemado.
- Acho que a polícia cometeu um exagero porque eu não oferecia risco. Os policias disseram que eu estava exaltado, mas estava só tentando exercer meu direito de cidadão. PM foi chamada no
Tom JobimEm nota, a PF disse que foi chamada para conter um tumulto na área de embarque, e quando os passageiros com destino a Fortaleza foram chamados, aqueles que esperavam o vôo para Aracaju se revoltaram. Nesse momento, Ribeiro teria tentado bloquear o acesso dos outros passageiros e foi detido porque não obedeceu à ordem de sair do local. O médico responderá pelo crime de resistência, cuja pena varia de dois meses a dois anos de detenção. Ele vai estudar com seu advogado que medidas jurídicas tomará. Ribeiro acabou embarcando para São Paulo, depois para Maceió e, finalmente, chegou em casa, em Aracaju, por volta das 21h. Suas malas ficaram perdidas pelo caminho.
A falha de anteontem na rede de dados da TAM no Tom Jobim resultou em um efeito cascata. Os passageiros que deixaram de embarcar na quarta-feira ocuparam os assentos de quem estava com viagem marcada para ontem, gerando overbooking (quando há mais passageiros do que a capacidade da aeronave). Sempre que a companhia anunciava algum embarque, surgia um tumulto. Às 10h30m, um grupo de dez policiais militares passou a circular pelo saguão, na área de embarque da TAM. Segundo os PMs, eles foram chamados pela companhia "por medo da reação dos passageiros".
Nos balcões da Anac, em 14 aeroportos, 244 passageiros fizeram queixas formais. O número é recorde. O Tom Jobim registrou 41 esperas entre os 103 vôos (quase 40% de atraso). São Paulo foi a cidade com maior número de atrasos. Em Congonhas, dos 207 vôos, 77 tiveram demoras (cerca de 37%). Em Guarulhos, o índice de atrasos foi de 56% (58 dos 102 programados).
Gabriel Barbosa Machado, de 1 ano, que há 16 dias perdeu a primeira oportunidade de fazer um transplante de fígado - já que o atraso de cinco horas no vôo de São José do Rio Preto a São Paulo invalidou o órgão para a operação - teve ontem outra chance, com a chegada de mais um fígado compatível. Os médicos do Hospital do Câncer ainda analisavam as condições. Se tudo corresse bem, a operação começaria no fim da noite, com duração prevista de 12 horas.
Por todo o Brasil, os passageiros reclamavam dos atrasos e da falta de informação. Foram muitos os casos de espera nos aeroportos: PAPINHA: No Tom Jobim, cansada de aguardar na fila sem informações sobre seu vôo para Brasília, Sílvia Rolino se sentou no chão para dar papinha a Erik, de 1 ano e 5 meses.
- Na hora de vender a passagem é muito rápido. Só que depois a gente fica aqui, sem previsão de quando poderá viajar - reclamou ela, que voltará de carro. SEM DESCANSO: O problema desanimou a cantora Sandra de Sá, que desistiu de viajar para Buenos Aires, onde descansaria alguns dias antes do réveillon, quando dirigirá o show nas areias da Barra da Tijuca:
- Tenho medo de ficar presa lá. Na semana passada também deixei de ir para Brasília pelo mesmo motivo: medo de não conseguir retornar ao Rio a tempo de cumprir meus compromissos profissionais. FALTA DE RESPEITO: No Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, pouco antes das 16h, funcionárias da empresa negavam acomodação aos passageiros que esperavam por mais de quatro horas na fila.
- Temos convênio com sete hotéis aqui em Guarulhos e todos já estão lotados - afirmou uma delas.
Houve discussões entre funcionários da TAM e passageiros. Viviane Dias, que ficou a manhã na fila para tentar embarcar para Maceió, pediu "respeito" aos gritos depois que uma atendente teria minimizado as reclamações da passageira.
- Ela disse: a senhora não lê jornal? Não viu que os aeroportos estão com problemas? - contou. SEM PRIORIDADE: Em Brasília, o bancário Cassius Valle, que depende da cadeira de rodas, estava na mesma fila dos outros passageiros. Paciente do hospital Sarah de Brasília, ele já esperava seu vôo por uma hora, quando desistiu. Queria voltar para casa, em Natal (RN), para passar as festas de fim de ano ao lado da família:
- Eles não estão dando nenhum tratamento preferencial.
Fonte: O Globo