Comunicação além Mar
























Em nome da Comissão Organizadora do V Congresso da SOPCOM (Associação Portuguesa de Ciências da Comunicação), junto envio uma primeira informação sobre este encontro, que terá lugar de 6 a 8 de Setembro próximo, na Universidade do Minho / Braga.

Envio também o logótipo do Congresso, que poderá utilizar no seu blogue, caso deseje. Desde já agradeço o apoio que possa dar-nos na divulgação desta iniciativa tão relevante para o campo da comunicação.

Grato, com amizade, Joaquim Fidalgo

Foi o que chegou-me.
Ao desde já amigo Joaquim Fidalgo, agradeço o convite e publico-o.
Saudações brasileiras

V SOPCOM em Braga

"Comunicação e Cidadania" é a temática escolhida para o V Congresso da Associação Portuguesa de Ciências da Comunicação (SOPCOM) que se realiza de 6 a 8 de Setembro próximo, na Universidade do Minho (UM), em Braga. Nesses dias, serão discutidas temáticas de campos diversos como os da Internet, jornalismo, publicidade, relações públicas ou educação para os media.

O período normal de inscrições já está aberto e decorre até 30 de Junho, através do site: www.5sopcom.uminho.pt.

O congresso reunirá centenas de académicos, investigadores, formadores e profissionais do campo da comunicação. Muitos dos investigadores são oriundos de (ou mantêm ainda as ligações a) empresas do campo da comunicação e dos media.

A organização deste evento pertence à SOPCOM e, localmente, ao Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade da UM.

Braga, 16 de Março de 2007

Eu quero um igualzinho!

BANQUETE

A sala de refeições do avião do sheik terá uma grande mesa retangular e 14 cadeiras confortáveis

O maior Jumbo de todos os tempos

LUXO

O avião do Sheik

Novo palácio de chefe de Estado do Oriente Médio será um A380, o maior avião do mundo. Custo da brincadeira: US$ 450 milhões

Por KÁTIA MELLO

Seres humanos com algum recurso compram carros. Ricos, supercarros. Milionários, jatinhos. E alguns bilionários, aviões de médio porte e até de grande porte. Mas para alguns dos homens mais abonados do planeta tudo isso parece pouco. Muito pouco. A mais recente extravagância neste mercado literalmente colocado na estratosfera foi a tacada de um sheik, chefe de Estado de um país árabe, que pediu para que seu nome não fosse revelado. Por US$ 300 milhões (R$ 660 milhões), ele arrematou, para deleite próprio e dos seus súditos mais próximos, um exemplar novo em folha do maior avião do mundo, o Airbus 380, fabricado na cidade francesa de Toulouse. O brinquedo novo do sheik é um colosso de 72,75 metros de comprimento por 79,80 metros de envergadura que, em sua versão comercial, apresentada semanas atrás, pode levar 555 passageiros em seus dois andares de poltronas. Por causa dessas dimensões impressionantes, seus pousos e decolagens foram vetados em vários aeroportos do mundo. Mas essa versão, digamos assim, pessoal terá vagas para 18 tripulantes e 86 eleitos, entre eles os 12 filhos e as esposas do sheik – isso mesmo, ele tem mais de uma. O conforto para a turma será garantido graças ao trabalho da equipe de Edése Doret, um dos maiores especialistas em design de interiores de jatos no mundo. A conta, é verdade, vai aumentar um pouquinho – serão mais US$ 150 milhões, ou R$ 330 milhões. Mas, enfim, algo precisa ser feito.

O apelido para o mimo, The Flying Palace, ou o Palácio Voador, não poderia ser mais apropriado. A decoração, ao contrário de outras encomendadas por bilionários do Oriente Médio para seus objetos voadores do desejo, não terá motivos árabes. Ela segue o estilo europeu, com refinamento e tecnologia de última geração. “É minimalista. Assemelha-se mais à dos grandes iates modernos. Ouro e pedras preciosas, por exemplo, não entraram”, diz a ISTOÉ, de Nova York, Edése Doret. Apesar do orçamento milionário, o sheik, garante Doret, pediu que fosse valorizado o aconchego, e não a ostentação.

CLEAN A decoração terá poucos elementos

O palácio voador divide-se em três níveis. O primeiro, com 224 metros quadrados, o tamanho de um apartamento de alto padrão no Brasil, abriga a suíte para o chefe de Estado e suas esposas, além de um requintado banheiro privativo. Os 12 filhos irão compartilhar os quartos acomodados ao lado da suíte do sheik. E ainda terão direito a uma área exclusiva para diversão. No mesmo salão está prevista uma mesa para o carteado, segundo o decorador, um dos passatempos prediletos do sheik. As cores predominantes nos ambientes serão bege e verde-claro. Na maior parte dos cômodos a iluminação será indireta, para aumentar a sensação de conforto. As duas salas de estar ganharão televisões de plasma de alta geração. Um sistema de telefonia capaz de fazer ligações para o mundo inteiro também será instalado.

No andar principal, com 334 metros quadrados, haverá uma cozinha com móveis em níquel escovado. A sala de jantar terá uma grande mesa retangular e poltronas extremamente confortáveis para o anfitrião e mais 13 comensais. Na rabeira do avião, uma referência digna de um conto árabe: cortinas em forma de tendas vão emoldurar um mosaico com a imagem de um oásis. A peça tem um recurso que permite criar movimento e alterar a paisagem. À noite, luzes acesas vão lembrar estrelas no deserto. Uma belíssima jacuzzi também estará neste andar. “Provavelmente, a primeira a ser instalada em um avião”, acrescenta Doret. Ela terá um sistema de drenagem acelerada que, depois do banho, levará em segundos toda a água para um tanque no cargueiro. Doret tem outra encomenda poderosa: adaptar um Boeing 757 aos caprichos do magnata americano Donald Trump. A febre também atingiu os fundadores do Google, Larry Page e Sergey Brin. Eles compraram um 767-200 usado com 180 assentos. Segundo estimativas de especialistas, pagaram menos de US$ 15 milhões – um décimo do que o sheik vai retirar da conta apenas na decoração. O bilionário árabe não deseja propaganda. Mas quer voar alto.

Essa lente é do Paulo Amorim

IMAGE OF THE DAY

Benfica Lisbon's Simao Sabroza ( R ) vies with Paris Saint-Germain's Boukary Drame (L) during the UEFA cup eighth-finals first leg football match PSG vs. Benfica Lisbon at the Luz stadium in Lisbon, 15 March 2007. PHOTO/PAULO AMORIM

Finalmente: Marta Suplicy na segunda-feira

Veja
Lula recebe a ministeriável Marta Suplicy na segunda-feira
17-03-2007 17:03:48
Da Redação: Fonte - Agência BrasilO presidente Luiz Inácio Lula da Silva irá se reunir na segunda-feira (19) com a ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy, um dos nomes indicados pelo PT para assumir o comando de um ministério na reforma promovida por Lula em sua equipe.

Segundo o líder do governo na Câmara, deputado José Múcio (PTB-PE), a expectativa é que Lula conclua a reforma ministerial na próxima semana. Ontem, três ministros tomaram posse: Tarso Genro (PT- RS), no Ministério da Justiça; Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), no Ministério da Integração Nacional, e José Gomes Temporão (indicado pelo PMDB do Rio), no Ministério da Saúde.

Além dos ministérios da Saúde e da Integração Nacional, o PMDB, que é o maior partido da coalizão, deverá ficar com Comunicações, Minas e Energia e Agricultura.

Após a reunião com Marta Suplicy, Lula recebe o título de “sócio honorário do Conselho de Diretores Lojistas de Brasília” e se reúne com o presidente da Galícia (Espanha), Emílio Perez Tourinho. Ainda na segunda-feira, Lula tem reuniões com a governadora do Pará, Ana Júlia Carepa (PT), com o vice-presidente, José Alencar, e com o ministro da Fazenda, Guido Mantega.

Lula passa o fim de semana em Brasília, sem compromissos oficiais.

Humm!

Política

REFORMA

Os três novos "heróis" de Lula

As pastas de Saúde, Integração Nacional e Justiça têm novos comandantes. José Gomes Temporão, Geddel Vieira Lima e Tarso Genro, respectivamente, assumem os ministérios atendendo ao convite de Lula para trabalharem como "heróis da máquina pública"

17/03/2007 02:16


TARSO GENRO recebe adorno de liderança indígena durante cerimônia (Foto: Valter Campanato/ABr Três novos ministros tomaram posse ontem para trabalhar no segundo mandato do presidente Lula: José Gomes Temporão, no Ministério da Saúde; Geddel Vieira Lima, no Ministério da Integração Nacional; e Tarso Genro, no Ministério da Justiça. Os dois primeiros são indicações do PMDB, partido com a maior bancada no Congresso, de 90 deputados. Tarso Genro é do PT, o mesmo partido do presidente Lula.

Durante a cerimônia, Lula discursou e defendeu as mudanças no ministério como "um novo jeito de fazer política", em referência às negociações do governo de coalizão, que envolveram 11 partidos. "Não é apenas uma troca de um homem por outro homem. De uma mulher por outra mulher. De um partido por outro partido. O que estamos consagrando a cada ministro que eu nomeio é um novo jeito, nova forma de fazer política no nosso país. É um momento de aprendizado para todos, que é a construção de uma política de coalizão que envolve partidos, governadores e prefeitos".

Na apresentação dos ministros, Lula enfatizou que chefiar um ministério é uma "tarefa difícil", já que o salário é menor do que se paga na iniciativa privada. Por isso, segundo ele, o fato de alguém aceitar um ministério mostra que a "máquina pública é cheia de heróis". Na seqüência, fez uma brincadeira com sua posição de presidente da República: "sou o único que não pode reclamar do salário, sou o único torneiro mecânico que ganha R$ 8 mil".

O presidente disse que a nomeação do deputado Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) para o Ministério da Integração é a consolidação da coalizão política. Lula falou sobre o trabalho do ex-ministro Pedro Brito, que comandou, após a saída de Ciro Gomes, o projeto de integração do Rio São Francisco. Segundo ele, Brito é uma figura técnica de que o Estado não pode prescindir. O presidente elogiou a política hídrica elaborada pelo ex-ministro e prevista no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Se nós conseguirmos fazer tudo aquilo que nós colocamos no PAC, eu acho que o sertão vai virar mar sem o mar precisar virar sertão, disse.

Ao dar posse a José Gomes Temporão, filiado ao PMDB, como novo ministro da Saúde, Lula disse que o médico terá de assumir um pepino. Lula elogiou Temporão que, segundo ele, é quase uma unanimidade dentro da área da saúde, pois já teria ouvido boas recomendações sobre o médico de profissionais dos setores público e privado. "Se na teoria você parecia tudo isso, agora, vamos dar o pepino da Saúde para você administrar", brincou. Na cerimônia, Lula agradeceu e elogiou o trabalho desenvolvido pelo ex-ministro Agenor Álvares, que assumiu a pasta após a saída do também peemedebista Saraiva Felipe, que disputou as eleições do ano passado.

Lula também elogiou a atuação de Márcio Thomaz Bastos frente do Ministério da Justiça como "uma cabeça equilibrada". O presidente disse que Bastos deve continuar sendo seu advogado. "Quem já foi presidente, governador, prefeito, sabe que os processos contra a gente aparecem quando a gente não tem mais um mandato", disse. O ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, passa a ser o novo ministro da Justiça. A ele, Lula desejou "toda a sorte do mundo" e avisou que "o jogo é duro".

É o que penso

Projeto Carajás: Uma questão de Estado.

As propostas de criação de novos estados são manifestações coletivas que acenam distintamente para a apropriação política do seu espaço de vivencia e produção, otimizando o uso dos recursos contidos na área em questão. O espaço e a cultura participam desse processo dado que representam o suporte material e a base simbólica sobre os quais são construídas as identidades territoriais.

Pensar na reconfiguração geopolítica da Amazônia brasileira é uma idéia lúcida e de uma visão política futurista, voltada para seu desenvolvimento econômico, o bem-estar social e o aperfeiçoamento do regime democrático, sonho em parte, posto em prática pelo maior estadista republicano: Juscelino Kubitschek.

A idéia de tradição e de cultura regional, contrapondo-se ao pioneirismo dos desbravadores, presente no sul e sudeste do Para, contribui para elaborar a re – construção peculiar da historia local. A idéia complementar de região, a terra natal, o espaço de vida e produção, produz a noção de unidade territorial. A eficácia simbólica dessas idéias mobiliza a sociedade regional em torno de idéias emancipacionistas.

A criação de Estados e Territórios Federais, amparada pela Constituição Federal nos Art. 18, 48 e 49, atinge, entre outros, o objetivo de satisfazer os anseios de determinada população em busca de melhores condições para a conquista do progresso e do seu bem-estar social.

Neste sentido, a bandeira do Brasil poderá ganhar em breve mais uma estrela, caso seja aprovado o projeto em tramitação no Congresso para a criação do Estado do Carajás. O projeto, já aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados, sugere o plebiscito, exigido pelo artigo 18 da Constituição, para que a população decida se quer ou não a divisão do Estado.

Os parlamentares destacam que "a grande extensão territorial dificulta a governabilidade e o desenvolvimento".

Não há dúvidas que, em que pesem os custos da implantação, a criação de uma nova unidade federativa traz grandes benefícios para a população envolvida:

>Consolidação da presença do Estado;

>Ocupação dos vazios demográficos;

>Interiorização do desenvolvimento sócio-econômico;

>Melhoria da infra-estrutura, em particular dos setores de transporte, energia e comunicações;

>Redução das desigualdades sociais e do desequilíbrio regional.

Esses benefícios ressaltam de importância quando se trata de áreas pertencentes à região amazônica que, apesar do seu imenso potencial para um desenvolvimento auto-sustentado, apresenta sinais típicos da ausência estatal, exclusão sócio-econômica da população, narcotráfico, depredação ambiental, exploração desordenada das riquezas naturais e violência rural.

A criação do novo Estado do Carajás possibilitará o encurtamento da enorme distância existente entre a administração do atual Estado do Pará e a região do sul e sudeste do estado, facilitando a implementação de programas públicos e de obras de infra-estrutura indispensáveis à atração dos investimentos privados e à interiorização do desenvolvimento sócio-econômico.

A região sul/sudeste é, sobretudo, produtora do setor primário da economia – com grande potencial ainda não racionalmente aproveitado -, seus produtos têm baixo valor agregado; industrializá-la é uma imposição histórica.

HISTÓRICO

A exploração das margens do Tocantins e Araguaia data de mais de 400 anos, mas o primeiro povoado definitivo da região foi fundado em 1892, apenas um pouco mais de um século atrás. Desde esses tempos remotos, a ocupação de Carajás veio do sul do País e não do norte. Esta característica deixou desde os primórdios, o sul e o sudeste do Pará, ligados economicamente, socialmente e politicamente à região centro-sul do País.

A divisão territorial da Amazônia, ao longo do presente século, tem sido uma questão recorrente não somente no marco da discussão e de propostas como igualmente na efetivação da divisão. Pode-se mesmo dizer que a atual configuração geopolítica da Amazônia Brasileira é recente e foi moldada a partir de 1911 com a questão acreana. Naquela ocasião a apropriação do excedente econômico gerado pela economia extrativa da borracha mobilizou parlamentares e as elites tanto do Pará como do Amazonas. A federalização do território foi à solução à época encontrada. Na década de 40, novamente partilhar a Amazônia foi objeto de ampla discussão no âmbito da organização do Estado brasileiro. Os anseios geopolíticos de controle territorial e das fronteiras elevaram a divisão territorial como medida para estimular a ocupação e o povoamento regional, criando postos de vanguarda nas fronteiras e ampliando a presença do estado federal.

Getúlio Vargas estimulado pelo Conselho de Segurança Nacional, cria, em 1943, os Territórios Federais de Guaporé (Rondônia), Amapá e Rio Branco (Roraima). A preocupação com a imensidão territorial e o vazio demográfico amazônico sempre foi ponto de convergência entre ideólogos, geopolíticos e militares. No âmbito das mudanças de ordem política e institucional do Estado brasileiro pós – golpe militar de 1964 é lançado às primeiras medidas políticas com o objetivo de assegurar a ação federal na região de forma efetiva. A “operação amazônica”, em 1968, redefiniu o arcabouço institucional regional ao criar a Sudam e o Incra. Posteriormente, em 1971, são federalizados cerca de 66% das terras do território do Estado do Pará.

Levas de imigrantes e algumas grandes empresas, atraídas pela política de incentivos fiscais, radicaram-se no sul e sudeste do Pará, atendendo ao chamado do Governo Federal “Integrar para não entregar”. A região iniciou um processo de progresso econômico acelerado. Foram construídas cidades e novos municípios foram criados.

Surgiu, então, uma enorme demanda por infra-estrutura e a distância geográfica de Belém não permitiu a presença do Poder Público Estadual para encaminhar as soluções dos mais variados problemas.

Na esteira da Constituinte de 1986/87, veio a leva de movimentos emancipacionistas nos quatro cantos do Brasil. Somente no Pará foram dois grandes movimentos para a criação dos estados do Carajás e do Tapajós, o que induziu a criação, após a promulgação da Constituição Federal de 1988, de uma Comissão de Estudos Territoriais (1989).

A localização estratégica dentro do eixo do Araguaia-Tocantins, as peculiaridades geopolíticas, a necessidade de maior proximidade do Poder Público, as experiências de outros estados recentemente criados e a urgência da melhor utilização dos recursos naturais, dentro da ótica do desenvolvimento sustentável, são alguns dos motivos que sustentam a reivindicação da criação do Estado do Carajás, após a consulta do plebiscito.

O ressurgir das propostas de criação dos estados do Carajás e Tapajós, estimulou o governo do estado à busca de alternativas à redivisão territorial. A Fundação Getúlio Vargas foi contratada na forma de consultoria para a realização de diagnóstico sobre a estrutura espacial e econômica e necessidades de recomposição. No diagnóstico, a excessiva concentração das atividades no entorno de Belém e a baixa integração estadual apresentava-se, de fato, como estímulo a desagregação territorial.

As possibilidades de desenvolvimento local e regional estariam ligadas à capacidade de organização, o consenso político, o pacto social, a cultura de cooperação e a capacidade de criar, coletivamente, um projeto de desenvolvimento. A criação de poder político e de busca do consenso, tornam-se relevantes para a construção de um projeto político regional, instrumento indispensável na formulação de estratégias para o desenvolvimento.

EMENDA MODIFICATIVA DO PROJETO Nº 1159-b/92

Dê-se ao art. 1º do projeto a seguinte redação:

Art 1º - O Tribunal Regional Eleitoral do Estado do Pará realizará no prazo de seis meses, a contar da publicação deste decreto legislativo, plebiscito sobre a criação do Estado de Carajás, a ser constituído pelos municípios de Abel Figueiredo, Água Azul do Norte, Banach, Bom Jesus do Tocantins, Brejo Grande do Araguaia, Cumarú do Norte, Curionópolis, Dom Elizeu, Eldorado dos Carajás, Floresta do Araguaia, Goianésia do Pará, Itupiranga, Jacundá, Marabá, Nova Ipixuna, Novo Repartimento, Ourilândia do Norte, Pacajá, Palestina do Pará, Parauapebas, Pau D’arco, Piçarra, Redenção, Rio Maria, Rondon do Pará, Santa Maria das Barreiras, Santana do Araguaia, São João do Araguaia, Sapucaia, Tucumã, Tucuruí, Ulianópolis, Xinguara, de acordo com o Art. 7º da Lei nº 9.709, de 18 de novembro de 1998”.

Autor: Deputado Giovanni Queiroz

Para o Senador Mozarildo Cavalcanti (PFL-RR), áreas imensas como os Estados do Amazonas, Mato Grosso e Pará, impedem a atuação do aparelho estatal e condena as populações dos municípios mais distantes a toda espécie de carências, especialmente às de prestações do serviço público.

O ex-governador do Tocantins, José Wilson Siqueira Campos, defendeu a criação de "no mínimo" dez estados brasileiros independentes. De acordo com proposta trazida por Siqueira Campos, no Mato Grosso seria criado o estado de Araguaia; no Maranhão, o Maranhão do Sul; no Pará, os estados de Carajás, Xingu, Tapajós e Trombetas; e no Amazonas, Madeira, Juruá, Solimões e Rio Negro. Ele usou o exemplo de Tocantins, criado em 1988, para incentivar os deputados a lutarem pela criação de novos estados. "Éramos uma região isolada, não tínhamos sequer 3% da receita do estado do Goiás, quando representávamos 21% da população e 45% do território. Porém, com a autonomia, crescemos 127%, mais do que o Brasil", afirmou.

Autor da proposta de criação do estado de Carajás, o Deputado Federal Giovanni Queiroz (PDT), assinalou que o fato que o motivou a lutar pela subdivisão territorial foi à vontade do próprio povo, que reclama constantemente o direito ao desenvolvimento, o qual só será possível com um Governo presente. "Um estado com as dimensões do Pará não consegue pensar e planejar o desenvolvimento, seja no aspecto fundiário, rodoviário, da infra-estrutura ou da segurança", ressaltou.

O ex-ministro das Comunicações e ex-deputado federal, Pimenta da Veiga, considera-se um "defensor ardoroso" da redivisão territorial por acreditar que o Brasil estará no rumo do desenvolvimento. "Na próxima década, a população brasileira terá 30 milhões de pessoas a mais. E para aonde elas vão? Se não criarmos alternativas para esse contingente, poderemos ter grandes problemas, no futuro”, afirmou.

A deputada Terezinha Fernandes (PT-MA) acredita que a proposta de redivisão territorial pode ser instrumento de integração das regiões Norte e Nordeste ao processo de desenvolvimento já experimentado pelo Sul e Sudeste, cujas condições favoráveis resultam em boa qualidade de vida aos seus habitantes. Ela recordou que os últimos 30 anos têm sido pródigos na questão do êxodo rural, que ocasiona o inchaço dos centros urbanos. "Esse problema poderia ser resolvido se todas as regiões brasileiras fossem igualmente desenvolvidas”.

No Programa de Governo 2002 – COLIGAÇÃO LULA PRESIDENTE, no caderno “O LUGAR DA AMAZÔNIA NO DESENVOLVIMENTO DO BRASIL”, na página 19, o documento propõe o seguinte:

“PROPOSTAS ESPECÍFICAS”

Divisão territorial. Realizar estudos detalhados das propostas para criação de novos estados, considerando as dinâmicas econômicas e sociais produzidas historicamente e estabelecer práticas de mediação entre os setores interessados, para subsidiar o Congresso Nacional na votação da criação novas Unidades Federadas”.

CONCEPÇÃO GEOPOLÍTICA

A Assembléia Nacional Constituinte de 1988 não se limitou a criar o Estado do Tocantins e concluiu pela necessidade de redivisão da Amazônia e de novos estados como o Tapajós e Carajás. As sugestões da Comissão de Assuntos Territoriais não foram acatadas até hoje, mas o tema da redivisão do território nacional continua ocupando as atenções de um grande número de parlamentares, uma vez que estão envolvidas questões cruciais para o País como: a racionalidade administrativa; a soberania; a oferta de oportunidades iguais para todos os brasileiros - em especial aqueles que vivem em regiões isoladas e, até mesmo, inóspitas; a governabilidade; a segurança nacional; a justiça fiscal e tributária e a eqüidade na distribuição de renda e de riquezas, pela promoção do desenvolvimento econômico e social; o uso sustentável dos recursos naturais e a preservação ambiental.

6. Projeto: Propõe sobre a realização de plebiscito para a criação do Estado do Carajás

Número: Câmara - PDC 159/92

Autor: Deputado Giovanni Queiroz (PDT-PA)

Caracterização da área

A área em estudo para a criação do Estado de Carajás está localizada no sudeste do Estado do Pará. Abrange 37 municípios que totalizam uma área aproximada de 280.000 Km2 e uma população de mais de um milhão de habitantes, com uma densidade demográfica em torno de 4,0 Hab/Km2. Marabá é o seu principal centro urbano, com 168.020 Hab, porto, terminal ferroviário e aeroporto. A área inclui a Represa de Tucuruí e articula-se com outras regiões pelas bacias dos rios Xingu, Araguaia e Tocantins, pela ferrovia dos Carajás e pelas rodovias BR 230, BR158 e BR 153. A economia está baseada na agropecuária, na extração de madeira e na exploração de minério de ferro e do ouro. Seu subsolo possui, ainda, um excelente potencial em manganês, níquel e cobre. Apresenta um grave problema sócio-econômico em relação à situação dos garimpeiros de Serra Pelada e à extração artesanal do ouro. Em torno de 19% do seu território é constituído de terras indígenas e unidades de conservação.

Tab. N. 01. Para, Tapajós e Carajás: Os recursos e os Territórios

Os recursos e os Territórios

Pará

Tapajós

Carajás

Área territorial

249.000 km2

708.868 km2

289.799 km2

População

4.000.000

958.860

1.100.000

Áreas de uso restrito (unidades de conservação e terras indígenas)

13

22

14

Icms (imposto sobre circulação de mercadorias e serviços)

79,49 %

7,0 %

13,51 %

Fpe (Fundo de Participação do Estado)

491.597.016[2]

115.365.280

137.629.573

Recursos

Indústria, serviços e agropecuária

Minérios e agropecuária

Minérios e agropecuária

Fonte: Governo do Estado do Pará: Indicadores Sócio-econômicos, 2000.

REALIDADE ATUAL

Em 388 anos de existência como Ente Público, os sucessivos governos do Estado do Pará encastelados em Belém, não conseguiram atender as demandas das regiões sul/sudeste do Estado e o que existe está aí, diante de todos como prova de que estas regiões jamais irão desenvolver-se continuando como estão:

1 – estradas e pontes de péssima qualidade, que na sua grande maioria se tornam intransitáveis no período chuvoso, facilitando ainda em qualquer época a prática de assaltos e violência contra seus transeuntes;

2 – energia elétrica insuficiente para alavancar o desenvolvimento nas cidades e, principalmente, no campo, onde se encontra seu grande potencial econômico;

3 – comunicação de péssima qualidade nos centros urbanos e inexistente nas localidades mais distantes;

4 – narcotráfico, depredação ambiental e exploração desordenada das riquezas naturais;

5 – violência rural, invasões de terras produtivas, desordem agrária e fundiária, sem perspectivas de solução;

6 – ausência do Estado e grandes vazios demográficos;

7 – exclusão sócia econômica da população interiorana, aumentando as desigualdades sociais e desequilíbrio regional, apesar do grande potencial para desenvolvimento auto-sustentado;

8 – ausência de uma política sustentável de desenvolvimento regional que corresponda às expectativas da população;

9 – segurança pública incapaz de proteger o cidadão que às vezes perde a vida ou vive refém da bandidagem e do crime organizado na região;

10 – ausência de políticas públicas de saúde, educação técnica e principalmente superior.

Esse é o Lobo Geral

Edição:Ano LXI - nº 31.692 Belém, Domingo, 18/03/2007

Poder

E se o Pará for mesmo dividido, onde ficarão as estrelas na bandeira?

BRASÍLIA

RAQUEL ELTERMANN

Da Sucursal

Pouca gente pensa nisso, mas quando se fala em criação de novos Estados e territórios, deve-se pensar também na reconstrução de símbolos nacionais. E o maior deles, a bandeira brasileira, é justamente o que melhor traduz a definição e o significado de Pátria. E como ficará a bandeira se o Pará for dividido e der origem aos Estados do Carajás, Tapajós e do Marajó?

Nove constelações compostas por 27 estrelas compõem atualmente a bandeira nacional brasileira. Mas uma única, da constelação de Virgem, chamada Espiga, está acima da linha branca que ostenta o 'Ordem e Progresso' da nossa flâmula - que não tem qualquer relação com definições astronômicas, embora alguns digam que esta faixa representa a eclíptica, ou o equador celeste ou o zodíaco da época. E lá está, em seu merecido destaque, a estrela da primeira grandeza que representa o Pará.

Saber, no entanto, como será a disposição das novas estrelas - caso o separatismo vingue - não é algo tão simples. Baseada na inspiradora constelação tropical em que se sobressai o Cruzeiro do Sul, cada estrela da bandeira representa uma das 26 unidades federativas e o Distrito Federal que formam o Brasil. Cada estrela, pois, abriga e reflete as definições culturais e sociais que definem cada Estado da Federação.

Criar uma nova unidade federativa não significa jogar aleatoriamente mais uma estrela no círculo azul já cravejado. A forma e o uso da bandeira nacional são regidos por regras bastante severas. As suas dimensões, formas, cores e toda a sua geometria são regulamentadas por leis de dependem da aprovação do Congresso Nacional.

Porém, mais importante que atos cerimoniosos oficiais, é ouvir o que dizem os astros. Primeiramente, tem que se voltar à conjunção astral do céu de 15 de novembro de 1889. Foi a data da Proclamação da República que determinou a disposição dos símbolos representativos de cada Estado. Naquele momento, a disposição original constante do desenho proposto pelo Decreto nº 4, de 19 de novembro de 1889, previa uma nação composta por 20 Estados. O céu estampado era o do verão carioca e retratava exatamente a constelação atuante às 12h siderais, ou seja, exatas 8h30 da manhã, sob o céu do Rio de Janeiro daquele histórico dia 15.

E é sob o prisma desse conjunto de constelações que deve se orientar o especialista - nesse caso, um astrônomo - para a elaboração de uma nova disposição no lábaro já tão estrelado. O historiador Estevão Martins, professor da Universidade de Brasília (UnB), destaca que 'o nome da estrela passa por um estudo capcioso em que astrônomos farão um estudo da posição das constelações. As constelações atuais, que figuram a Bandeira Nacional correspondem ao aspecto do céu na sua latitude, na cidade do Rio de Janeiro'.

Nesses 117 anos de República, passamos de 20 para 26 Estados, além do Distrito Federal. Apenas por três vezes na História houve pretensões de alteração na lei que rege o símbolo-mor da Pátria, a primeira delas, a de nº 5443, em pleno auge da ditadura, data de 28 de maio de 1968. A segunda também remonta ao regime militar e é por ela, a Lei nº 5.500, de 1971, que a Nação dispõe sobre a atual forma e a apresentação dos símbolos nacionais, incluindo a bandeira. Mas foi a partir de maio de 1992 que foram permitidas, também por Lei, a de nº 8.421, as inclusões de novas estrelas. Artifício exclusivo à incorporação da última divisão territorial pela qual passou o País, com a criação do Estado do Tocantins.

Edição:Ano LXI - nº 31.692 Belém, Domingo, 18/03/2007

Poder

Custos estão estimados em R$ 4 bi

O advogado Mário David Prado Sá considera que o julgamento da ação popular que impetrou na Justiça Federal impõe-se como 'urgente e necessário, uma vez que o discurso separatista vem ganhando corpo e substância, com a adesão majoritária de parlamentares, deputados federais e estaduais, em favor das teses separatistas'. Segundo o advogado, é necessário brecar o que classifica de 'frisson divisionista' que domina o discurso e o debate, sobretudo da classe política, que ele considera 'ansiosa pela multiplicação de colégios eleitorais e de cargos eletivos, sem se dar conta, ou até mesmo indiferente, aos elevados custos sociais, ecológicos, políticos e financeiros que a empreitada acarreta'.

Porém, adverte o advogado, 'os partidários do divionismo territorial parecem não estar preocupados com a relação custo-benefício da empreitada, ou então fazem vista grossa para os elevados custos financeiros, estimados por baixo em torno de R$ 4 bilhões, necessários e, talvez, insuficientes para a construção da infra-estrutura administrativa de cada uma das novas unidades federativas, com a montagem e implementação da máquina administrativa inerente a cada um dos três Poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário'. Segundo Prado Sá, o desembolso de somas de tal magnitude, cujo ônus poderá ser distribuído entre os tesouros da União e do Estado-mãe, no caso o Pará, que estaria restrito, na nova geopolítica territorial, aos municípios das regiões Metropolitana de Belém e nordeste do Estado do Pará. (R.T.)

Edição:Ano LXI - nº 31.692 Belém, Domingo, 18/03/2007

O Liberal

Poder

O advogado Mário David Prado Sá considera que o julgamento da ação popular que impetrou na Justiça Federal impõe-se como 'urgente e necessário, uma vez que o discurso separatista vem ganhando corpo e substância, com a adesão majoritária de parlamentares, deputados federais e estaduais, em favor das teses separatistas'. Segundo o advogado, é necessário brecar o que classifica de 'frisson divisionista' que domina o discurso e o debate, sobretudo da classe política, que ele considera 'ansiosa pela multiplicação de colégios eleitorais e de cargos eletivos, sem se dar conta, ou até mesmo indiferente, aos elevados custos sociais, ecológicos, políticos e financeiros que a empreitada acarreta'.

Porém, adverte o advogado, 'os partidários do divionismo territorial parecem não estar preocupados com a relação custo-benefício da empreitada, ou então fazem vista grossa para os elevados custos financeiros, estimados por baixo em torno de R$ 4 bilhões, necessários e, talvez, insuficientes para a construção da infra-estrutura administrativa de cada uma das novas unidades federativas, com a montagem e implementação da máquina administrativa inerente a cada um dos três Poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário'. Segundo Prado Sá, o desembolso de somas de tal magnitude, cujo ônus poderá ser distribuído entre os tesouros da União e do Estado-mãe, no caso o Pará, que estaria restrito, na nova geopolítica territorial, aos municípios das regiões Metropolitana de Belém e nordeste do Estado do Pará. (R.T.)

Edição:Ano LXI - nº 31.692 Belém, Domingo, 18/03/2007

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Ação de Ana Júlia é tida como vital

A manifestação da governadora Ana Júlia Carepa é considerada pelo advogado Mário David Prado Sá 'imprescindível' para conter os ímpetos separatistas. 'A governadora do Estado, que desfruta de inegável prestígio junto ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de grande popularidade entre os paraenses, além da notoriedade decorrente do fato de ser mãe e primeira mulher a governar o Estado, sem falar de sua inquestionável experiência parlamentar e senatorial, deveria manifestar-se de público sobre a questão da divisão territorial do Estado', sustenta o advogado.

Prado Sá considera 'indispensável' um pronunciamento de Ana Júlia sobre o assunto, 'para definir a posição oficial do governo do Estado e servir de orientação ao eleitorado paraense, que poderá ser convocado a se manifestar em plebiscito sobre a questão, caso sejam aprovados os projetos de lei que tramitam na Câmara Federal'.

Na esfera judicial, o advogado encaminhou requerimento à desembargadora federal Maria Selene de Almeida, relatora do recurso, solicitando o julgamento 'preferencial e imediato' do feito, no qual requer liminarmente, entre outros itens, que a Justiça Federal exija a realização de aprofundados estudos dos aspectos geopolítico, econômico, mineral, ecológico e social envolvidos na questão. Tais estudos são 'necessários e indispensáveis', insiste Prado Sá, 'para que sejam produzidas informações precisas e substantivas, capazes de embasar e formar a opinião pública, possivelmente chamada a intervir no processo, na eventual realização de uma consulta plebiscitária'.

Não me digam que não alertei!

Edição:Ano LXI - nº 31.692 Belém, Domingo, 18/03/2007

Jornal O Liberal

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Dinheiro para Amazônia vem do exterior

Meio ambiente Outros países investem mais pesado que o Brasil em preservação

SÃO PAULO

Agência Estado

O Brasil se gaba de ser o principal dono da Amazônia e repudia a idéia que surge de tempos em tempos de internacionalizar a maior floresta tropical do mundo. Apesar disso, para manter a selva de pé, o País depende em grande parte de dinheiro estrangeiro. Alemanha, Estados Unidos, Japão e Holanda investem juntos por ano R$ 108,9 milhões na preservação da floresta brasileira.

O dinheiro estrangeiro é mais volumoso do que os R$ 96,4 milhões que os nove Estados da Amazônia - a região Norte mais o Mato Grosso e o Maranhão - aplicaram em meio ambiente em 2005. E é superior aos R$ 58 milhões que o Ministério do Meio Ambiente destinou aos Estados amazônicos em 2006.

Como comparação, o Central Park, de Nova York, tem US$ 25 milhões (R$ 52,3 milhões) por ano. Os gastos do Estado de São Paulo com gestão ambiental em 2005 foram de R$ 824,1 milhões. 'A verba nacional para a Amazônia é irrisória. Temos de pagar juros da dívida, cobrir os recursos obrigatórios de previdência, saúde educação... Veja a questão da segurança pública... O meio ambiente tem de competir com todas essas demandas. O que sobra é pouco', avalia Adalberto Veríssimo, pesquisador do Instituto do Meio Ambiente e do Homem na Amazônia (Imazon).

Euros, dólares e ienes entram no Brasil por meio da chamada cooperação internacional, sistema que os países ricos utilizam para ajudar os países pobres, com dinheiro ou apoio técnico. A mais conhecida das cooperações foi o Plano Marshall no final da década de 1940, quando os EUA bancaram a reconstrução da Europa, devastada pela 2ª Guerra Mundial.

No caso da cooperação destinada à Amazônia, beneficiam-se governos, empresas, comunidades locais e principalmente ONGs. Outro levantamento mostra que as maiores ONGs injetam R$ 31,6 milhões por ano na floresta - uma parte do dinheiro vem de suas respectivas sedes no exterior (quando é o caso); outra, da cooperação internacional.

A filial brasileira do Fundo Mundial para a Natureza, o WWF, que tem sede na Suíça e escritórios em uma centena de países, destina anualmente R$ 10 milhões à Amazônia - 99% dos recursos são estrangeiros. O Instituto Socioambiental (ISA) é uma ONG nacional, mas também depende de recursos internacionais. Dos R$ 9,2 milhões aplicados na floresta no ano passado, R$ 7,9 milhões vieram de fora.

FOCO

Segundo o ex-ministro do Meio Ambiente Sarney Filho, hoje deputado federal (PV-MA), o dinheiro estrangeiro é importante porque se destina a projetos concretos: 'Não ficam na burocracia e vão direto ao foco', garante. A verba pública, por sua vez, normalmente é aplicada em fiscalização e em infra-estrutura administrativa. Os governos dificilmente promoveriam um curso de gestão ambiental para líderes indígenas dos Estados da Amazônia, como o realizado em Manaus pela ONG The Nature Conservancy. Os 15 índios têm aulas em período integral durante cinco meses e recebem hospedagem, alimentação e uma bolsa de um salário mínimo por mês

É também graças ao dinheiro estrangeiro que o Imazon, que tem sede em Belém, traça por satélite mapas detalhados do desflorestamento da Amazônia mato-grossense a cada 15 dias. Brevemente esse trabalho será estendido a toda a selva. O governo federal só mapeia o desmatamento de ano em ano.

O secretário do Meio Ambiente do Amapá, Antônio Carlos Farias, cita a Conservation International e o WWF como os principais parceiros do Estado. 'Quem me dera se o governo brasileiro tivesse a mesma preocupação dos estrangeiros', diz.

O país que mais investe na Amazônia é a Alemanha, com o equivalente a R$ 85 milhões por ano. 'A destruição da floresta teria conseqüências no clima do mundo inteiro', explica Michael Grewe, chefe do Departamento de Cooperação da Embaixada da Alemanha no Brasil. O presidente do país, Horst Köhler, esteve na semana passada no Amazonas para conferir os resultados de tanto investimento.

O Ministério do Meio Ambiente reconhece a importância da cooperação internacional, mas faz uma ressalva. 'Esse dinheiro não é uma dádiva. Na Rio-92, acordaram-se obrigações, valores que os países desenvolvidos deveriam investir em conservação. Estamos lidando com interesses globais', diz João Paulo Capobianco, secretário nacional de Biodiversidade e Florestas. 'E sempre existem contrapartidas nacionais.'

A representante da The Nature Conservancy no Brasil, Ana Cristina Barros, lembra que muitas vezes a presença do governo não é percebida. 'Para os nossos projetos funcionarem, existe uma máquina estatal por trás. E ela custa. Quem paga os funcionários do Ibama e do ministério? Ninguém ousaria dizer que os estrangeiros investem mais que o Brasil.'

DINHEIRO

No mês passado, o governador do Amazonas, Eduardo Braga (PMDB), passou duas semanas entre Washington, Nova York e Londres atrás de investidores interessados em aplicar recursos no programa Bolsa Floresta (o nome é uma paródia ao Bolsa-Família federal), por meio do qual as comunidades da Amazônia receberão dinheiro pelas árvores que forem protegidas. Braga voltou com acordos engatilhados.

'É mais fácil conseguir dinheiro lá fora do que aqui. Há uma consciência no exterior, principalmente na Europa, em relação à questão das compensações ambientais', afirma o governador.

Tão bonzinho!

Vítima do confisco quer que Collor devolva dinheiro às contas bancárias dele e da família para depois pedir desculpa pelo que fez. Maioria dos senadores ungiu Collor

Collor se desculpa, mas não comove muitas vítimas "daquelle" plano econômico.

Foto: Antonio Cruz ABr

O senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL), ex-presidente cassado, discursou na tribuna do Senado pela primeira vez. Durante seu pronunciamento, narrou os acontecimentos que precederam ao impeachment. Chorou, agradeceu ao povo de Alagoas. Demonstrou estar mais humilde, e se considerando um senador igual a todos. Mas, contrariamente ao anunciado há aproximadamente dois meses, nada bombástico. Leia mais na Folha On Line. Em uma recaída, no início do seu discurso, comparou-se a Dom Pedro I, Dom Pedro II, além dos presidentes Getúlio Vargas, Jânio Quadros e João Goulart. Impeachment foi farsa e arbítrio, para Collor. Leia aqui no Globo On Line. Collor citou apenas a revista Veja.

Com esforço hercúleo tenta até hoje se separar dos vínculos com Paulo Cesar Faria. O que na prática se sabe é que os laços eram íntimos e suspeitos, no mínimo. Collor não conseguiu emocionar foram as vítimas do plano econômico que levou seu nome. O que difere o governo Collor dos outros subseqëntes é que a relação inóspita com o Congresso provocou a insustentabilidade política de Collor. Ou seja, não utilizou qualquer tipo de "mensalão". Leia aqui na matéria do Estado On Line como repercutiu o discurso "collorido" para aqueles que tiveram surrupiadas as economias no confisco financeiro, esse sim arbitrário, ocorrido no ínicio do governo Collor. Há quem acredite que Collor ainda será candidato à presidência em 2010 ou 2014. Por favor, comente. (Maurício Nogueira)

Seguuuuura peão!


Tarso Genro cutuca OAB. Perguntou se pediria o impeachment de Lula. Ouviu que OAB não ficará inerte.

"Espero que dessa vez vocês não peçam o impeachment de Lula", disse brincando o ministro empossado Tarso Genro ao presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cézar Britto. "Mas a OAB não ficará inerte", respondeu Britto, imediatamente. A resposta tem a ver com uma fala de Tarso, na qual afirmou que ficará em diálogo permanente com a OAB, no entando se isso não ocorrer "ou o governo está mal ou a OAB está inerte". Para tentar disfarçar, Britto afirmou que era uma brincadeira. O diálogo foi testemunhado por Márcio Thomaz Bastos. Leia aqui no G1. Opine.

Mais uma

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