Pará na Imprensa Nacional e Internacional

Várias equipes de jornalistas nacionais e internacionais espalhadas pelo Pará preparam matérias da pesada.

Por que será?

Cadê a Força Nacional no Pará?

Os vendilhões de nossa consciência: O prazer, poder e dinheiro

Por Val-André Mutran

Brasília - Hoje, a Força Nacional de Segurança Pública iniciou suas operações no Entorno de Brasília. Área que abrange o próprio Distrito Federal, parte de Goiás e de Minas Gerais.

A notícia é nacional, afinal trata-se de uma tentativa de mitigar o fracasso de prover Segurança Pública num torrão que detém a mais alta taxa per capita de toda a América Latina. A Capitral da República é uma grande área de violência sem controle há muito tempo.

No Rio de Janeiro, Estado conflagrado em Guerra Civil há anos, a mesma Força lá permanece.

Há relatos inaceitáveis de que parte da "Força", passa fome, dorme e tenta cumprir suas missões em condições humilhantes e... Pena ou rói o pão dormido que o "diabo amaçou", como queira.

O leitor por um acaso sabe como atua constitucionalmente a Força de Segurança Nacional?

É na teoria uma Tropa de Elite - tipo Bope, do contingente da Polícia Militar do Rio de Janeiro -, que tanto sucesso e polêmica tem causado com o filme: Tropa de Elite, do cineasta carioca José Padilha, denunciado essa semana pelo Ministério Público do Rio de Janeiro por ter supostamente utilizado oficiais de verdade na produção do filme, o que, em Hollywood, é condição básica e os produtores sabem disso, para a realização de um BlockBuster (desde de que cumpridos os trâmites desburocratizados e prefeitamente legais impostos pela legislação local).

Aqui não. A garantia de sucesso de qualquer produção interessada na verdade é processada. No Brasil não: a pirataria barata e que é financiada pelos grupos organizados do crime não permitem esse luxo. O ingresso a R$ 10, 00, é um dos mais baratos do mundo em razão da valorização do real frente ao dólar americano, algo em torno de quase 100% nos últimos quatro anos! E isso tira dinheiro dos traficantes.

Na República das Bananas é proibido contar a versão do outro lado. Só vale a versão aceita pela classe média...ou suas ramificações inconfessáveis. Motor de uma das denúncias do Tropa de Elite: o vício da buguesia, querendo posar de boazinha! Nos poupem a todos de tanto cinismo.

Terra em Transe só pode sem transe! É a grita do establishment comandado por um ex-sindicalista apeado à condição por esvaziamento de seus combatentes pares: exilados pela ditadura a peso de porrada.

É a mais sem vergonha constatação do fracasso de nossas instituições, carcomidas pela corrupção, demandos, descaminhos e associação com o crime. O pior dos crimes: o roubo de nossa capacidade de dizem: Chega! Presidente. Eu quero é trabalhar!

Assim é no Pará de hoje: Insegurança e muita promessa.

Quer comprar ou manter uma fazenda? Não pode. Salvo seu banqueiro.

Quer produzir tecnologia de energia alternativa? Não pode. Salvo seja sócio da OPEP.

Queres ou pretendes monstar uma logística de transporte? Só se a Vale deixar?

Gente encapuzada entra na tua casa, na tua Chácara, Fazenda ou Sítio. A polícia, inclusive a Federal, e recebida a tiro e nada se faz.

Preservar a paciência com um Estado desse é contemporizar?

É esse o Pará sem peso e medida que você querem. Que o Brasil quer? Desperdício de dinheiro público a bancar elocubrações? Falta de planejamento e foco?

Letargia e revolta advindas de um Estado sem pulso ou capacidade de investimento?

Que fiquem com ele. É todo seu. Sou Carajás, mas, estou aberto para ouvir outras propostas. Estou jovem é já cansado de tanta plenária que marca outra plenária, para finalmente...marcar outra!!!

Cadê as propostas? O PAC? Que PAC? O virtual? O PAC do Pará...Piada sem graça.

A guerrilha rural já está estabelecida. A provocação e prejuízos são reais. Até, quem diria, a Polícia Federal tem recuado de algumas missões por pura falta de segurança à sua equipe.

Vivemos hoje no sul do Pará. Em Belém - exceto no Cristalville - a imundície, esculhambação, degeneração dos valores da família, turismo zero, infra-estrutura zero. Vive-se hoje no Estado: O Comando e Contrôle frágil como uma rabiola ao vento da subida da maré. Um Castelo de Cartas. Que mudança é essa?

Não perca a chance de votar no casal cara-de-pau de 2007

São quatro os concorrentes. Deposite, com um clique o seu voto ai ao lado, na coluna da direita.

SBT lidera a audiência da grade local no Sul do Pará
















A equipe é liderada pelo irmão deste poster Markus Mutran, diretor da TV.

Markus justifica com números do Ibope na mão: A foto foi tirada numa manhã de sábado, retrata um gostoso momento de descontração de toda a equipe de jornalismo da TV ELDORADO. Eu atribuo o fato de sermos o maior, melhor e mais assistido telejornal de Marabá e vários outros municípios vizinhos, justamente devido ao grande entrosamento e união de minha equipe...

...E apresento a equipe: Da esquerda para a direita: Edivan Xavier, Fabiano Moreira, Marcos Bargman, Eliton Lima, Cleyde Nascimento, Marcelo Souza, Markus Mutran, Deusimar Leite, Isac Souza e Francis Vander.

O blog envia votos de sucesso ã toda equipe. Vamos continuar lutando por aqui para conseguirmos o Curso de Comunicação Social na grade da UFPA.

Te confesso que tá difícil mano, mas, com a criação do Estado e da Universidade Federal do Carajás, esse e outros cursos como o de Medicina e Comunicação, saem juntinho, juntinho com o Decreto de criação do Estado. Porque nesse Estado...Só sai promessa no que se refere à Ensino Superior, que o diga a CVRD que banca o novo e atualizado Campus de lá!

Markus Mutran é o simpático jovem de gravata na foto.

Escolha o casal cara-de-pau do ano

É a pergunta da nova enquete do blog.

"Apóstolo" Estevam & "Bispa" Sônia Hernandes

Renan Calheiros & Mônica Veloso

Marconi Perillo & Valéria Perillo

Olavo & Bebel (da novela)

Vote no seu candidato ai ao lado. Participe!

Ong´s x Ong´s

A revista Isto É desta semana coloca o dedo na ferida da sangria que se transformou o repasse de verbas federais às ONG´s no Brasil. A CPI pode até virar pizza - como as demais - mas, deverá gerar uma série de procedimentos no Ministério Público e mudança efetiva para impor regras nessa farra sem fim.

Clique na imagem para amnpliá-la
A vez das ONGs

No Paraná, entidade é acusada de desviar R$ 19,6 milhões com autorização do governador. Em Brasília, o Congresso começa a investigar as organizações de todo o País, que, nos últimos sete anos, receberam R$ 33 bilhões do governo federal

Por HUGO MARQUES - Enviado especial a Curitiba.

EVERSON BRESSAN-SECS
Contrato 103/2006
Formato suspeito
Devolução
A guerra da CPI das ONGs

Depois de enfrentar por um ano a resistência da base do governo, a oposição finalmente conseguiu instalar a CPI das ONGs no Congresso Nacional. A investigação da CPI vai compreender os últimos sete anos, período em que o governo repassou R$ 33 bilhões para instituições sem fins lucrativos, quase o dobro do que a União transfere por ano aos Estados na área de saúde. Há casos de desvios de verbas de Estados e municípios que também desembocarão na CPI, já que todas as unidades da Federação recebem dinheiro do governo federal para repassar às nstituições. Há um padrão comum aos casos que serão identificados: o desvio de dinheiro público e as ligações entre as autoridades que autorizam os contratos e os responsáveis pelas instituições que recebem as verbas. Um caso com todas essas características que deverá receber a atenção da CPI vem do Paraná.

Resultado da Enquete

Na sua opinião o que é trabalho escravo?

Gente sendo explorada no campo e na cidade >>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>> 6 (40%)

Trabalho forçado e sem direito a salário >>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>> 6 (40%)

Não existe. Trata-se de irregularidade trabalhista do empregador>>>>>>>>>>>>>>> 2 (13%)

É o que faço na minha casa e empresa pois, não assino a carteira de meus empregados >>>>>>>>>1 (6%)

Como era esperado por este poster as pessoas simplesmente não sabem o que vem a ser trabalho escravo.

Renascer da encrenca

O deputado federal Geraldo Tenuta Filho (DEM-SP), conhecido como Bispo Gê, será alvo de um inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF), aberto pelo ministro Celso de Mello a pedido do procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza. Bispo Gê será investigado por ter contratado como funcionários fantasmas de seu gabinete, ainda quando era deputado estadual, Fernanda Hernandes Rasmussen e Douglas Adriano Rasmussen. Fernanda é filha dos fundadores da Igreja Renascer em Cristo — Estevam e Sonia Hernandes — e casada com Rasmussen.

Senador Marconi Perillo pego em flagrante

Não falta mais nada que os políticos cara-de-pau não possam fazer! A turma de políticos cara-de-pau é o segmento político que mais cresce no Brasil, independente de classe social, ideologia ou seja mais o que se possa definir para essa classe que periga ser a sub-classe dominante no cenário político nacional.

Ontem voltando para minha casa e, como sempre faço, ouvindo no rádio do carro a Voz do Brasil, tomei conhecimento do que o Correio Braziliense de hoje chamou de : "A escolinha do senador Perillo".

A Procuradora do Estado do Goiás, terra natal e curral eleitoral do ex-governador, denunciou o político e a mulher dele por tratamento privilegiado. Segundo a ação, a faculdade de Goiânia criou uma turma de direito exclusiva para o casal, com horários especiais de aula! Pode Giozinei?

O senador Marconi Perillo (PSDB-GO) é um aluno especial. A mulher dele, Valéria Perillo, também. A Faculdade Alves Faria (Alfa), em Goiânia, montou uma turma de direito exclusiva para os dois, com aulas segunda, sexta e nas manhãs de sábado. Agora as aulas dos Perillo se transformaram em caso de Justiça.

O Ministério Público Federal em Goiás (MPF) ajuizou uma ação civil pública contra a União, a faculdade, Marconi e Valéria por concessão de tratamento privilegiado a agente político. A procuradora Mariane Guimarães Oliveira quer que a 9ª Vara Federal de Goiânia coloque fim ao privilégio do senador, que foi governador de Goiás por dois mandatos consecutivos.

“Peço na ação para transferirem os dois para uma turma normal ou para colocarem mais alunos na turma do senador. O que não pode é continuar o tratamento vip (sigla em inglês para pessoa muito importante)”, afirma a procuradora. Além de horários especiais, a ‘turma’ do senador conta com uma sala de aula exclusiva. Contudo, os dois, de acordo com a procuradora, pagam a mesma mensalidade que os demais alunos da faculdade, que estudam em horários convencionais e salas coletivas. O preço varia de R$ 600 a R$ 650, dependendo do dia do pagamento.

A procuradora afirma, na ação, que o valor pago pelos dois alunos especiais não custeia toda a estrutura mobilizada para atendê-los. “O privilégio deles é pago pelos outros alunos”, observa Mariane Oliveira. Por isso, o MPF pede que a faculdade, Marconi e Valéria Perillo sejam condenados a pagar indenização aos alunos da escola, com base no custo de manutenção da sala de aula especial, durante o período em que foi mantida às custas das mensalidades pagas pelos demais estudantes.

Assédio
Para o Ministério Público, a faculdade fere o princípio básico de igualdade de acesso e permanência, previsto na constituição. Para justificar a turma especial, a Alfa argumentou que a presença do senador e da ex-primeira-dama numa sala convencional poderia prejudicar o rendimento das aulas. “Se estivessem na sala de aula com os demais alunos, seriam assediados pelo carisma e admiração que lhe são peculiares”, afirmou a direção da faculdade ao MPF.

O argumento não convenceu a procuradora. Ela compara Perillo aos príncipes William e Harry, da Grã Bretanha. “Até os príncipes freqüentaram escola e faculdade normal. Não está previsto em nenhum lugar a instalação de salas de aulas especiais para senadores da República ou ex-governadores, muito menos para familiares deles”, critica a procuradora. Para ela, o princípio da igualdade foi violado e os Perillo, bem como a faculdade, devem ser punidos.

A denúncia foi encaminhada ao Ministério Público Federal por um adversário político de Perillo. Há seis meses, o deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO) apresentou uma representação relatando a situação do senador goiano e da mulher dele. A procuradora conta que, antes de apresentar a ação, ouviu a faculdade e o Ministério da Educação.

De acordo com Mariane Oliveira, o ministério aceita esse tipo de situação desde que a carga horária mínima seja cumprida. Mas ela acredita que, como o senador anunciou que pretendia adiantar o curso durante o recesso parlamentar, dificilmente a faculdade cumpre as exigências do ministério. A assessoria de Perillo foi procurada para dar a versão do senador, mas não retornou até o fechamento desta edição.
Nota do blog: Ocasal está cotadíssimo para levar o Troféu casal cara-de-pau desse ano. Seu forte opositor é o casal casal fundador da Igreja Renascer em Cristo, o "apóstolo" Estevam Hernandes Filho, 53, e sua mulher, "bispa" Sônia Haddad Moraes Hernandes, 48, acusados de contrabando de dinheiro e conspiração para contrabando de dinheiro. Os "anjinhos" foram condenados pela justiça americana a 140 dias de reclusão, cinco meses de prisão domiciliar e dois anos de liberdade condicional, e também a pagar uma multa de US$ 30 mil cada.

Arre égua!

O Partido da Imprensa

Foto: Val-André
Davis Sena Filho
O jornalista Davis Sena Filho se formou em Comunicação Social na Escola de Comunicação (ECO) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Trabalhou como editor, redator, repórter em jornais, revistas, televisões, bem como foi assessor de imprensa em vários órgãos públicos e instituições, além de sindicato, nas cidades de Brasília e do Rio de Janeiro.

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O Partido da Imprensa

Terça-feira, 25 de setembro de 2007

Formei-me em jornalismo há 24 anos, na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Naquele tempo eu via a imprensa, a chamada “grande” imprensa com bons olhos, como uma ferramenta de proteção aos mais fracos, além de considerá-la, apesar de pertencer à iniciativa privada, entidade democrática disposta a lutar pelas liberdades de pensamento, com o propósito de, por exemplo, apoiar ações que efetivassem a distribuição de renda, de terras, enfim, das riquezas produzidas pelos trabalhadores e acumaladas pelos empresários deste imenso País injusto.

Este era meu ideário, meu pensamento sobre o futuro do Brasil. Como me formei na metade da década de 1980, cujo presidente da República era o general João Figueiredo, via a imprensa como um baluarte inexorável em favor de uma sociedade que se tornasse justa, democrática, livre em busca da paz entre os homens, que somente acontece por intermédio da implementação constante da justiça social.

Como vivíamos ainda em um regime de força, que teve seu auge nos idos de 1968 a 1973, a imprensa, recém-saída da censura, que “acabou” definitivamente em 1978, era vista por mim, jovem jornalista, como um instrumento de resistência aos que transformaram a República brasileira em uma ditadura militar, com a aquiescência e o apoio financeiro e logístico de influentes segmentos econômicos da sociedade civil, que viram na ascensão dos militares ao poder uma forma também de aumentar seus lucros, sem, no entanto, ser alvo de quaisquer questionamentos, já que havia a censura e a oposição política à ditadura se encontrava em um momento de perseguição política e sem voz ativa para ser ouvida, inclusive pela “grande” imprensa que, empresarial, aliou-se aos novos donos do poder.

O jornalista, minimamente alfabetizado, experiente e informado, independente de sua formação cultural, política e ideológica, independente de sua influência e de seu contracheque, sabe ou finge não saber que os proprietários da “grande” imprensa são megaempresários, inquilinos do pico da pirâmide social mundial e pontas-de-lanças dos interesses do capital. A imprensa burguesa censura a si mesma, quando considera que os interesses empresariais estão a ser contrariados.

O faz de forma rotineira, ordinária, e expurga de seus quadros aqueles que não se unem ao pensamento único do Partido da Imprensa, que é o de disseminar, ou seja, propagar, aos quatro cantos, que não há salvação fora do mercado de ações, dos jogos bancários, da especulação imobiliária e da pasteurização das idéias, geralmente difundidas pelos doutores, mestres e professores das universidades e dos órgãos de supremacia e de expoliação internacional como o BID, o Bird, o FED, a ONU, a OEA, a OTAN, o FMI, a OMC e até mesmo a OMS.


Paralelamente, o Partido da Imprensa elege como adversários aqueles que contestam o sistema do capital como ele o é, ou seja, concentrador de renda, e exigem que ele se democratize, no sentido de ele diminuir as diferenças entre as classes sociais e com isso efetivar uma equiparação, uma eqüanimidade entre os indivíduos que compõem o tecido social das nações que integram o planeta e são vítimas da geopolítica, que na verdade é a ferramenta do apartheid social e econômico dentre os países.

Os “inimigos” da imprensa burguesa geralmente são os políticos que têm uma visão soberana em relação ao país que administram e acreditam em idéias e ideais que qualifiquem os homens como iguais. São politicos que elaboram e adotam programas distributivistas. São políticos nacionalistas, como os presidentes estadunidenses, porém sem ser xenófobos, e que lutam pelo desenvolvimento do país, a fim de conquistar tecnologias e pesquisas científicas próprias, ter o controle das diferentes energias, além de acreditar em uma diplomacia não-alinhada aos países dominantes, com o objetivo de efetivar uma relação de igual para igual e não subordinada e servil, como muitos jornalistas do Partido da Imprensa, a soldo de seus patrões, de forma inadvertida e irresponsável apregoam e querem.

A imprensa burguesa acusa e sentencia, difama e calunia, dissimula e desinforma e mente se preciso for e se julgar que determinado governante não vai ler por sua cartilha, que é a mesma dos grandes conglomerados e trustes intenacionais. Porque, como disse anteriormente, a imprensa é ponta-de-lança dos interesses do sistema capitalista excludente. Ela é a vitrine desse modelo expropriador, useiro e vezeiro em propiciar o infortúnio e a derrota daqueles que ousaram um dia colocar em prática e até mesmo somente defender a tese, por exemplo, de um Brasil forte, independente e soberano.

Meus caros amigos, aqueles que concordam ou não comigo, a imprensa é necessária e tem de ter liberdade para informar, mas não deve e não pode tomar partidos, defender grupos e tentar pautar as instituições republicanas. Ser jornalista não é sinônimo de ser intelectual, dono e juiz da verdade, infalível ou senhor do poder. Ser jornalista é ouvir e compreender, se for possível, o pensamento, as idéias, os ideais, as opiniões, as teses, os projetos, os programas, os propósitos, as atitudes, as ações e até mesmo as ideologias dos atores sociais, políticos e econômicos.

O jornalista é a ponte que une o ator social e a informação à população, ao povo, apenas isso e nada mais. Se o jornalista quer pautar a sociedade e as suas instituições ele já tomou partido, e, como o nome diz e explica, partidas serão suas opiniões. Melhor, então, é entrar em um partido político, conquanto que não seja, todavia, o Partido da Imprensa, que não disputa voto e, por ser ousado e não se olhar no espelho quer fazer da República Federativa do Brasil seu feudo, conforme sua vontade, fato que foi provado, reiterademente, nas questões relativas à luta pela terra por parte do MST, nas questões concernentes às reivindicações trabalhistas e salariais dos trabalhadores dos setores público e privado, nas questões referentes às eleições para presidente, governadores e prefeitos e nas questãos tangentes às crises políticas que derrubaram presidentes como Getúlio Vargas e João Goulart, bem como na questão que influenciou na derrota do candidato Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições presidenciais de 1989, além de perseguir, incessantemente, políticos da envergadura de Leonel Brizola, Luís Carlos Prestes, Miguel Arraes e até mesmo Ulysses Guimarães, muito menos palatável para o Partido da Imprensa do que Tancredo Neves.

O Partido da Imprensa combate tudo aquilo que possa dividir as riquezas deste País, no que tange à redistribuição de renda. Quase todos programas sociais implementados no Brasil não tiveram, pelo menos em um primeiro momento, a simpatia da imprensa. Além disso, ela combateu políticas independentes e desenvolvimentistas implementadas por Getúlio Vargas e por Juscelino Kubitschek, de maneira dura e cruel. Para se ter uma idéia da desfaçatez e da insensatez do Partido da Imprensa, ela combateu a criação da Petrobras, da Vale do Rio Doce e das leis trabalhalhistas — a CLT. Em compensação, apoiou o golpe militar de 1964, aliou-se sempre à UDN de Carlos Lacerda, partido que representava os empresários e parte da classe média de perfil conservador que, posteriormente, transformou-se em Arena no governo militar, depois PDS para, quase finalmente, virar PFL que, no ano passado, agora finalmente, passou a se chamar Democratas — o DEM.

Como a direita brasileira não tem voto, tanto que sempre andou a reboque de partidos de centro e de centro esquerda, o DEM (PFL), por exemplo, aliou-se a Fernando Collor e a seu minúsculo PRN. Em 1994, teve de se aliar ao PSDB para chegar ao poder, com seu vice-presidente Marco Maciel, o que foi ratificado nas eleições de 1998. Antes, o DEM, que é a UDN, chegou, enfim, ao poder, em 1964, por meio de um golpe militar que derrubou um presidente constitucional. Todos esses fatos tiveram o apoio do Partido da Imprensa, que é empresarial e apoia e sempre apoiou políticas econômicas artificiais como o é o neoliberalismo, que fracassou e hoje até o FMI, guardião desse fracasso, avisa aos maus navegantes, como ele, que vai modificar seu processo de “ajuda”, de “coordenação” e de “fiscalização” das políticas públicas, econômicas e financeiras receitado aos países pobres e em desenvolvimento.

No Brasil, na América Latina, na Ásia e na África as receitas econômicas e financeiras do Bird e do FMI causaram problemas sociais tão graves que mesmo os governantes neoliberais dos países dessas regiões perceberam que não dava para continuar o processo de expoliação desses povos, sem que seus governos caíssem, fossem derrubados. Mesmo assim, os conservadores, os direitistas do mundo empresarial e político, no Brasil leia-se DEM, Fenaban, Fiesp, agronegócios e, principalmente, Partido da Imprensa, continuaram a apregoar o que não deu certo, o indefensável e o que causou dor aos mais pobres, aos mais fracos e aos que não podem se defender.

O Partido da Imprensa, com seus profissionais bem pagos e com a cabeça feita por Wall Street e pelo Consenso de Washington de 1989 prosseguiram, ridicularmente, sem ao menos ponderar suas palavras levianas, a apregoar um modelo econômico verdadeiramente contrário aos interesses da Nação até que, por intermédio de eleições, os defensores dessa política econômica burra e nefasta foram afastados do poder, tanto no Brasil quanto em muitos outros países. Não se compreende, até hoje, o que leva algumas elites a fazer gol contra. Mas se compreende que, ao contrário do que afirmam os gurus do capitalismo de mercado que estabelecem regras somente para os mais pobres e os mais fracos e dizem se preocupar em assegurar a efetivação de um estado de bem-estar social, que dignifique a pessoa humana, sabemos que o que importa à “grande” imprensa e a direita política do planeta é perpetuar os privilégios daqueles que fazem parte de sua classe social, que são os ricos.

Há uma “espécie” de seres humanos que dá pena. Acha que riqueza é genética, é biologia. Quando na verdade a riqueza é um processo que envolve milhões, quiçá bilhões de pessoas que a produz. Não é uma questão biológica. É uma questão econômica e financeira que precisa, deve e pode ser calculada e equacionada no sentido de distribuí-la. Se dinheiro e bens materiais fossem parte de nossa biologia nasceriam com a gente e seriam conosco levados ao caixão. Não consigo entender como alguns jornalistas que se alimentaram adequadamente, que estudaram em boas escolas, que têm capacidade de discernir se tornaram tão pusilânimes, cínicos, dissimulados, covardes e mentirosos. São um contra-senso em toda sua essência e a burrice em toda sua plenitude. Somente alguns advogados atingem a tanta incongruência.

A imprensa é parcial. Sua voz e seus canais de comunicação pertencem aos que controlam e dominam o mercado de capitais e os meios de produção, pelo simples fato de a imprensa ser o próprio, o espelho que reflete a imagem do sistema. Ela traduz os valores e os princípios do modelo econômico hegemônico. Ela é o principal e o mais importante tentáculo do sistema capitalista. Ela é a sua alma e a sua voz. Não há poder pleno sem o apoio da imprensa, para o “bem” ou para o “mal”. Seja qual for o poder, a imprensa não abre mão de manter os privilégios do segmento empresarial. Ela até compõe, mas ressalta seus interesses e resguarda os privilégios. Não há hegemonia de uma classe social sobre as outras sem o controle dos meios de comunicação.

O acesso da maioria das populações ao crescimento social e ao desenvolvimento econômico acontece a conta-gotas, milernamente. No caso do Brasil — secularmente. É como acontece em jogos de futebol, quando o time que está a ganhar passa tocar a bola, à espera de o tempo passar, à espera de o jogo terminar. Os barões da imprensa, como patrões seculares, querem o fim do jogo e para isso eles precisam pautar os poderes constituídos e, inclusive, não-raramente, questionar cláusulas pétreas da Constituição, como, por exemplo, os capítulos voltados ao trabalho e aos meios de comunicação. Meia dúzia de famílias quer o controle total e irrestrito dos meios de comunicação. Meia dúzia de famílias brasileiras, ao representar o grande empresariado nacional e internacional, quer a flexibilização das leis trabalhistas, constituídas pelo estadista Getúlio Vargas, que teve de se matar em 1954 para não ser derrubado pela UDN, pelos militares, pelo empresariado e pela imprensa. Getúlio teve de se matar para adiar o golpe militar por dez anos, o que ocorreu em 1964.

Para isso, os barões da imprensa contratam jornalistas de confiança. Os jornais criticam os cargos de confiança no âmbito governamental, mas não criticam seus cargos de confiança, pagos a soldos altos, para que certos profissionais façam o papel de defensores do status quo, do establishment, razão pela qual talvez tenhamos uma das elites mais alienadas do mundo, totalmente divorciada dos interesses do povo brasileiro, há mais de cinco séculos.

Tudo o que é feito em prol do povo, os homens e mulheres de imprensa, os que ocupam cargos de mando, chamam de populismo. Mas tiveram a insensatez e a ignorância política em defender o neoliberalismo, que fracassou de forma inapelável e retumbante. Até mesmo jornalistas considerados experientes como o Renato Machado e a Renata Vasconcellos do “Bom Dia Brasil” da “TV Globo” saudaram, da forma mais imprudente e capciosa possível, o golpe sofrido, em abril de 2002, pelo presidente constitucional da Venezuela, Hugo Chávez, que foi, inclusive, absurdamente seqüestrado, com o apoio da CIA do governo de George Walker Bush, que se antodenomina o “senhor da guerra”.

Meu comentário não visa constranger o Renato Machado, até porque não o conheço. Cito apenas um fato real, de conhecimento público, notório e que ficou na memória e na retina de muitos brasileiros, porque a saudação ao golpe foi incrivelmente surreal — um despropósito. Renato Machado, de perfil político conservador igual a tantos outros jornalistas, apenas, talvez até inconscientemente, comemorou a queda, mesmo através da violência, de um homem constituído presidente pois eleito pela vontade do povo. Machado simplesmente reflete o desprezo do Partido da Imprensa em relação aos interesses da sociedade, em relação às determinações e aos desejos da sociedade civil. Não há nenhuma surpresa. O Partido da Imprensa age assim, mostra-se assim, só que, muitas vezes, inversamente ao Machado, apresenta-se de forma dissimulada.

Ah, já ia esquecer. Renato Machado no dia seguinte à sua comemoração em referência ao golpe contra o presidente venezuelano apareceu visivelmente constrangido. Acho que ele não tinha dimensionado sua atitude. Sua imagem, pálida e assustada, como tivesse levado um grande susto ou uma grande bronca, deveria ser gravada por pessoas alheias ao jornal matutino da “Globo”, com a finalidade de ser levada às escolas de comunicação para servir de exemplo aos futuros jornalistas como NÃO se deve proceder ou conduzir sua profissão. Foi realmente lamentável. Mas não foi surpresa. O Partido da Imprensa trabalha assim. Saímos da ditadura militar para a ditadura da imprensa.

Dentre os muitos erros perpetrados pelos militares, um dos maiores foi a censura aos meios de comunicação. E por quê? Porque hoje, no regime democrático, a imprensa se recusa a ser regulamentada como acontece com outros setores da sociedade e, por que não, do mercado. Ela usa como argumento que criar, por exemplo, o Conselho Federal de Jornalismo é tentar censurar a imprensa, o que não é verdade. Criar o Conselho é regulamentar os meios de comunicação, que não podem deixar de ser fiscalizados, como o são os juízes, os médicos, os advogados, os professores, os arquitetos e engenheiros, os economistas, os contadores, os políticos etc. etc. etc., por intermédio de seus órgãos de classe profissional.

Para evitar a criação do Conselho Federal de Jornalismo e de uma política que funcione como marco regulatório para os meios de comunicação, o Partido da Imprensa usa como argumento, há muito tempo surrado, que tentar regulamentar a imprensa é censura, como ocorreu na ditadura militar. A verdade é que os barões da imprensa e seus jornalistas de confiança não querem a democratização dos meios de comunicação, porque não querem responder, tal qual a outros profissionais, pelos seus erros, muitas vezes exemplificados em calúnias, difamações, omissões e distorções das informações.

Não é necessário ser um especialista em “assuntos de imprensa” para perceber que ela é um desastre em relação aos interesses da sociedade. Ditatorial, raivosa e vaidosa não mede conseqüências para fazer do processo político brasileiro uma novela de má qualidade textual, cujo objetivo é somente a manchete, chamariz comercial para a imprensa vender e ganhar muito dinheiro, mesmo se for com o linchamento moral de terceiros, muitos deles, depois comprovado, sem culpa no cartório.

Sua atuação é incompetente, porque, sistematicamente, não tem ouvido nenhuma das partes implicadas ou envolvidas em quaisquer fatos, mas sim ouvido a si mesma, por meio de suas deduções e de seu raciocínio ilógico e sem conhecimento de causa. Por tudo isso, o Partido da Imprensa é contra qualquer criação de órgão que possa acompanhar seus passos, como o Conselho Federal de Jornalismo.

A arrogância e a prepotência de meia dúzia de famílias que controlam os meios de comunicação no Brasil não favorecem a democratização da imprensa, o que impede que ela, de fato, trabalhe em benefício do desenvolvimento social do povo brasileiro, em vez de ficar a distorcer realidades ou fazer fofocas, muitas delas sem fundamentos mas propositais, pois a finalidade é confundir a sociedade e, conseqüentemente, proteger ou concretizar seus interesses e do grande empresariado, geralmente financeiros e econômicos. Essas atitudes, sobremaneira, prejudicam as atividades daqueles que são incumbidos pelo povo para administrar os três poderes.

A imprensa quer falar pelo povo e representá-lo, mas não disputa eleições e não concorre a cargos públicos. Ela não tem voto. A imprensa é tão arrogante e ignorante que confunde opinião pública com opinião publicada. A imprensa publica e opina, por meio de editoriais, de articulistas e de colunistas. Por isso, sua opinião é publicada. Ela paga a profissionais para publicar suas opiniões sobre determinado assunto. Por sua vez, a opinião pública é feita, é realizada e é concretizada por intermédio do voto. Portanto, o voto é a opinião pública. Palavra e opinião de jornalista ou de quaisquer outras pessoas que atuam em outros segmentos é opinião publicada. Então, vamos ver se a imprensa entendeu: 1) jornalista = opinião publicada, que, por sinal, tem valor. 2) povo = opinião pública = o voto, que, por sinal, tem muito mais valor. É isso aí.

PDT em Rede Nacional

Acaba de ser veiculado em Rede Nacional o programa com a propaganda eleitoral do PDT.
Simples porém, eficiente.

Veja como foi a sessão solene em Homenagem à Nossa Senhora de Nazaré 2024, na Câmara dos Deputados

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