Não vai ter moleza, diz presidente do BC






Entrevista - Henrique Meirelles - ''Dinheiro não aceita desaforo''


Vicente Nunes e Raul Pilati - Da equipe do Correio


Quando o Brasil cresce...

Presidente do BC afirma que é preciso controlar a expansão do crédito para evitar a volta da inflação

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, não tem dúvidas de que o Brasil entrou em uma rota sustentada de crescimento. Mas com a mesma convicção com que descreve as mudanças estruturais que levaram o país a avançar 5% ao ano — o ajuste fiscal, a queda da relação entre a dívida pública e o Produto Interno Bruto (PIB) e o controle da inflação —, ele avisa: “Nada garante que não podemos voltar atrás”. Na avaliação de Meirelles, os brasileiros podem tirar proveito da estabilidade. Mas para que eles não se lambuzem com essa experiência nova, ampliando o consumo e o crédito além da conta, o Banco Central ficará vigilante. “O BC tem que se manter vigilante na expansão do crédito porque exageros existem e bolhas existem.” Na opinião do presidente do BC, o país precisa manter a previsibilidade da economia, para que os investimentos — que avançam a taxas entre 13% e 15% ao ano — garantam o aumento da produção. “O dinheiro não aceita desaforo. Se cometermos erros de política macroeconômica similares aos do passado, os desequilíbrios voltarão. A persistência inflacionária volta em qualquer país. A visão de que a inflação já terminou no Brasil é ingênua”, frisa.

Meirelles acredita que o país está partindo para a sua segunda revolução, a da eficiência. “A primeira, foi a da estabilidade macroeconômica. Agora, o país precisa aumentar a produtividade, mas não à base de subsídio do governo”, destaca. Completando cinco anos à frente do BC, Meirelles reconhece que não é fácil comandar uma instituição alvo de críticas pesadas. “Tomar as medidas necessárias para a estabilidade tem o seu custo e é algo novo para a sociedade brasileira”, diz. A seguir, os principais trechos da entrevista concedida pelo presidente do BC .

Como o senhor avalia o atual ciclo de crescimento do Brasil? Desta vez é para valer?
O Brasil, desde que ficou independente (em 1822), criou alguns desequilíbrios econômicos para atender a necessidades específicas. Para pagar as despesas da independência, tomou um empréstimo externo que criou sérios problemas. Esse foi o primeiro dos desequilíbrios brasileiros, que sempre tiveram como componentes o balanço de pagamento, a carência de uma moeda forte para importar produtos, a falta de competitividade das exportações e as políticas cambiais protecionistas. O Brasil tinha problemas de vulnerabilidade fiscal recorrente e inflação. Hoje, o quadro é completamente diferente.

O que mudou realmente?
Os mecanismos de ajuste entre oferta e demanda eram via aumento de preços e não por meio do aumento da produção. Como os concorrentes faziam a mesma coisa, esse era o ajuste que funcionava. A empresa não se arriscava a perder uma fatia de mercado por causa de reajustes, o que aconteceria em qualquer economia competitiva. O que foi feito para mudar isso: um trabalho de desinflação sério e de ajuste fiscal que, entre outras conseqüências positivas, gerou um excedente de exportação em 2003 e em 2004. Esse excedente permitiu, junto com um momento favorável da economia internacional, que o Brasil gerasse saldos comerciais importantes. E, pela primeira vez, eliminasse suas vulnerabilidades externas mediante o acúmulo de reservas e a redução da dívida externa com o pagamento de todas as obrigações que podiam ser pagas, como as com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Clube de Paris.

Os investimentos produtivos e o consumo já refletem a previsibilidade maior da economia?
Com certeza. E há um fato importante: os investimentos estão vindo acompanhados de importações de máquinas e equipamentos e de bens intermediários (insumos e matérias-primas). Pela primeira vez, o Brasil, está tendo condições de participar plenamente do processo de globalização, que é exatamente a busca de maior competitividade na aquisição de suprimentos, seja de capital, seja de bens intermediários. Ao deixar de ter uma moeda depreciada, o Brasil passou a ter melhores condições de compra no mercado internacional, tornando as empresas mais competitivas. Isso está fazendo com que o Brasil resolva um de seus problemas históricos:a restrição de oferta de bens e serviços a preços mais competitivos. Agora, antes de aumentar preços, o empresário pensa três vezes.

Está consolidada a percepção de que o empresário perde mercado se aumentar preços?
Acho que sim. Mas isso não significa que não podemos voltar atrás. Como já dizia o meu avô, dinheiro não aceita desaforo. O que eu quero dizer é que, se nós cometermos erros de políticas macroeconômicas similares aos que já foram cometidos no Brasil, essa situação (de desequilíbrios e inflação) pode voltar rapidamente. A persistência inflacionária volta em qualquer país. A visão de que a inflação já terminou no Brasil de uma vez por todas e que nós podemos fazer qualquer extravagância é ingênua. Se isso fosse verdade, nós não precisaríamos de bancos centrais em países com inflação estável há décadas.

O que é possível comemorar?
Estamos, pela primeira vez, aproveitando aquilo que eu chamo de dividendos da estabilidade. Quando nós vivíamos em crise, estávamos o tempo todo pagando o custo do ajuste. E nunca chegávamos ao ponto de aproveitarmos os benefícios da estabilidade. A estabilidade era sinônimo de custo, sacrifício.Hoje, isto está mudando, as pessoas estão começando a entender os ganhos de uma moeda estável.

O senhor pode ser mais específico em relação aos dividendos da estabilidade?
Nos últimos cinco anos, 20 milhões de pessoas saíram das classes D e E para a classe C. A classe média começa a ter aumento do poder de compra. Em novembro de 2007 frente a novembro de 2006, a massa salarial cresceu 6,4% acima da inflação. Isso é um aumento impressionante em qualquer lugar do mundo.

O Brasil está vencendo o desafio de crescer sem inflação?
Para crescer é necessário inflação baixa. Não pode haver a dúvida: vamos crescer ou vamos combater a inflação. Não é isso. A situação é: controla a inflação, estabiliza a economia, aí, sim, baixa os juros e, em conseqüência da estabilidade, o país começa a crescer de forma sustentável.

Como novatos da estabilidade, há risco de os brasileiros exagerarem ampliando o consumo e o crédito além da conta?
Não, desde que as autoridades monetárias se mantenham vigilantes. E desde que os agentes econômicos saibam que as autoridades monetárias estão vigilantes. Em junho, o Brasil fez um movimento pouco percebido, mas da maior importância do ponto de vista prudencial. O BC e o CMN (Conselho Monetário Nacional) impuseram a alocação de capitais para a exposição cambial. Os bancos brasileiros estavam muito expostos à volatilidade do câmbio. Na medida em que passamos a exigir mais capital, eles reduziram essa exposição fortemente para o fechamento do balanço de 31 de julho. Houve muitas queixas. Mas quando estourou a crise em agosto, todo mundo ficou quietinho. Portanto, compete ao BC estar vigilante em todas as áreas.

Há alguma área que exige vigilância maior?
Estamos vigilantes na expansão do crédito, na capacidade de expansão da oferta, na relação entre oferta e demanda, na questão do aumento das importações e seus efeitos positivos e negativos. O Banco Central tem de estar vigilante sobre todos os aspectos da economia, sempre, sobre a persistência inflacionária, sobre a questão dos serviços.

Como o BC avalia o atual boom do crédito?
O crédito está aumentando e a inadimplência está caindo. E há várias razões para isso. Primeiro, por causa de mudanças estruturais no mercado, como o crédito consignado, relacionado à efetiva capacidade de pagamento. Segundo, pela própria tecnologia de avaliação de crédito das instituições financeiras, que está melhorando. Os bancos estão aprendendo e aprimorando a capacidade de julgar. O tomador também começa a ter melhores condições de se planejar. Antigamente, o crédito aparecia e ele pegava. Agora, já começa a discernir e escolher. Mas o BC tem que se manter vigilante, porque exageros existem e bolhas existem. Então, compete ao BC estar atento e evitar o surgimento de bolhas.

A inflação subiu nos últimos meses e os mercados futuros estão apostando na alta de juros. Certamente esse movimento está no radar do BC…
Sim. Nós tivemos um aumento importante da inflação no meio do ano e depois ela voltou a cair. Mas as expectativas se mantiveram controladas. Por isso, uma das coisas que estamos monitorando são as expectativas e o que o BC chama de coordenação de expectativas, que estão ancoradas no centro das metas (4,5% ao ano).

Em alguns setores da economia já falta mão-de-obra qualificada. Esse pode ser um entrave para a continuidade do crescimento econômico?
O impacto da educação no crescimento econômico é visível. A Índia se focou no ensino universitário, na formação de elite, com software e serviços. E está dando resultado. A China tem crescimento mais industrial, e também está avançado. Creio que o Brasil está progredindo. O governo federal tem feito um esforço grande para aprimorar o ensino, assim como estados e municípios. Um país como um todo tem que funcionar, tem que se modernizar para ficar mais eficiente. Essa é a próxima revolução que o Brasil precisa fazer. A primeira foi a da estabilidade macroeconômica. O país precisa aumentar a produtividade, mas não à base de subsídio do governo.

Os BRICs (grupo que reúne Brasil, Rússia, Índia e China) estão sendo responsabilizados pela nova dinâmica mundial e pela maior parte do crescimento do planeta. O senhor concorda com isso?
Não são só os BRICs. Todo o bloco de países emergentes tem muita importância hoje. Até o século 16, a China tinha participação importante na economia mundial, que era muito fechada. Depois da industrialização, o crescimento foi concentrado na Europa Ocidental e nos Estados Unidos. A diversificação começou, pela primeira vez, com o Japão, e avançou com a revolução capitalista depois da Segunda Guerra Mundial. A seguir, começou um processo que incorporou os países pequenos da Ásia, que começaram a criar alternativas de produção, bloco no qual, posteriormente, entraram a China, a Índia e a Rússia e, por fim, o Brasil, com a estabilização.

Mas eles têm condições de sustentar o mundo diante de uma recessão na economia dos Estados Unidos?
Olha, uma recessão nos Estados Unidos não é boa para ninguém. Vai atingir todo mundo porque a economia americana ainda é muito importante, mas em uma escala menor do que no passado. Em 1929, a crise na bolsa de valores americana parou o mundo, quebrou o Brasil. Os barões do café tiveram de vender suas mansões na Avenida Paulista, em São Paulo. Houve mudança na elite paulista. Hoje, não. O Brasil tem condições para seguir em frente, também pela demanda de outros emergentes. Se olharmos as exportações brasileiras, isso fica claro.

Qual a sua avaliação desses cinco anos à frente do Banco Central?
O que eu posso dizer é que é compete ao BC cumprir sua missão básica, que é o que estamos fazendo. Os resultados são conseqüência. Não tem sido uma experiência fácil, pois não é por acaso que o Brasil tem tido uma história de crises periódicas e de crescimento baixo. Tomar as medidas necessárias para a estabilidade é algo que tem o seu custo e é algo novo para a sociedade brasileira. Em função disso, fomos muito criticados. Temos uma história de enfrentar críticas pesadas, que estão diminuindo porque está dando certo, o que é positivo, é gratificante.

Aberta temporada de concursos

Parqa quem quiser e estiver preparado, nada melhor do que abrir o ano com um emprego público.

Para garantir que não estava brincando, o governo federal abriu 6.933 oportunidades

Vagas oferecidas por concursos públicos para quem quer viver no Distrito Federal têm salários de R$ 1,1 mil a R$ 11,6 mil. Destaques são o Tribunal de Justiça e o Instituto Nacional do Seguro Social

Em janeiro são 6.933 vagas (leia quadro) em 12 concursos que têm vagas para o Distrito Federal. Nesse caso estão incluídas disputas com inscrições abertas e editais previstos para este mês. Os salários variam de R$ 1,1 mil a R$ 11,6 mil. Incluindo os concursos autorizados, são 15.779 postos firmes. Os cursos preparatórios estão prontos para receber candidatos e comemoram o crescimento do número de matrículas.

“A procura aumentou nos últimos dias. Muitos candidatos estão desempregados e querem uma vaga”, diz Anamaria Prates, coordenadora e professora do curso preparatório Fortium. Um dos cursinhos mais procurados está voltado para as provas do Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJ-DF). “São poucas vagas (89) e um bom salário (R$ 3.323,52 a R$ 5.484,08). A concorrência está alta. Alguns de nossos alunos que têm curso superior também farão provas que exigem ensino médio, já que os horários são diferentes.” Os testes para os cargos de técnico e analista judiciário estão previstos para o dia 2 de março.

Leia + no Correio Braziliense de hoje.

Sem sossêgo para os mensaleiros

Os mensaleiros não terão qualquer chance de não serem incomodados. É que juízes de primeira instância recomeçam a ouvir os acusados do esquema de compra de apoio ao governo na Câmara. Dirceu, Delúbio e Marcos Valério darão suas versões sobre o escândalo que abalou o Planalto.

O Supremo Tribunal Federal (STF) está de recesso, mas o processo do mensalão não vai parar. Enquanto ministros dão uma pausa nos trabalhos, juízes federais do Paraná, Bahia, São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Pará e Amapá manterão a agenda de depoimentos para instrução da ação penal em que 40 pessoas são acusadas de participar de suposto esquema de compra de apoio ao governo Lula no Congresso. Estão previstos para ocorrer antes do carnaval interrogatórios considerados fundamentais no caso, como o do ex-ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu, do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e do publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza.

Justamente para acelerar o andamento do processo, o relator, ministro Joaquim Barbosa, delegou à Justiça de primeira instância a tarefa de colher os depoimentos, primeiro passo para início da instrução. Trata-se de uma fase em que os réus podem apresentar pessoalmente uma versão para contestar as acusações feitas pelo procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, na denúncia recebida pelo Supremo em agosto. Mas é também um momento para que as versões sejam confrontadas e as contradições aflorem e possam ser exploradas pelo Ministério Público, responsável pela acusação.

Quem conta mais é o jornal Correio Braziliense de hoje (só para assinantes ou nas bancas).

Resultado da enquete

Eis o resultado da última enquete do ano que se encerrou.

Perguntamos: O que mais te incomoda nos políticos?

Confira o resultado:

As promessas não cumpridas (10%)

A corrupção (28%)

A incompetência(6%)

A impunidade quando é flagrado na prática criminosa (54%)

Recesso

2008! Hummm.

Ano regido por Ogum.

Hummm.

Guerra. Muita guerra.

Tenham paz!

Brizola: Tempos de Luta

Dirigido por Tabajara Ruas. Brizola: Tempos de Luta, é um documentário que conta a saga de um construtor de esperanças, de um homem extraordinário para a história política recente do Brasil do século passado.


O blog oferece aos seus leitores, especialmente os que apreciam política, a densidade de uma vida dedicada ao Brasil.

A história de um homem que, em meio ao árido e pobre cenário nacional político atual, fez a diferença e faz falta.



















Resumo do roteiro.


Porto Alegre, 24 de junho de 2004.

Cadetes da Brigada Militar do Rio Grande do Sul conduzem solenemente nos ombros o esquife de Leonel Brizola entre o povo emocionado. O cenário é a frente do Palácio Piratini, sede do Governo do Estado, onde o corpo do ex-governador foi velado. Os tempos de luta de Leonel Brizola haviam chegado ao fim, deixando para a memória da História Contemporânea do Brasil a saga de um construtor de esperanças e condutor de sonhos. Saga que teve início na localidade de Cruzinha, interior do Rio Grande do Sul, quando nasceu no dia 22 de janeiro de 1922, em uma pequena casa de madeira construída pelo seu pai, José Brizola, pequeno agricultor pobre da região.

A partir desta introdução o filme resgata a infância de Leonel Brizola no interior do Rio Grande do Sul, zona rural do hoje município de Carazinho, e seus tempos de adolescente em Porto Alegre. A infância e a juventude de Brizola demonstram o valor da sua condição humana de homem de origem pobre que superou as adversidades pelo seu estoicismo e capacidade de lutar por seus objetivos.

O documentário é desenvolvido cronologicamente por meio de imagens de arquivos e de gravações com depoimentos de companheiros de ideário, de lideranças políticas de ontem e de hoje, de personalidades da cultura, de gente do povo, de jornalistas e historiadores.

No contexto, os acontecimentos que marcaram a vida política do Brasil a partir de 1930, quando Getúlio Vargas assumiu o comando do país ao liderar a Revolução de 30, a implantação do Estado Novo, a eleição de Eurico Gaspar Dutra em 1945, com o apoio de Vargas, que havia deixado o governo em 29 de outubro de 1945, se retirando para São Borja, mesmo assim sendo eleito senador por dois estados e deputado federal por sete estados em 2 de dezembro de 1945, ao mesmo tempo em que um jovem estudante de engenharia da UFRGS chamado Leonel de Moura Brizola ingressa no Partido Trabalhista Brasileiro, recém fundado, iniciando uma vida pública que tem como data emblemática o 24 de agosto de 1954, com o suicídio de Getúlio Vargas e o significado da Carta Testamento.

Cronologicamente é narrada a trajetória política de Brizola, desde quando foi eleito deputado estadual no Rio Grande do Sul (1947), prefeito de Porto Alegre (1955 a 1958) e governador do Rio Grande do Sul (1959 a 1962), com destaque para a sua obra de inclusão social por meio da Educação Pública, quando realizou o que foi considerado o maior plano educacional da América Latina na época, uma revolução silenciosa que implantou escolas para o ensino primário, secundário e profissionalizante nos mais recônditos lugarejos do Rio Grande do Sul. É resgatado o seu pioneirismo ao promover a reforma agrária em nível estadual, atendendo a milhares de famílias de agricultores desamparadas e sem terra e transformando imensas áreas de terras ociosas em vigorosas áreas produtivas cujos resultados estão registrados em filmes da época. Seguem-se os episódios da encampação das subsidiárias da Bond and Share e da ITT no Rio Grande do Sul e a posição decidida, lúcida e corajosa de Brizola, quando criou e liderou, em agosto de 1961, o Movimento da Legalidade, que determinou a posse do vice-presidente João Goulart como presidente da República, em razão da renúncia de Jânio Quadros. Uma página que coloca Brizola no patamar somente reservado aos homens e mulheres que constroem a história dos povos.

A tentativa de golpe foi sustada pelo vigor e legitimidade do Movimento da Legalidade. O Brasil comemorava 139 anos de vida independente quando Jango prestou juramento como presidente da República em um sistema parlamentarista, emenda à Constituição instituída pelo Congresso como condição para sua posse. Entretanto, os objetivos golpistas continuaram sendo tramados pelos mesmos segmentos civis e militares, vindo a eclodir em 31 de março de 1964.

A dor do exílio atingiu João Goulart e as lideranças políticas consideradas inconvenientes ao governo de exceção que se instalava pela força das armas. Entre eles, o mais visado de todos: Leonel Brizola, na época deputado Federal pelo Estado da Guanabara, eleito com uma das maiores votações da história eleitoral do País.

O exílio de Brizola durou 15 anos. Mesmo assim, manteve viva a chama de seu ideal político. Conquistou o respeito e o apoio de importantes lideranças mundiais, como Jimmy Carter, nos Estados Unidos e François Mitterrand, Felipe Gonzalez, Olaf Palmer, Willy Brandt e Mário Soares, as maiores expressões da Internacional Socialista da Europa.

Voltando ao Brasil sob a proteção da anistia que já prenunciava o esgotamento do governo militar, enfrentou e venceu os que tentavam impedir o pleno exercício da sua liderança, uniu antigos correligionários, agregou a eles novas expressões políticas e fundou um novo partido, fundamentado nos ideais trabalhistas herdados de Getúlio Vargas, Alberto Pasqualini e João Goulart.

No Rio de Janeiro, no seu primeiro governo, entre 1983 e 1986, implantou os CIEPs – Centros Integrados de Educação Pública, idealizados pelo Prof. Darcy Ribeiro, vice-governador, um sistema escolar de inclusão social amplamente aprovado pela consciência da população brasileira que Brizola sonhava ver introduzido em todas as regiões do Brasil.

O fio da história é desenrolado pelos acontecimentos e personagens que marcaram todo o período que tem início com a Revolução de 30, passa pela eleição do presidente Juscelino Kubitschek e seu vice João Goulart, em 1955, a construção de Brasília, a eleição de Jânio Quadros e novamente a eleição de João Goulart como vice-presidente, a renúncia de Jânio, a tentativa de impedir a posse de João Goulart, o Movimento de Legalidade, comandado por Leonel Brizola como governador do Rio Grande do Sul, a adoção do parlamentarismo com Tancredo Neves de primeiro-ministro, a volta do presidencialismo a partir de um plebiscito, o Comício das Reformas na Central do Brasil, dia 13 de março, o golpe de 1964, o governo militar, o exílio de Brizola, Jango e de outras lideranças políticas, chegando até a anistia de 1979 no último período do governo militar, a fundação do PDT, o surgimento de Luis Inácio Lula da Silva como líder sindical e fundador do Partido dos Trabalhadores, a eleição de Brizola para governador do Rio de Janeiro, e assim sucessivamente, até o dia 21 de junho de 2004, quando sua morte surpreendeu o Brasil.

Cronologia.

O Rio Grande do Sul em 1922.

A infância de Brizola.

Revolução de 30.

Adolescência e viagem para Porto Alegre.

O início da trajetória política.

A volta de Getúlio Vargas nos braços do povo.

Brizola administrador.

A morte de Getúlio Vargas.

Prefeito de Porto Alegre.

Governador do Rio Grande do Sul.

O plano de Educação “nenhuma criança sem escola”.

As encampações das empresas Bond and Share e ITT.

A Reforma Agrária no Rio Grande do Sul.

1961. Sai JK, entra Jânio.

O Movimento da Legalidade.

Brizola vence os golpistas.

A projeção como líder nacional.

O encontro com Che Guevara.

1964. O golpe militar.

O exílio no Uruguai.

Brizola na Internacional Socialista da Europa.

A Carta de Lisboa.

A volta do exílio.

A perda da legenda PTB e a fundação do PDT.

A campanha e a eleição para o Governo do Rio de Janeiro.

Os CIEPs com Darcy Ribeiro e Oscar Niemeyer.

A campanha Diretas já!

Termina o ciclo de governos militares.

A campanha para Presidente da República.

Governador do Rio pela segunda vez.

Os últimos momentos dos Tempos de Luta.

Os fatos históricos, além do texto narrado, são relatados no filme pelo próprio Leonel Brizola e complementados por depoimentos dos seus irmãos Frutuoso e Francisca, de antigos companheiros de lutas, de personalidades da política, como Luis Inácio Lula da Silva, Fernando Henrique Cardoso, Mário Soares, Dilma Rousseff, Luís Carlos Prestes, Miro Teixeira, Carlos Lupi, Alceu Collares, Vieira da Cunha, Pedro Simon e Aldo Rebelo, e de jornalistas, historiadores e gente do povo. Merecem atenção especial os depoimentos de Darcy Ribeiro e Oscar Niemeyer, parceiros fundamentais de Brizola durante o seu governo no Rio de Janeiro.

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Tão logo resolva os problemas técnicos no blog, postarei o documentário na íntegra.

American Gangster

História baseada em fatos reais.

Aqui>>

Sobre amar

Na magistral interpretação de Des'rre >> aqui.

Já achei o meu amor.



O nosso amor permanece. Veja Lú que coisa mais bonitinha esse clipe.

E que nosso bebêzinho possa curtir onde ele estiver.

Três indicações

A primeira tem o anadiável viés da vida: o meio ambiente. Leia aqui.

A segunda, indicar aos amigos leitores, o talento de gente da nossa gente. Uma menina-moleca-mulher que vai dar o que falar. Veja e ouça aqui.

A terceira e última indicação vale compartilhar convosco o assombroso talento de Maria Eugênia.



Veja o site dela aqui.

- Faltam 19 horas para a virada do ano.

O que você fará na virada do ano?

Balanço 2007 - Parte XIV

Aos meus leitores que acompanharam minhas críticas em relação aos rumos da conduta administrativa do Estado do Pará, espero que 2008 seja um ano melhor para o povo paraense.

A governadora fecha 2007 entregando à Santarém a Universidade Federal daquela região. Sem dúvida sua maior realização no ano. E nada mais justo.

Pelo que sei, o deputado o qual assessoro, não medirá esforços para a garantia dos recursos necessários à esta conquista na Comissão do Orçamento, a qual é titular respeitado.
Para o PDT a Educação é solução, jamais problema.

2007 será inesquecível.

Apesar da governadora ter demorado para agir com relação as ações criminosas da Liga dos Camponeses Pobres. De qualquer maneira, a pacificação do setor rural paraense é desafio permanente e tem que ser pautado como item estratégico no Gabinete de Crises.

No 2007 paraense, houve invasão e paralisação da estrada de ferro da Vale por um MST que agora revela, de maneira efetiva, ao que veio.

Insistentes e inadmissíveis ações criminosas nas obras das Eclusas da UHT (Eclusas da Hidrelétrica de Tucurui) por um grupo auto-denominado Atingo pelas Barragens, atrasou, ainda mais, o já capenga cronograma da obra -- que já virou obra de Catedral --, vital para um mínimo de infra-estrutura que refletirá quando concluída, em toda a região Centro-Norte do país.

Ana Júlia Carepa não pode mais permitir esse estado de coisas.

O tsunami da menina L. Brasil! Foi um alerta.

A morte do colaborador Lauande, do pesquisador do Museu Emílio Goeldi, quase nas mesmas condições. Os assassinato nas mesmícissimas condições de centenas de pais e mães de família anônimos, devem ter corroborado para acender uma luz de desencanto para todos nós paraenses de nascimento e adoção: não podem passar em branco à sorte do cidadão ficar sitiado.
A resposta da dona da caneta, mais uma vez, veio tardia, com a exoneração de parte do Comando da Segurança Pública do Estado.

Por outro lado, não foi o aquecimento global, muito menos a crise do Oriente Médio, Bush, Chávez, Evo, trabalho escravo, invasão de terra, desemprego, INSEGURANÇA, educação com pífio crescimento, saúde mal das pernas, não: o assunto mais relevante foi a divisão do Estado.
Seu esquartejamento, como seus detratores erroneamente insistem em dar fim, e que o tempo dirá de tudo isso.

Foi o assunto mais relevante político no Pará. Apontem-me outro!?

Algo que bem distante. O presidente ao lado da governadora, garantiram que a solução de todos os problemas e queixas dos fatiadores, será prontamente resolvido com o PAC. Que seja.

Um ano passou, e o que o PAC pagou ou entregou até agora?

Calo-me se mostrarem-me algum número. Até as licitações não saem das gavêtas. Não há números porque o PAC não saiu do papel, caros leitores. Assim como a tal das Parcerias Público Privadas (PPP's), não passa de retórica das boas e surradas promessas de governos anteriores.
Falta rigorosamente duas coisas à este governo: Coragem e coragem.

Nada saiu do papel no Pará. O que se viu de propaganda é safardana mentira.

O que se fez não foi com recursos do malfadado PAC, que não passa de um golpe publicitário, ou, no perdão da cobrança, uma reles sopa de letrinhas muito da mal arrumada.

O que houve foi manipulação descarada de informação. Recursos constitucionais aplicados à peso de Medidas Provisórias na garantia dos programas que sustentam os programas sociais.

Em resumo: dinheiro subtraído de forma vergonhosa da Classe Média para o soldo de esmola de uma base de pirâmide que não tem perspectiva, visto o caos educacinal em que nos encontramos.

Fico, no entanto, com a esperança de melhor entendimento e compreensão de que o Estado, através desse governo, crie um pouco de vergonha na cara.

O Estado é ator de ligação e deve concentrar-se em suas obrigações constitucionais nos setores onde não tem e não deve ter a premissa de concorrer com a iniciativa privada. E veja que no apagar do ano, inventaram uma tal de TV Pública. Outra vergonha.

A livre iniciativa, a partir de regras claras, marco regulatório definido, reforma política estabelecida, fiscal aprovada, previdenciária consubstanciada, judiciária na rédea. Certamente fará a diferença em contraponto ao recrudescimento do estatismo conveniente.

O Brasil, e em especial a Amazônia e o Pará, respirarão novos sopros de desenvolvimento sustentável, caso os detentores do poder, entenderem que, a iniciativa privada e o setor produtivo, aliado à inadiável inclusão da massa de informais; fará com que o Brasil, em pouco tempo, torne-se a onça dos emergentes. Não uma gatinho maracajá suscetível aos abalos de porrada na mesa especulativa de outros países.

Insisto. Falta coragem.

O resto se não for retórica é promessa. A eterna promessa nunca cumprida.

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