Finalmente a tão sonhada verticalização mineral no Pará sai do papel à prática.
O play será dado em março pela Aços Cearense S/A através de sua controlada a Sinobrás, com foco exclusivo para abastecer o mercado interno.
A primeira etapa está em plena operação após a superação dos problemas ambientais relacionados com a origem do carvão na produção de ferro gusa e a ameaça de corte de fornacimento de minério de ferro pela Vale, caso a empresa não se adequasse às exigências legais.
A Aciaria inaugura sua linha em março, e o projeto prevê ainda Laminação e Trefilaria. No rastro da Sinobrás, a Maragusa e a Daterra, partem para a produção de aço nos próximos cinco anos. Todas no Distrito Industrial de Marabá. Mesmo plano da Cosipar, só que com planta industrial em Barcarena. Leia os detalhes no blog do jornalista Hiroshi Bogéa.Verticalização à vistaFaltam 40 dias para a Sinobrás ativar a primeira fase de sua aciaria. A contagem regressiva exibida em placas por toda a área onde a siderúrgica implanta o maior projeto industrial do Norte-Nordeste, em Marabá, agendou 28 de fevereiro data de inauguração.
O poster conheceu todos os estágios do empreendimento, algo surpreendentemente super-dimensionado. A começar pelo valor do próprio projeto, que pulou de UR$ 250 milhões para UR$ 300 milhões.
Dia 1º de Março, finalmente o Pará estará produzindo aço.
Ineditismo
O perfil de siderurgia em fase de implantação em Marabá será o oitavo implantado no país. Conforme seu processo produtiv, as usinas siderúrgicas são classificadas como integradas, semi-integradas ou não integradas.
A Sinobrás é integrada. Ou seja, concebida para operar as quatro fases: produção de gusa, Aciaria, Laminação e Trefilaria.
A primeira siderúrgica do gênero do Norte-Nordeste.
SubestaçãoA subestação construída no parque industrial já foi ativada pela Celpa, com capacidade para abastecer uma cidade do porte de Marabá, com energia de sobra.
EmpregosO processo de produção será misto, com utilização de gusa e sucata, o que tornará a Sinobrás uma das maiores recicladoras do país.
Em fase de produção nos quatro níveis, empregará 2.000 pesssoas diretamente. Como na siderurgia, para cada emprego direto são gerados dez indiretos, conforme dados consolidados na região do Vale do Aço, a Sinobrás será responsável pelo sustento de 20 mil pessoas.
Mercado internoIan Corrêa, vice-presidente da siderúrgica, demonstra empolgação ao falar das riquezas a serem geradas pela verticalização. “Nossos produtos são destinados ao mercado interno, exclusivamente. Isso significa volumosa arrecadação de ICMs”.
E dá um exemplo: somente de energia, a Sinobrás calcula pagará à Celpa, mensalmente, algo em torno de R$ 5 milhões de consumo. “O ICMs, apenas na parte de energia, beira a R$ 1,5 milhão por mês”.
Mão-de-obraO gargalo maior da siderúrgica é a carência de mão de obra. Na atual fase de construção do parque industrial, falta até pedreiro. Profissionais qualificados com experiência na construção do empreendimento, nem se fala. O poster foi levado a conhecer a Sala de Projetos da empresa, onde descobriu verdadeira babel.
Empapuçada de gente com sotaques regionais e línguas diversas, na sala trabalham profissionais originários de Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Ceará, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, Alemanha, Itália, Estados Unidos e Espanha.
Rapidamente, deu para contar 62 profissionais: engenheiros elétrico, mecatrônicos, laminação, industrial, e uma gama de outras especialidades.
Hoje, parte rumo a Alemanha dez pessoas contratadas em Marabá para serem submetidas a cursos e treinamento naquele país, fornecedor de grande parte dos equipamentos do parque industrial. O foco da empresa é valorizar a mão de obra local, por isso necessita urgentemente da presença na cidade do Sesi, Cefet e de universidades para a formação de profissionais.
Em Marabá, há oferta significativa de emprego no momento. Falta gente qualificada.
ReflorestamentoPara transformar o minério de ferro e sucatas em produtos acabados de aço para construção civil, a Sinobrás fechou o ano de 2007 com 11.000 hectares de áreas reflorestadas, em Tocantins e Pará.
Até o final de 2008, a meta é chegar a 20.000 hectares. E assim por diante.